O que mais me preocupa nisto tudo é que estas notícias continuam a circular na imprensa em pequenos espaços e quase sem nenhuma repercussão. Não vemos editoriais de jornais expressivos ou rádios e TVs defendendo o direito à livre expressão. Quando é um Tim Lopes da todo-poderosa Globo ainda se prepara um pano de fundo para que a casa apareça solene e compadecida, clamando por justiça e tudo o mais, mas um jorge, um joão, um josé ou um outro qualquer fica por isso mesmo!
Se alguém tiver alguma dúvida que faça um levantamento sério e constate quantos jornalistas e radialistas já morreram nesse Brasil de meu Deus por exercerem seu papel. Se exercem para o bem ou não da cidadania não está em discussão, e sim o livre direito de se expressar e o livre direito ao contestatório. Que se fale o que se quer e se arque com as conseqüências, mas proibir e reprimir é deprimente. ‘Enquanto tudo isso acontece eu aqui na praça dando milho aos pombos’… esta talvez poderia ser a frase da dita lei que nos protege a todos!
Tony Luiz, radialista, Ubatuba, SP
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Alguns dão a vida
Por mais que queira respeitar, a opinião do leitor Edson L. M. de Araújo sobre a imprensa regional é escandalosamente ignorante e injusta. ‘Pequenos e médios jornais que só existem para apoiar (ou chantagear) políticos’… mas estes são minoria, pois rapidamente os leitores os abandonam nas bancas. O Sr. Edson precisa saber que existem jornais como A Região, que orgulhosamente administro nos últimos seis anos. Antes, era seu fundador, meu pai, Manoel Leal, assassinado justamente por denunciar os corruptos na polícia e nos governos municipal e estadual. O Sr. Edson precisa saber que muito jornais do interior são feitos por paixão ao jornalismo e à verdade. Mesmo que, às vezes, a gente tenha que pagar com a própria vida.
Marcel Leal, empresário, Itabuna, BA
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A missão em pauta
Lúcio Flávio é um dos orgulhos da minha geração. Sua coragem dá a dimensão da estatura moral dos brasileiros que encarnam o espírito de um tempo de luta contra a insensatez da banda podre do Judiciário brasileiro. Por um outro desfecho da história kafkiana que envolve esse ilustre jornalista paraense, esperamos do Supremo Tribunal Federal ampla garantia da liberdade de expressão. Tanto quanto a dignidade do jornalista, é a própria missão do jornalismo crítico que está em pauta. Como sou de um tempo em que vibrávamos a qualquer ato orientado pela ética, ao autor do artigo meus cumprimentos; ao Lúcio Flávio, minha irrestrita solidariedade.
Rogelio Casado, médico-psiquiatra, Manaus
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Promiscuidade histórica
Todos que conhecem o meio jornalístico de Minas sabem que há um tipo de promiscuidade profissional histórica entre os governantes de plantão e os principais veículos. Muitos jornalistas fazem jornada dupla: nas redações das empresas e nas repartições públicas. Alguns apenas recebem do Estado, sem prestar serviço algum ao contribuinte, como se fosse uma complementação do salário que recebe do respectivo veículo. Basta verificar os nomes dos coleguinhas nas folhas de pagamento oficiais.
Quando essa ‘tradição’ mineira é quebrada, a reação é imediata. Todos se lembram de quando o ex-governador Newton Cardoso resolveu criar seu próprio jornal, o Hoje em Dia, contrariando os interesses do Estado de Minas. Trata-se de um exemplo clássico, que revelou o quanto o Estado de Minas se relaciona com o executivo estadual. Uma relação bem interessante… e interessada.
Luiz Carlos Santana de Freitas, jornalista, Brasília