Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Excrescência da ditadura

A imprensa esqueceu uma das grandes excrescências da ditadura Vargas, que é mantida viva tanto por políticos de direita como pelos ex-de esquerda e hoje direitistas (Lula e o PT): a famigerada Voz do Brasil, uma imposição que só existe hoje no Brasil, em que milhões de ouvintes de rádio são obrigados, todos os dias, a escolher entre um programa estatal ruim e distante de sua realidade ou desligar o aparelho; 97% escolhem a segunda opção, penalizando o rádio e beneficiando a TV, que a partir das 19h constrói seu horário nobre. É injusto, é imoral, é prejudicial ao cidadão, é cerceamento da liberdade de imprensa, é imposição fascista de opiniões oficiais à população, é inconstitucional. É um resto do esqueleto de Vargas que precisa ser enterrado de vez.

Marcel Leal, empresário, Itabuna, BA

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Imprensa cultua Gegê e esquece o Estado Novo – Alberto Dines

 



PROGRAMA ESPACIAL
Que país queremos?

Parabéns a Ulisses Capozzoli pelo artigo. Nós brasileiros(as) deveríamos refletir um pouco sobre que país de fato queremos para o futuro. Compreendo a necessidade de evoluirmos no campo tecnológico, mas primeiro temos que avançar em outros ‘campos’, como na saúde, na educação etc. Pois só assim poderemos atingir de fato o espaço.

Elias de Cassio Matos, geógrafo, Belo Horizonte

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Pauta ligeira e desencontros no espaço – Ulisses Capozzoli



PIZZARIAS & ITALIANOS
A cozinha do chef doido

A Folha publicou com a edição de sexta-feira 13 de agosto o Guia Pizzarias & Italianos. Na matéria ‘São Paulo põe todas as regiões da Itália na mesa’, com o objetivo de associar regiões, pratos e restaurantes, o jornalista Josimar Melo, que inclusive ilustrou o texto com um mapa da Itália, afirmou que ‘o molho à bolonhesa vem, é claro, de Bolonha, na região do Piemonte, famosa por seu arroz – e uma das primeiras casas a servir risotos foi o In Città, da bolonhesa Monika Galloni’.

O risoto pode ser um prato piemontês, mas Bolonha situa-se na região da Emilia-Romagna. O fato do restaurante de uma bolonhesa servir uma especialidade piemontesa não significa que Bolonha esteja geograficamente localizada no Piemonte. Na mesma matéria foi dito que ‘no começo, o perfil dos restaurantes italianos de São Paulo leva a crer que a cidade era uma grande Nápoles. É que a imigração italiana do início do século 20, que trouxe operários fabris para trabalhar na cidade, vinha principalmente daquela região’.

Sem dúvida, a colônia napolitana era numerosa em São Paulo, mas as regiões industrializadas da Itália, no início do século 20, eram a Lombardia e o Piemonte. Os imigrantes provenientes da região de Nápoles eram predominantemente camponeses destinados à lavoura cafeeira, os quais migraram posteriormente do interior para a capital, onde uma parcela aprendeu ofícios industriais. Assim, a matéria parece ter sido elaborada em mesas de restaurantes, já que nelas não há gavetas para abrigar um Atlas geográfico e um manual de História do Brasil.

João Bonturi, professor, São Bernardo do Campo, SP

 

BRASIL DE FATO

Para 7 mil convivas

Provavelmente, a dificuldade do jornal resida no fato de somente interessar aos 7 mil convivas da maravilhosa festa. O linguajar raivoso e atrasado que permeia suas páginas não tem lugar no Brasil de hoje, apesar de alguns pensarem o contrário. Sugiro que peçam ajuda aos 3.800 jornalistas que elegeram a nova diretoria da Fenaj, aquela que se acha no direito de falar em nome de 130 mil colegas.

Cacalo Kfouri, jornalista, São Paulo



OLIMPÍADAS 2004
Band fura a Globo

Incrível o furo que a Globo levou da Bandeirantes… Preferiu passar um filme da Xuxa (!!!) a cobrir a maior garfada do esporte de todos os tempos. Pensemos, por um instante, no que significaria para o Brasil vencer aquela primeira Maratona do século e terminar a Olimpíada entrando modesta e majestosamente no estádio para ‘fechar’ o evento! A Bandeirantes bateu o quanto pôde, mas a Globo faltou ao combate.

Flávio Rezende de Carvalho, professor, Rio de Janeiro



Globo pisou na bola

As TVs brasileiras tiveram toda a chance de despertar o espírito olímpico nos jovens brasileiros, nesses dias de Olimpíadas. São poucos dias, e uma cobertura de 100% dos jogos pela TV ajudaria muito o Brasil no surgimento de novos atletas e no fortalecimento dos atuais. Mas, infelizmente, quem tem essa concessão que na verdade é o quarto poder do Brasil pisou na bola.

Isso não tem nada a ver com patrocínio. Durante a Maratona, a TV Globo resolveu mostrar um filme dos Trapalhões, coisa que poderia ser exibida em qualquer dia. É lamentável que a TVs brasileira esteja na contramão, correndo contra o Brasil. Péssima administração da TV brasileira. Tirando a Band, nossa TV não tem espírito olímpico.

Marcos Vinicius Maranhão, analista e webmaster, Uberaba, MG



Passando o chapéu

Acompanhei anos atrás esses nossos mesmos atletas e vi muitos deles literalmente passando o chapéu para competir em muitos eventos fora do país. O fraco desempenho do país nas Olimpíadas não é um ótimo momento para imprensa divulgar a infra-estrutura precária de nossos centros de formação de atletas (se é que eles existem)? As medalhas que virão em sua maioria serão de atletas de classe média, ou seja, uma minoria que teve condições de se dedicar a algum esporte. Infelizmente o que vemos é uma imprensa eufórica mas não cega e que não está muito interessada (é claro, ela precisa da audiência) na realidade da nossa estrutura esportiva.

Michel Angelo Campos Duarte, Rio de Janeiro