Deplorável a atitude do Diário Catarinense em substituir a escritora e historiadora Urda Alice Klueger. Como historiador e professor, atento às questões internacionais, não posso concordar com a senhora Heloiza G. Herscovitz, que defendeu tanto a isenção e objetividade (admira-me uma doutora em Jornalismo desconhecer a subjetividade do uso da objetividade), argumentar de forma tão passional a respeito de questão tão delicada, escondendo-se sob o fantasma do Holocausto e sob o discurso do anti-semitismo. O DC errou ao substituir a escritora e historiadora Urda A. Klueger, bem como deu a impressão de praticar autocensura e coibir a livre expressão de idéias, bandeiras tão caras ao jornalismo nos tempos da ditadura. Nestes 25 anos de RBS, não poderia ter tido este jornal atitude mais vergonhosa!
Informo que estou deixando de ler o DC, bem como estarei manifestando minha indignação aos meus alunos em Blumenau, Indaial e Florianópolis, sugerindo inclusive, que deixem de comprar o DC como forma de repúdio a ato tão execrável como este, de se impedir a livre manifestação de idéias àquela que é considerada um dos principais nomes da literatura no Sul do Brasil. Com meus protestos e envergonhado com a imprensa catarinense.
Viegas Fernandes da Costa, historiador e professor, Blumenau, SC
Semitas em paz
Prezada Heloiza Herscovitz, aprecio o OI, semanalmente leio seus artigos, há anos.
Há uma impropriedade semântica no artigo ‘Imprensa e responsabilidade social’: anti-semita é um inimigo de semitas, quem tem preconceito contra o grupo racial de semitas, de acordo com a tradição bíblica, os descendentes de Sem, filho de Noé: hebreus, árabes e, na Antigüidade, fenícios, cartagineses, assírios, babilônios e outros povos. Tanto o general Ariel Sharon quanto Yasser Arafat e Osama bin Laden são semitas! Seria paradoxal, absurdo, tratar a mídia que apóia palestinos de anti-semita. Como pode ser o semita Arafat anti-semita? Mais apropriado chamar a mídia que ataca a política de Israel em relação aos palestinos de anti-israelense ou anti-sionista. Esses rótulos, aliás, são incômodos, melhor não usá-los, pois a mídia hoje, no geral, é contrária à política do Likud do general Ariel Sharon, como apresentava sob luz favorável a política do general Itzhak Rabin.
Esperamos todos que os semitas judeus e árabes se entendam, façam a paz e prosperem lado a lado!
Ernesto Marra, Rio de Janeiro