Enviei a carta abaixo ao JB.
A. Geraldo Jabur, advogado, São Paulo
Prezados senhores: como leitor assíduo desse periódico, foi com um misto de surpresa e tristeza que, neste último sábado, não me deparei com a festejada crônica do jornalista Alberto Dines, na coluna ‘Outras opiniões’. Independentemente do motivo, trata-se, ao meu modo de ver, de uma grande perda de um jornalista desassombrado, probo, ético, competente, idôneo e que, certamente, ornamenta o jornalismo pátrio. Portanto, fica meu registro, na certeza de que merecerei de V.Sas. breve resposta.
Não renovaremos
Enviei a carta abaixo ao JB.
Sandra Mendes Milman, PUC-Rio
Prezados senhores, como assinante venho manifestar minha indignação pela demissão de Alberto Dines da equipe de colunistas do Jornal do Brasil. Dines está completamente certo no que disse. E disse muito pouco. O episódio da Casa de Detenção de Benfica é uma vergonha para o Rio de Janeiro. Pena que o Jornal do Brasil se negue a cumprir o papel de ser a voz de cidadãos comuns que, como nós, não possuem um canal para mostrar sua indignação e seu descontentamento. Perdemos nós, perde o JB. Após a dispensa do Fritz Uzeri e do Alberto Dines ficamos aguardando quem será o próximo. Villas-Bôas Corrêa? Newton Rodrigues? Bastará discordar ou criticar. A crítica construtiva poderia ser vista como uma motivação para a melhora do jornal. Diferente do Jornal do Brasil, cremos que o que faz a diferença em um jornal são os seus colunistas. E Dines é mais que um colunista, é parte dessa instituição. Infelizmente meu marido já fez o pagamento integral da assinatura, mas não pretendemos renová-la. Está fazendo muito pouca diferença ler O Globo ou o JB.
Resolvi cancelar
Sou fã ardorosa do ilustre jornalista Alberto Dines e assídua leitora e telespectadora deste Observatório. Por circunstâncias que não vêm ao caso sou (agora era) assinante do JB. Há algum tempo venho notando seu declínio mas, por contar com certos jornalistas no seu quadro, continuei assinando-o. Agora, depois deste episódio lamentável, resolvi cancelar a assinatura. Em solidariedade ao Dines e à liberdade de expressão. Um abraço.
Maria Helena Gomes, arquiteta, Niterói, RJ
Pura enganação
Sou plenamente solidário e de acordo com todas as palavras em linhas e entrelinhas deste texto e dos demais sobre o tema que alude o governo do estado como (ir)responsável por tudo o que estamos vivendo em todos os temas desagradáveis e lamentáveis ora correntes em nosso Estado do Rio de Janeiro, mormente em nossa cidade. Em carta publicada no JB em solidariedade a Alberto Dines, pela reação do governo rastaqüera via secretário de comunicação, Ricardo Bruno, sobre o artigo ‘Benfica e Haiti’, coloquei-me frontalmente a este governicho que aí está, tanto pela forma como estão se comportando em relação à população, como com os recursos financeiros, a guisa politiqueira e populista de fazer pontuações aqui e ali a R$ 1, como plataforma político-propagandística em suas futuras (sic) campanhas políticas, jogando na mídia estes minifavorecimentos, como se fossem a todos. Pura enganação aos desavisados. (…)
Sérgio Tardin, engenheiro, Rio de Janeiro
Predileção pela subserviência
Alberto Dines, parabéns! Cuidado, pois sua visão crítica poderá esbarrar nos interesses não muito claros daqueles que preferem uma imprensa com profissionais subservientes.
Na minha opinião, a Bandeirantes comete o mesmo erro que o presidente Lula cometeu ao tentar expulsar o repórter do NYT, ou seja, fere mortalmente a liberdade de expressão de, antes de tudo, um cidadão. Em que pese admirar ou não o estilo do repórter-apresentador Sr. Kajuru, não creio que os empresários da Bandeirantes tenham agido corretamente, pois como Dines sabiamente observa, os que até há pouco tempo se alinharam contra a presidência da República no caso da expulsão, cometem injusto e clamoroso erro ao punir o repórter por ter criticado abertamente o governo mineiro no caso, escandaloso ao meu ver, em fornecer ingressos aos VIPs no jogo entre Brasil e Argentina. Pergunto: e o povo? E o repórter Kajuru? Ora, o povo e o repórter Kajuru que se ‘explodam’. Esta é a ótica míope da grande maioria da imprensa brasileira.
Paulo Cesar Pieroni, gerente comercial, Campinas, SP
Abaixo a censura
A Dines e Kajuru: em primeiro lugar, a minha solidariedade, de censurado para censurado. Também fui censurado, há pouco tempo, pela TV Cultura, que se negou a exibir um documentário sobre as Diretas-Já que co-produzi com ela. Alegaram que tinha muito tucano e pouco petista. Ainda me propuseram um pacto para que nada vazasse pra imprensa. E, quando vazou, fui declarado inimigo público nº 1 da emissora. Tanta censura – vocês, eu – não é por acaso. É um reflexo do nosso tempo. Há um medo no ar. Medo de perder patrocinador. Medo de desagradar ao PT. Onde já se viu um presidente da República que não dá coletiva?! Tenho impressão – será que é só impressão? – de que sob Lula há menos clima de liberdade de expressão. Mas tenho certeza de que a liberdade de expressão é um valor eterno e, Lula, passageiro. O patrocinador é passageiro. Os caras que estão na direção das emissoras e que nos censuram são passageiros.
Dines observou bem: os ‘encrenqueiros’ eram os preferidos pra trabalhar nos jornais. Eles é que traziam as notícias. Hoje há uma pasteurização. Um bom-mocismo irritante. Um bom comportamento horripilante. Não há espaço para as verdades – com raras exceções. Kajuru e Dines: orgulho-me de pensar como vocês e não transigir com a censura e os censores atuais. E ainda proponho o seguinte: não seria ótimo fundarmos um tablóide chamado ‘Sem Censura’? Abraços irrestritos.
Alex Solnik, jornalista
O PT nas Diretas
A primeira manifestação pelas Diretas-Já no Rio aconteceu em setembro de 1983. Participaram o PT, a CUT (recém-fundada), além de outros sindicatos. Uma passeata saiu da Candelária rumo à Cinelândia pela Rio Branco. Foi impedida de parar em frente à Câmara Municipal e seguiu até o Obelisco. Ali foi dispersada pela polícia, que alegou que a manifestação atrapalhava o trânsito.
Ninguém me contou, nem li em lugar nenhum. Estava lá e vi. Depois a manifestação foi encampada pelo PMDB, e aí sim, tomou relevância nacional.
Não adianta querer transformar o povo em mero espectador. As campanha das Diretas nasceu no movimento popular e o PT, na época, foi um de seus primeiros organizadores.
Marcello Sudoh, sociólogo, Rio de Janeiro