Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Ainda que custe

Parabéns e força! A coordenação do Movimento Estado de Paz (Salvador-Bahia) parabeniza o jornalista Alberto Dines pela excelente análise sobre a tragédia de Benfica (‘A imprensa sob custódia’). Tecnicamente precisa, eticamente indiscutível. É de profissionais independentes, corajosos e competentes como Dines que a sociedade precisa para entender, enfrentar e sair do nível de barbárie em que se encontra. Ainda que isso lhe custe, momentaneamente, emprego, salário, posição. Conte conosco. Grande abraço.

Suzana Varjão, jornalista, coordenadora do movimento Estado de Paz – Uma Ação pela Vida (www.estadodepaz.com.br/home), Salvador



Estamos em Cuba?

Os ‘dinossauros’ detentores do poder nos jornais voltaram a atacar de forma cruel e arrasadora. A Idade Média está voltando… A Inquisição pronta para julgar os traidores e colocá-los na guilhotina. O jornalismo que, teoricamente, tende a ser imparcial e liberal vem sofrendo baixas devido à liberdade de imprensa. Os jornalistas, todos nós sabemos, nunca tiveram a liberdade de falar o que realmente pensavam, sabendo que as retaliações posteriores podem ser terríveis.

Quantos jornalistas já não morreram por escrever algo que deixou alguém descontente? Agora, o que se vê (não é novidade) são jornalistas íntegros e de dignidade reconhecida pelo seu trabalho sendo demitidos. O que aconteceu mais recentemente com os jornalistas Alberto Dines e Jorge Kajuru é algo que envergonha a classe jornalística, que vê que não é mais possível exercer seu trabalho de forma coerente e imparcial. Além disso, põe em questionamento o princípio básico do jornalista: a liberdade de expressão. Afinal, será que estamos em Cuba, onde o regime de Fidel Castro fuzila jornalistas que escrevem artigos prejudiciais à continuidade da ditadura neste país?

Erick Amirat, estudante de Jornalismo, Salto, SP



Benfica e Brasília

Sei que é lugar comum dizer que Alberto Dines é fabuloso, mas não me ocorre outra expressão. Gostei do relacionamento que ele fez do caso Presídio de Benfica com o governo federal. Os cariocas votaram no atual presidente, portanto merecem mais consideração da esfera federal. Dines sai do pedestal em que está, onde foi colocado por seu trabalho e mérito – pedestal de cultura, civilidade – e se preocupa com aqueles seres humanos humildes excluídos. Chega a ser emocionante. Que tristeza o que aconteceu naquele presídio…

Carmen Gomes Simioni, aposentada, Cachoeiro de Itapemirim, ES



Sem palavras

Concordo com ‘O JB e a ideologia do cala-a-boca’, e tenho a acrescentar o seguinte: eu li a notícia da demissão de Dines no Comunique-se, e meu estômago se embrulhou, mais ainda, com os comentários postados: a maioria a favor do jornal. Sem palavras.

Aproveito pra tecer alguns comentários sobre o programa de TV do Observatório, o último. Creio que Roberto Muller é amigo do Dines, mas não pega nada bem esse depoimento pois:

1) o homem é amigo também, e testemunha de defesa, do Pimenta Neves, aquele assassino abominável que vive livre nas praias do litoral norte e pelos Jardins paulistanos.

2) infelizmente trabalhei na empresa dirigida por ele, Panorama Brasil, do Orestes Quércia. Não tenho palavras para descrever o ambiente. Inclusive foi visitado pelo próprio Pimenta, uma semana antes do assassinato. Soube que, depois, Muller voltou à Gazeta Mercantil, para acionar o Almir Pazzianoto, que declarou ilegal uma das inúmeras greves dos infelizes que lá trabalhavam sem receber.

Quanto à participação do Juca Kfouri, foi bem melhor. Ele ainda arrumou uma maneira de elogiar a Rede Globo, com ares de quem ia criticar.

Elizabeth Lorenzotti, jornalista, São Paulo

Nota do OI: O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves de fato esteve na redação do PanoramaBrasil — não uma, mas duas semanas antes do assassinato de Sandra Gomide. Conforme relato de Roberto Müller ao Observatório (veja a entrevista em http://www.teste.observatoriodaimprensa.com.br/
artigos/iq050920001.htm
), Pimenta foi justamente buscar aconselhamento e Müller recomendou que aceitasse a sugestão de Ruy Mesquita e buscasse auxílio psiquiátrico. A amizade de Müller e Pimenta é pública e muito anterior ao assassinato de Sandra Gomide, como comprova a entrevista. (L.A.M.)

 

 

Qual jornal ler no Rio?

Prezado Sr. Alberto Dines, lamento muito a atitude do JB. Envio-lhe minha solidariedade. Fica a pergunta: qual jornal ler no Rio? Desejo-lhe sucesso!

Roberto de Barros Emery Trindade, Rio de Janeiro



Meu editor-chefe

Estou indignada a ponto de perder as palavras. A demissão de grandes jornalistas como Alberto Dines e Jorge Kajuru abalaram minha trajetória profissional. Como estudante de Jornalismo tenho mais que obrigação de prestar não só minha solidariedade, o que, para ser honesta, não adiantaria efetivamente de nada, mas de dar a certeza de continuar este trabalho primoroso e invejável de denúncia.

Informação é um bem público, este poder que nos é concedido deveria ser usado com muita cautela e ética. Mas discutir ética numa sociedade em que até informação passa a mercadoria é um tanto utópico. De onde vem esta ética? Com certeza os grandes empresários do jornalismo no Brasil estão mais preocupados com seus anunciantes ou com suas curriolas políticas do que com um direito ‘comezinho’ da sociedade: o da informação. (…) Se eu fosse dona de uma empresa jornalística, Dines, você certamente seria o editor-chefe.

Simone Mello, estudante, Belo Horizonte

O JB e a ideologia do cala-a-boca – Alberto Dines

Uma cedilha e um vexame – A.D.