A tese da Fair (Fairness & Accuracy in Reporting) – a ‘falsa imparcialidade enquanto simula expor a perfídia política na verdade a encobre, neutralizando a crítica a pretexto de que ‘todos’ são pérfidos’ – em vez de decepcionar os ingênuos que acreditam na imparcialidade jornalística reforça a pretensão de a apuração dos fatos ser realizada com o necessário rigor ético, sob pena de comprometer a função essencial da mídia. Miragem ou utopia, não importa, mas certamente um possível pensável capaz de se tornar realidade bastando para tanto a vontade dos jornalistas em assumir individualmente a responsabilidade ética de informar corretamente os fatos sem interpretações, no mínimo, sensacionalistas e, várias vezes, insidiosas. Reafirmo a minha crença na importância do jornalismo e na competência dos jornalistas, mantendo a minha esperança de que é possível vencer os monstros sagrados do narcisismo, do micro-fascismo e do utilitarismo interesseiro, desde que com implacabilidade, persistência, muito combate, principalmente, não aceitando o status quo como inevitável e imutável. Conformismo com a perfídia, jamais!
Roberto Bittencourt dos Santos, Rio de Janeiro
Leia também
Falsos equilíbrios – Marinilda Carvalho
Memória do resto
Aparência é tudo! E ‘aparentemente’ as eleições dos EUA apontam mesmo para uma disputa Bush X anti-Bush. Independentemente de quem vencerá estas eleições, a minha curiosidade está aguçadíssima no sentido de saber como Kerry se comportaria frente a um país cujo governante ele criticou do início ao fim com a bem citada filosofia do ‘eu não esqueci do resto’. E quanto a Bush, se vencer, será que ele vai ‘lembrar do resto’ ou o Iraque precisa entrar no caos outra vez para dar pano pra manga e ele ter o que fazer noutro mandato? Oh, dúvida cruel!
Janaina Pereira, supervisora de callcenter, Recife
Leia também
Aparência é tudo – Rafael Soares
Nada superior
A mídia nos EUA quer ser muito superior a dos outros países, coisa muito corriqueira, que não deveria ocorrer. Muitos profissionais que trabalham na área acham que são os melhores de todos, mas isto não é verdade. Os profissionais cometem erros grotescos, e não vêem isto.
Edmar de Paula, professor, Cornélio Procópio, PR