Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Itabira agradece

Caro Sr. Alberto Dines, queremos, ainda que com atraso, prestar nossa solidariedade ao senhor. A turma do jornal O Cometa Itabirano – filhote do Pasquim fundado em 1979 e que circula no eixo Itabira-Belo Horizonte – manda-lhe um forte abraço. Em palestra na semana passada em Itabira, o jornalista José Maria Rabêlo se valeu de Shakespeare para contar a corajosa história do Binômio, que ousou enfrentar os poderes econômico, político e religioso de MG nas décadas de 50 e 60: ‘O homem covarde morre várias vezes antes de morrer; o homem corajoso só morre uma vez.’ Itabira agradece ao senhor pelo belo trabalho que tem feito em busca do aperfeiçoamento contínuo do ofício jornalístico. Abraços de aço do Vale do Aço.

Marcos Caldeira Mendonça, jornalista, Itabira, MG



Nova forma de ver

Depois do ocorrido com Jorge Kajuru (de quem aliás gostava, mas dificilmente via), não consigo mais acompanhar os programas jornalísticos da Band da mesma maneira. Não consigo olhar o Jornal da Band e seus âncoras, Carlos Nascimento e Joelmir Betting, da mesma maneira, sempre fico imaginando uma censura de algum político ou empresa (mil desculpas à reputação de ambos, mas tá difícil). O pior de tudo é no Canal Livre, que não perco há anos. Na entrevista com a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, tive a impressão de ver três representantes do PSDB/PFL (inclusive Fernando Mitre) debatendo com alguém do PT. Não sou filiado a nenhum partido. Pode não ter lógica na cabeça dos jornalistas, mas na minha, e acredito que na de muitos, tinha a lógica do Aécio/Kajuru.

Guillermo Caprario, engenheiro mecânico, Florianópolis



Em sala de aula

Adoro o jornalista Alberto Dines e utilizo seus textos em sala de aula. Gostaria de dizer que nós, leitores, perdemos muito mais do que ele.

Tânia Rodrigues, professora, Rio de Janeiro



Faltou a defesa do JB

Antes que todas as línguas de fogo recaiam sobre mim, vamos deixar claro que não compactuo com qualquer ato de violência contra qualquer forma de liberdade. Até por isso mesmo, confesso que fiquei pasmo ao ler a avalanche de manifestações de solidariedade ao ‘mestre’ Dines, imaginando que até ele mesmo poderia estar se sentindo incomodado com a falta do contraponto, qual seja, a defesa do diretor do JB. Overdoses de elogios, como se sabe, sempre são bem-vindas a jornalistas, mas que sempre geram uma certa desconfiança, lá isso também é verdade. Vejamos a que ponto isto chega. Em busca de fantasmas, chega-se ao cúmulo de colocar na mesma vala o bom e velho Dines e o nem tão bom nem tão velho Kajuru, de folha corrida já assazmente comentada Brasil afora.

Não importa. O que importa é que são vítimas de uma violência que vai nos atingir a todos, transformando o país em um lugar onde não se poderá acusar sem provas e onde vou poder desancar publicamente a empresa em que trabalho. Tudo em nome da liberdade. Há razão nisso? Deve haver, ainda que não nos diga respeito. Não bastasse, ao ler o OI desta semana, vejo a conclusão a que chega a sigla M.C. (Marinilda Carvalho?) frente a uma das míseras cartinhas que colocam dúvida sobre o pensamento único: ‘Ser condenado pela Justiça não significa que se esteja errado’. Não que lhe seja obrigação, mas a responsável terá idéia de que está fazendo apologia da anarquia? E, em se tendo a idéia, com que autoridade ataca um outro ato anárquico e draconiano como o do diretor do JB? Com um abraço.

Luiz Serenini, publicitário, Goiânia



Luiz Egypto responde

Prezado Luiz, o OI publicou as cartas que nos chegaram sobre o caso. Tantas quantas viessem em defesa do Jornal do Brasil também seriam publicadas. Mas estas não apareceram e o OI não inventa cartas. Nem leitores. (L.E.)



Marinilda Carvalho responde

Prezado leitor, que feio! Pinçar uma frase, tirando-a do contexto, figura entre as mais reprováveis práticas da imprensa. (Aposto que também não é aceitável na publicidade…) Cabe lembrar a frase inteira:

(…) Ser condenado pela Justiça, especialmente em denúncias contra bandas podres, não quer dizer que se esteja errado. Se você ler o noticiário verá que pilantras e juízes corruptos estão freqüentemente do mesmo lado: o das verdinhas.

Não há qualquer apologia à anarquia na crítica a juízes corruptos atrelados a bandas podres. O afastamento de vários deles mostra que a Justiça não é infalível. O STJ informa que 122 juízes e desembargadores respondem atualmente a processos por diversos tipos de crime, incluindo peculato, prevaricação e lavagem de dinheiro. E mais, amigo leitor, que desdém! A carta da leitora não é absolutamente ‘mísera’. Está publicada na íntegra, no espaço apropriado. Por fim, caro leitor, sabe o que é? Já estivemos num lugar em que se podia acusar sem provas, e não se podia desancar coisa alguma publicamente. E, acredite, não era bom. (M.C.)

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Liberdade de empresa

Menino de recado, não. Jornalista. Jornalista ‘encrenqueiro’ atualmente não é bem-visto nas redações. E isso é preocupante. Creio ser a insatisfação, a coragem e o inconformismo o combustível indispensável para o exercício do jornalismo. Sem esses ingredientes o profissional está condenado a ser um eterno ‘menino de recado’, como dizem lá no interior. O que mais me entristece é ver um jornalista criticar um colega censurado. Como disse muito bem Alberto Dines em seu comentário ‘Imprensa não gosta de encrenqueiros’, essa atitude, no próprio meio, é perigosa, pois, disfarçadamente distorce a verdadeira missão do jornalista e incorpora outros valores no exercício da profissão. Amanhã pode ser ele, o que critica, a ser mandado embora. Tomara que não. (…)

É preciso parar e refletir. Qual o papel da imprensa na sociedade atual? Diferente da forte censura que o país viveu em 1968 com o AI-5, hoje vive-se uma censura disfarçada, perigosa, que todos sabem de onde vem, mas, poucos contestam. Como estudante de Jornalismo e cidadão vejo que não vivemos uma liberdade de imprensa como se apregoa aos quatro ventos. Interferências políticas e mercadológicas nos conteúdos dos diários e de outros meios de comunicação são uma constante. E isso é perigoso. Jorge Kajuru, no OI de15/6, chamou liberdade de imprensa de ‘liberdade de empresa’. (…)

Anderson Martins, estudante de Jornalismo, Belo Horizonte