Todos sabemos que a Rede Globo vem passando por sérios problemas financeiros, assim como as outras redes de televisão. Sabemos também que as televisões sobrevivem do dinheiro dos anunciantes que, por sua vez, anunciam naquela rede que tem o maior índice de audiência e, esta, é conseguida por reportagens espetaculares. Seguindo o raciocínio, nada mais natural na ‘sociedade do espetáculo’ do que espetacularizar o social, mostrar que, diante de todas as adversidades, conseguimos vencer, e isso só depende do nosso esforço individual. Globo e capital…tudo a ver.
Welington Silva, professor, Salvador
Campanha pró-Atlético/PR
Certíssimo o comentarista Antônio Carlos Teixeira. Aqui no Paraná há muito tempo existe uma campanha na mídia pró-Atlético Parananense: jornalistas-torcedores ou matérias compradas? A grande frustração foi não serem campeões estaduais nos últimos dois anos, por isso estão investindo tanto no Campeonato Brasileiro, afora a questão da rápida construção da arena (construir, mesmo que seja um meio estádio, em algumas semanas, não se consegue vendendo tijolinhos da construção antiga). Tudo muito intrigante! Parabéns pela matéria.
Karina Medaglia, médica, Ponta Grossa, PR
Torcedores em ação
Somos um grupo de atleticanos, mas antes de tudo somos amantes do futebol e da honestidade. Sabemos que para um time se tornar campeão brasileiro deve ultrapassar vários dificílimos obstáculos e não estamos de nenhuma maneira esperando que a caminhada do Atlético rumo ao bi seja uma empreitada fácil.
Por outro lado, estamos sendo obrigados a assistir nos últimos dias, uma campanha massiva, orquestrada por alguns profissionais da mídia de outros estados, no sentido de pressionarem a opinião pública contra o Clube Atlético Paranaense. Todos nós que acompanhamos o futebol brasileiro sabemos que infelizmente estas iniciativas não ficam jogadas ao vento. O constante uso dos factóides e das insinuações maldosas, mesmo em tom de brincadeira, acabam influenciando a opinião pública e logo podem se refletir no comportamento dos árbitros.
Acreditamos que a união de todos aqueles que prezam a honestidade e que desejam vê-la presente no contexto do futebol, pode – se não neutralizar – diminuir os efeitos destas tentativas aparentemente descompromissadas. Talvez estejamos sendo precipitados, mas também nos preocupa o silêncio da diretoria do Clube Atlético Paranaense, que de forma quase direta foi recentemente acusada por um animador/comentarista de nome artístico Paulo Morsa de manter um esquema para favorecimento do Atlético através de arbitragens. Nosso grupo está iniciando uma campanha que será mais intensa a partir do próximo jogo com o Paraná Clube e que terá o objetivo de mostrar ao Brasil e ao mundo que não desejamos ajuda, porém tampouco toleraremos que nos tirem este título no grito.
Patricia Bahr
Resposta a um colega torcedor
O colega jornalista Francisco Tramujas Jr., de Curitiba, empatou a discussão e ainda abriu vantagem em sua carta ao Observatório da Imprensa. Ao se apresentar como jornalista, o colega apenas reforça a tese de meu artigo sobre os jornalistas-torcedores. Ou alguém acha que o jornalista curitibano é torcedor do Coxa ou paranista? Depois, ele desempatou a discussão ao comparar a estrutura do Atlético (PR) à do Santos, fato que sequer foi mencionado em meu texto. Aliás, não citei o Santos em nenhum momento.
O torcedor do Furacão fez 3 a 1 ao falar com falsa habilidade sobre ‘argumentos, imparcialidade e ética no jornalismo’, quando advoga publicamente para o clube que ama. Ampliou a discussão para 4 a 1 ao mencionar os ‘profissionais’ que trabalham no clube, quando se sabe que no futebol o que manda mesmo é a qualidade dos atletas. Em seguida, disse mais: que eu teria falado em ‘esquema’ da TV Globo. Em que parte do texto há isso, colega? Eu disse que há ‘interesse’ da Globo de que o Atlético Paranaense seja o campeão. E ela está, sim, empenhada nessa empreitada. E não arredo pé dessa conclusão.
Por fim, o colega esqueceu-se de que a TV Globo chegou a ‘ajudar’ o país a eleger um presidente. Por que não teria interesse que alguma equipe fosse campeã em vez de outra? Se o colega perdeu o curso da história, se não soube desse fato, não tenho culpa. Aliás, é um fato que jornalista nenhum deveria desconhecer, principalmente os que se julgam mestres e doutores.
Antonio Carlos Teixeira, jornalista, Brasília