Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Conceito seletivo

Pois é, no caso Larry Rohter, quase estupidamente banido por uma análise infeliz do Sr. Lula, o mundo veio abaixo invocando a tão decantada liberdade de imprensa. O jornalista Jorge Kajuru foi violentamente despedido online da TV Bandeirantes por críticas objetivas ao governador de Minas Gerais, Sr. Aécio Neves, e não se ouviu um zunido em favor de Kajuru daqueles que criticaram Lula. Como é relativo e seletivo esse conceito de liberdade!

Raimundo Andrade Simões, aposentado, São Vicente, SP



A história se repete

A matéria ‘O abuso ficou por isso mesmo’ diz:

A Band fica mais feia ainda na tela se Aécio não pediu a cabeça de Kajuru. Estaria a emissora pensando no futuro, e apostando na já lançada campanha Aécio Presidente?

Lançada desde 2002, certo? Desde então, quando ele foi eleito governador, Aécio foi considerado o símbolo de uma suposta ‘renovação política’, sempre apoiado na figura do avô, que no seu tempo também foi apresentado como o ícone de uma nova era. De lá pra cá, só se vê Aécio Neves nas colunas sociais, freqüentemente louvado, raramente criticado. Na festa do jogo Brasil x Argentina, toda a fofocada deu destaque (claro, ganharam seus convites vips).

Ainda não é uma campanha muito explícita. Ao feitio da tradição mineira, come-se quieto. E pelas beiradas. Ainda bem que há pessoas como nós, que já vimos esse filme há 15 anos, para reparar que a história se repete.

Raphael Perret, jornalista, Rio de Janeiro



Puxa-saquismo crônico

Até quando o jornalismo vai ficar nas mãos de meia dúzia de patrões que desprezam a liberdade de expressão? Cultivam puxa-saquismo crônico com os poderosos. Sublocam espaços a igrejas comerciais. Copiam, sem o menor espírito critico, matérias do noticiário internacional, muitas vezes contrárias ao interesse do Brasil. Embora não concorde algumas opiniões do Kajuru, acho que ele deve continuar falando o que pensa. Por sua coragem, ele deveria servir como paradigma do bom jornalista.

Milton Sacramento, servidor publico, Brasília



Restam os mumificados

Fiquei indignada com a atitude da Rede Bandeirantes em demitir o jornalista Kajuru em função de uma crítica ao que estava acontecendo naquele jogo do Brasil lá nas Minas Gerais. São raríssimos os jornalistas preocupados com a função social da profissão. É uma pena que as empresas consigam mumificar os jornalistas, que deveriam estar à serviço da sociedade.

Ana Maria Sanches, bibliotecária, Palmas



Escravidão século 21

Vivemos uma falsa democracia. Daqui a pouco vamos parecer os ‘americanos’ dizendo: ‘Vivemos na América e na América podemos falar o que quisermos, somos livres…’ Essa baboseira que se vê em muitos filmes que são verdadeiros clichês da ‘doutrina’ norte-americana. A verdadeira liberdade de expressão que se busca foi aquela duramente perseguida em épocas não muito distantes, quando prevalecia a voz da ditadura, principalmente nos países da América Latina. (…) Jorge Kajuru, Juca Kfouri, José Trajano estão entre os raros da mídia. Temos uma ditadura de empresas, uma escravidão século 21, e toda escravidão tem seus ‘capitães do mato’. (…)

Alex P. Ribeiro, Juiz de Fora, MG



Abuso e indecência

Eu não vou a campo de futebol e não olho com bons olhos o político brasileiro. Apesar de assim proceder, ainda me acho com austeridade para comentar esse abuso e essa indecência. São prática comum neste país ações administrativas ou de outro cunho tomadas por tráfico de influência de quem exerce algum poder nesta República. O político se declara convicto democrata mas, pratica seus deslizes, quase sempre atropelando os mínimos princípios de respeito à dignidade e ao limite do outro e, invariavelmente, do eleitor humilde. Que, infeliz e lamentavelmente, ainda não se deu conta de que verdadeiramente é peça fundamental para que o público galgue a cadeira do poder. (…)

Quanto ao profissional, do triste fato, colhe-se uma lição: ninguém, mas ninguém, deve vender sua liberdade e sua dignidade, em função da mediocridade e de ação de um imbecil empolgado pelas luzes do poder e da incompetência administrativa de muitos empresários que só demonstram competência administrativa porquê vivem mamando nas tetas dos organismos governamentais que lhes dão sustentação em face de suas estúpidas conduções empresariais. (…)

Lúcio Reis, aposentado, Belém

O abuso ficou por isso mesmo – M.C.