Sinceramente, gostaria que me explicassem a censura diante do discurso de Lula pró-Marta. O presidente da República não pode pedir votos para sua candidata num estado? E o governador de PE, pode? Descaradamente? A questão está ligada ao cargo do Executivo (federal, estadual, municipal)? Se sim, como fica então a situação do governador Jarbas Vasconcelos em relação ao seu candidato Cadoca?
Sonia Barbosa, socióloga, Recife
O discurso pró-Marta sumiu – Aspas
Jornalista abre voto?
Uma coisa me incomodou muito aqui em Ribeirão Preto, no que diz respeito à ética nas eleições. Até que ponto um jornalista deve falar abertamente sobre em quem vota ou a quem apóia? Aqui, em Ribeirão, o jornalista Wilson Toni, um dos mais conhecidos da cidade, que tem programa de rádio e TV e até um jornal (estilo monopólio da notícia), além de ter sido filiado até recentemente ao PFL, agora decidiu subir ao palanque e apoiar o candidato petista Gilberto Maggioni, atual prefeito da cidade.
Como jornalista (ex-CBN e Folha de S.Paulo, atualmente em assessoria) acho extremamente prejudicial ao jornalismo este envolvimento com políticos, e só abro minhas simpatias políticas aos meus amigos mais próximos. Não falo aqui em nome de nenhum candidato, até porque cá entre nós eu também votaria em Maggioni, mas sim em nome da independência do jornalismo, da sua real autonomia. Tenho certeza de que está cheio de ‘Tonis’ pelo Brasil.
Adriana Matiuzo, jornalista, Ribeirão Preto, SP
Censura prévia em Lençóis
Escrevo de Lençóis Paulista, onde o promotor de justiça, Henrique Ribeiro Varonês, convocou os três jornais da cidade, que circulam semanalmente aos sábados, para de forma ditatorial averiguar o que seria publicado no sábado, dia 2, véspera das eleições municipais. Censura prévia descarada. O cabresto, comum do interior da Bahia, continua sendo usado também no interior de São Paulo de forma vergonhosa, afrontando de maneira absurda a liberdade de imprensa.
Tânia M. Orbi
Fiesp e vazamentos
Vale lembrar: o presidente anterior da Fiesp, Horácio Lafer Piva, tampouco era um homem que trabalhou na indústria. Sempre foi do conselho de administração da empresa de sua família. Quanto aos dados da Receita Federal, em geral são vazamentos escrupulosamente selecionados. Qualquer um que cobriu essa área sabe que não existe investigação nessas histórias. Paulo Skaf está sofrendo um bombardeio desde o momento em que teria falado com o presidente Lula em pacto social. O ministro Antonio Palocci tem horror a qualquer coisa chamada pacto para estabilizar preços. Como Palocci tem garantida uma ‘blindagem midiática’, quem vai contra a maré recebe chumbo dos cães de guarda.
Enio Vieira, jornalista, Brasília
Uma bomba que ninguém quis escutar – Alberto Dines
ELEIÇÕES LÁ
Após assistir na TV CNN ao primeiro debate, de uma serie de três, entre os candidatos à presidência dos EUA, fico com a impressão de que o democrata John Kerry, após uma excelente performance que colocou seu oponente George W. Bush o tempo todo na defensiva, começou a virar o jogo e arrisco dizer que vencerá as eleições, a não ser que algo surpreendente e impactante ocorra ao longo da campanha. O debate foi magnificamente bem conduzido por Jim Lehrer, da TV PBS (canal 13 em NYC), que na minha opinião é responsável pela melhor, mais independente e mais inteligente programação produzida pela televisão americana de canal aberto. Foi uma noite histórica para a democracia e para aqueles que tem esperança no breve restabelecimento de uma política externa americana baseada no bom senso, na multilateralidade e na busca da paz, da autonomia e da solidariedade entre os povos habitantes deste pequeno mas extraordinário planeta, em sério risco de extinção.
Daniel Taubkin