Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Escandalosa matéria

Dines, e o que dizer da escandalosa matéria da IstoÉ sobre o Rio de Janeiro?

Helton Ribeiro, jornalista, São Paulo



Matéria paga

Leitor assíduo do OI, não li nada a respeito da matéria de capa, paga, da IstoÉ sobre o Rio de Janeiro. Uma revista dita ‘independente’ não pode se prestar a isso. Somos pobres, não temos dinheiro para investir em brindes caros. Só nos destacamos no mercado devido a nossa credibilidade. Mas, depois desta matéria, o que vamos vender aos nossos leitores?

Marco Aurélio Clerris, redator de marketing direto, São Paulo



Escribas de Ramsés

‘Na ânsia de divulgar a acusação deixa de lado a forma com que o petardo foi armado e disparado.’ Acho, aqui, que o Dines responsavelmente condescende com a mídia. Sim, responsavelmente, pois caberia a ele provar que por trás da alegada ansiedade podem existir – e quase sempre existem – coisas do arco da velha. Não, nunca, jamais acreditarei na inocência dos grandalhões da mídia. Logo, não acredito que a dissipação no denuncismo, de forma não tão criteriosa, obedeça apenas à Lei do Furo de Reportagem. Tem muita gente por aí erguendo estranhas catedrais, como diz Chico (o Buarque). Do meio, ao menos domesticamente falando, conheço figurinhas que costumam atirar no pé e mirar na testa. Mandou a grana, faz-se o curativo; não mandou, executa. Os escribas de Ramsés eram mais honestos: todos já sabiam para quem e sobre o que eles escreviam.

José de Almeida, publicitário, Itabaiana, SE

Leia também

Predadores em ação – Alberto Dines



Falta contraponto

Gosto das análises do Dines, por causa do seu otimismo [‘Do totalitarismo à democratização dos meios’], pela sua capacidade de mostrar caminhos possíveis. Mas, com relação a este texto, permita-me uma discordância. Não acredito que possa haver democracia de fato onde o fluxo de informações de interesse público é controlado por empresas de comunicação cujos maiores objetivos são obter sucesso comercial em troca da garantia de possibilitar um ambiente informativo e cultural favorável à hegemonia dos grandes grupos econômicos e do poder político de plantão. Que ‘metas’ sugeriria o autor quanto a esta dependência? Pelo que eu entendi, Dines propõe que o Estado não deveria oferecer ao cidadão um contraponto à informação cheia de cortes editoriais interessados da mídia comercial. Isto não seria mais um risco para a democratização?

Luiz Carlos Santana, jornalista, Brasília

Leia também

Do totalitarismo à democratização dos meios – A. D.



Sem rumo e sem ética

Nada de novo no front. A partir do momento em que o Estado abdica das suas funções primordiais (saúde, educação, segurança etc.) deixando tudo ao mundo empresarial e competitivo, este cumpre sua natureza e faz o possível e o impossível para vencer na única área que reconhecem, dinheiro. Ninguém trabalha ou produz pelo esporte de trabalhar ou produzir, é só pelo dinheiro. Assim sendo, é redundante que ocorram esses e outros problemas tão graves quanto.

Espionagem, mentiras, assassinatos, intrigas, armadilhas, chantagem, tudo faz parte do affair ‘ganhar dinheiro’. Vale tudo, é tudo pelo negócio e quanto menos concorrentes melhor, mais rentável. O meu e só o meu. Esse é o diapasão. Num país sem rumo e sem ética, para azar de quem prefere o contrário, é assim mesmo, não há que chorar. Sem Estado digno, a natureza dos homens faz a festa. É só apreciar até que limites…

Luiz Ribeiro Cordioli, engenheiro, São Carlos, SP



Espiões amazônicos

No norte do país, especificamente na Amazônia, milhares de espiões, com os mais variados disfarces, desde missionários a gerentes de ONGs, transitam livremente buscando todo tipo de conhecimento que a região oferece. A indústria farmacêutica e a de cosméticos são as mais atuantes. Registram patentes descaradamente de substâncias que só existem em solo amazônico. O governo não mexe um dedo para evitar tais roubos. Quando o PT lutava para chegar ao poder, mantinha uma rede de militantes nos órgãos públicos para esmiuçar a vida dos que consideravam inimigos.

Agora, com o episódio da Kroll, o que se observa nas várias opiniões publicadas é que o patriotismo tomou conta de todos. Há que se ter uma alma muito ingênua, para se pensar que num negócio envolvendo milhões e milhões de dólares a ética seja o freio dos envolvidos. Nunca foi, não é e não será. Faz parte da natureza humana. Quando um grupo de homens das cavernas descobriu como acender uma fogueira tentou de todos os meios esconder este segredo. Não conseguiram. Segundo a Bíblia, o Senhor teria dito a Moisés: ‘Envie homens que possam espionar a terra de Canaã, que dou aos filhos de Israel; de cada tribo de seus país será enviado um homem, e cada um desses será um príncipe entre eles.’ Números 13:1-2.

Se não há necessidade de profundos estudos para se chegar à conclusão de que mais dia menos dia seremos espionados, a decisão correta é tomar as providências para que isso não ocorra. Os americanos gastaram três bilhões de dólares para inventar um equipamento chamado ultracentrífuga, usada no processamento do urânio. Os militares brasileiros gastaram 10% daquele valor e tiveram êxito. Será que não existem espiões por aí querendo os detalhes desta criação? Seria muito ingênuo pensar que não. Portanto, em vez de ficarem reclamando, o certo seria se precaver.

Aurílio Nascimento, Rio de Janeiro