Todos os que sentimos profunda indignação pela utilização do poder tal como usa e abusa o casal Garotinho estamos mais aliviados pelo artigo publicado e, infelizmente, tristes pelas conseqüências, em função dele, ocorridas. Cidadãos e profissionais como você são a esperança que não podemos perder. Força e obrigada!
Marcia Munhoz, empresária, São Paulo
Jornal descartável
Não poderia deixar de manifestar meu apoio ao jornalista Alberto Dines por cada palavra de seu artigo publicado neste Observatório. A atitude do JB em afastá-lo só confirma sua decadência, e com isso perdemos nós, os leitores não ‘funcionalmente analfabetos’ um espaço para a reflexão do nosso cotidiano e o contato com o representante de uma imprensa que faz história e diz a que veio. Como ex-assinante, e atualmente somente consumidora do JB às sextas, sábados e domingos, diante de tal conduta elimino o periódico, infelizmente cada vez mais descartável, da minha casa. Nem o cachorro, usuário habitual, o merece!
Katia Antunes, advogada, Rio de Janeiro
Dava para perceber
Queria dar um beijo e agradecer a firmeza, clareza e nobreza de Alberto Dines em seu artigo ‘A imprensa sob custódia’. Trabalhei por 10 meses no caderno Cidade, do JB, isto há dois anos, e já naquela época dava para perceber que ali não se praticava jornalismo sério.
Ricardo Faria, jornalista e ator, Rio de Janeiro
Informe publicitário
Sobre o JB, escreveu pouco mas ‘escreveu bonito’! Creio que um profissional com a sua vivência tem mais é que gritar para todos ouvirem que o JB está meio que fazendo Informe Publicitário do casal Garotinho. Parabéns pela iniciativa. Pelo conteúdo de seu comentário creio que você já tinha decidido deixar o JB. Quem te ‘demitiu’ só tinha essa saída ou sair junto.
Cláudio Moreno
Implosão em andamento
Caro Dines, saudações. Em rápidas palavras, está em andamento uma implosão da sociedade brasileira, com seu país, governo, instituições. Este visível e inconsciente esmagamento do Brasil tem como primeira resistência os profissionais de imprensa comprometidos com os interesses nacionais. O que se tem visto na realidade é o embate entre ‘o que se deseja aos brasileiros’ e ‘o que é ruim aos brasileiros e bom para os estrangeiros’. É a ação do império dos EUA e os ‘comandantes da globalização’. Dines e seus contemporâneos, no campo em que podem batalhar, a imprensa, ao lado de outros segmentos intelectuais, na defesa do que é bom para o Brasil, lançam a opinião revestida da palavra para informar, comunicar e formar consciência. Uma coisa sei eu: se as forças democráticas do meu país não convergirem a um pensamento único, sistematizado em ação, podem ficar certos de que em breve, breve mesmo, perderemos a feição de país soberano, com o retorno a um tipo de colônia pós-moderna.
Volnei Batista de Carvalho, advogado, Barra Velha, SC
Pergunta ao JB
Enviei a carta abaixo ao JB.
Luiz Flavio Autran
Senhores Funcionários do JB, sou assinante do JB há vários anos e estou na época de renovar minha assinatura. No entanto, eu gostaria muito de, antes de renovar minha assinatura, ter respondida pelos senhores a seguinte pergunta: é verdade que o jornalista Alberto Dines não é mais colunista do JB? Se os senhores confirmarem tal informação estarei cancelando minha assinatura do JB pois, a meu ver, o jornalista Alberto Dines representa o que há de melhor na imprensa brasileira. Agradeço-lhes pela pronta resposta. Atenciosamente, Luiz Flavio Autran Monteiro Gomes
Voz dos sufocados
Prezado Dines, que alegria poder ler o seu texto, mais que isso, sorver da sua sensatez. Estou para me formar em Jornalismo, sinto-me já jornalista e preocupo-me como tal, mas, revelo que me entristece a soberba de alguns profissionais que portam um título, porém, em atos, não defendem a pluralidade dessa poderosa ferramenta que é a informação, e avistam apenas seu próprio umbigo. Bato palmas pela coragem por revestir-se da armadura da responsabilidade, da consciência e deixar claro o que é claro. Mas ninguém gosta de mexer nessa submissão da mídia. Não deixe de difundir honestidade e esclarecimento sobre questões que dizem respeito diretamente a nossa vida, a nosso cotidiano. Obrigado por motivar-me na minha busca não só pela verdade, tão subjetiva nos dias de hoje, mas por sentir-me consciente de que posso de alguma forma, com coragem e inteligência, melhorar um pouco o mundo em que vivemos, ser a voz de quem é constantemente sufocado.
Jayme Rocha, comerciário/estudante, Rio de Janeiro
A praga da mediocridade
Vivemos um grave momento de mediocridade no país. Esta mediocridade infiltra-se de uma forma tão contundente que passa a ser o corriqueiro e o habitual no relacionamento entre as instituições e os membros da nossa sociedade. Se os órgãos de comunicação forem tragados por esta praga, a praga da mediocridade, o mutismo reflexivo será a regra que norteará o rumo da nossa sociedade. Esta autocensura imposta pela imprensa com o fito de preservar os seus interesses mesquinhos é o que de pior pode ocorrer dentro de uma nação. Aplaudo ao Dines pela brilhante página jornalística e filio-me de corpo e alma aos que militam pelo compromisso de luta pela verdade em todos os seus sentidos
Marcelo Gonçalves Pereira, médico, Nova Friburgo, RJ
Nem de longe inimigo
Tomei conhecimento da demissão do jornalista Alberto Dines através dos boletins do Comunique-se. Há muito tempo sou leitor atento de seus textos jornalísticos, também tenho apreço por sua obra literária. Ainda recentemente folheei o volume I de Vínculos de fogo, que pretendo reler em breve. Dines é coerente em sua prática jornalística. Coerência é hoje, no Brasil, fator de incômodo. Quando um colunista é demitido por ter manifestado opinião contrária à forma de agir do jornal, opinião manifestada fora do jornal, dá para questionar o papel da informação difundida por esse jornal.
Demissão é um ato radical, equivale à tentativa de quebra da espinha dorsal pelo impedimento às fontes de sobrevivência. Caberia antes uma discussão ampla sobre o que causou o incômodo, se bem que os donos do jornal não iriam querer discutir o indiscutível. O texto do Observatório é irrepreensível e evoca outra discussão.
A crise da imprensa não estaria atrelada às posturas dos jornais que teimam, de forma esquizofrênica, em fugir dos fatos e tentar criar uma realidade paralela? Dines está longe de poder ser considerado inimigo do JB. Ele emprestou a sua experiência ao jornal. Colocou o conhecimento e o prestígio adquiridos em anos de trabalho buscando formas de comunicação voltadas para o estabelecimento de relações mais justas e humanas neste país tão desigual.
A demissão foi um ato de prepotência e arrogância. Resta um consolo para aqueles que como eu acreditam que por meio da imprensa os poderes constituídos e a população possam se entender melhor. Não dá para despedir a todos que buscam informar a verdade, a única missão da imprensa.
Correr para os cofres do BNDES é apenas uma forma de adiar o inevitável. Os leitores só retornarão quando a imprensa voltar a ser atraente. Isso só vai acontecer quando forem substituídas as cabeças viciadas dos patrões que estão por aí.
Sidney Borges, jornalista, Ubatuba, SP