Pelo dito popular, o material jogado na guerra dos ventiladores começa pela letra M. De resto, é para que servem as páginas das duas revistas. É constrangedor fazer este tipo de comentário, pelo qual peço desculpas pois nem tudo está perdido. Salve o Observatório da Imprensa.
Francisco Chagas Costa, arquiteto, Recife
Vale a auto-ajuda
Dines faz uma análise absolutamente correta sobre o jornalismo praticado pelas revistas Veja e IstoÉ, mostrando que fazem jornalismo semelhante.
Quanto às matérias sobre saúde ou mesmo auto-ajuda, acho que o espaço para tais assuntos deve existir, desde que eles sejam tratados com seriedade e ética. As matérias deveriam conter informações importantes e não poderiam ser patrocinadas por laboratórios, por exemplo. O problema é que estas matérias, quando feitas nesse tipo de revista, cujo perfil não é nem científico e nem de saúde, acabam ficando na superficialidade ou no sensacionalismo. Quando espremidas, sai muito pouco caldo. O conteúdo é quase sempre fraco e repetitivo.
Mas há exceções. Algumas são bem feitas, interessantes, e nos passam informações preciosas sobre novos tratamentos para certas doenças, avanços científicos ou mesmo dicas para se relacionar melhor com o nosso corpo, com as tensões da vida moderna etc. Não vejo perigo de estes assuntos nos tornarem mais ou menos alienados. Tem muita gente que lê Marx e é alienado. Em compensação, conheço pessoas que curtem auto-ajuda e são altamente politizadas, participativas e aliadas a projetos avançados, nada alienantes. Quanto às matérias sobre o pânico, concordo com você. Elas já estão me deixando em pânico!
Virgínia Maria Fonseca de Castro, jornalista, Belo Horizonte
A vida dos genebaldos
Não deu para ler por completo nem o texto de Alberto Dines nem o de Deonísio da Silva. Tenham dó! Ibsen é o nosso Dreyfus?! Não deu para sacar que a ‘revelação’ de IstoÉ é uma encomenda, muito bem paga? Ibsen foi pego brincando com o orçamento junto com os anões Genebaldo Correa, João Alves et caterva. As provas da CPI do Orçamento são acachapantes. Não se comparam com as da CPI que derrubou Collor. Alguém se lembra que Ibsen foi capa da Veja como o sucessor de Collor? O homem acima de qualquer suspeita. Jornalismo é, no mínimo curiosidade, portanto, antes de ‘redimir’ o homem, bastaria dar uma olhada no relatório da CPI. Ibsen só está voltando agora porque teve seus direitos políticos cassados. Fingiu-se de morto para viver a vida dos genebaldos.
João Miramar Potyguara, ex-jornalista, Salamanca, Espanha
Não ligam a mínima
Pena que nem Veja nem IstoÉ liguem a mínima para a matéria. Eles sabem que poucos, muito poucos mesmo dos seus assinantes vão tomar conhecimento das criticas. Afinal, qual o alcance da internet?
João Firmino Neto, advogado, Recife
Simples negócio
A imprensa atual, assim como os serviços médicos, forças armadas e ensino público, tornaram-se simples negócio, seguindo de perto o modelo americano atual. O que mais se vê hoje é a comprovação das inúmeras apresentações de Chomsky a respeito do verdadeiro papel da imprensa, terrível vilã da desinformação pública. Essa realidade já está tão profundamente enfronhada que não há mais volta para o que o jornalismo deveria ser. Para que observar a decadência de algo que se sabe não mais ter conserto? Ou vocês também fazem isso apenas pela atração pública? Lamento ser tão direto, mas há muito acompanho o Observatório, e o nível de críticas nem de longe satisfaz alguém que, como eu, gostaria de voltar a ver algo de realmente bom, sólido e limpo neste pequeno ponto azul.
Paulo Sasaki, consultor, São Paulo
Jornalismo marrom
Na minha humilde opinião as duas revistas não têm a menor credibilidade. Jornalismo marrom em alto estilo é tudo que oferecem aos leitores.
Mario Oliveira, aposentado, Rio de Janeiro