Não é de espantar que aquele que aponta o erro seja castigado. Hoje, imprensa e política são a mesma coisa. A imprensa só escreve ou transmite aquilo que os políticos querem que o povo saiba. O que eu gostaria como cidadã brasileira é que mais casos como esses sejam revelados, e aqueles que mostrem a verdade sejam enaltecidos.
Viviane Rodrigues, assistente comercial, São Paulo
Profissão de fé
Caríssimo mestre, solidarizo-me ao senhor. Seu artigo sobre o episódio do JB é uma profissão de fé no jornalismo responsável, ético, sério, como sempre aprendi com o senhor no Correio Popular, em Campinas. Forte abraço meu e da redação do JP.
Mario Evangelista, editor-chefe, Jornal de Piracicaba (http://www.jpjornal.com.br/), São Paulo
O que sobrará?
Tenho 20 anos e sou estudante do segundo ano de Jornalismo. Desde a sétima série assisto ao Observatório na TV Cultura e criei um sentimento meio que paternalista pelo Dines. Eu, em minha falta de conhecimento do assunto – que ainda tenho muito –, passei a assistir e a ler jornais de uma forma diferente, de uma maneira mais crítica. Devo isso, em grande parte ao estilo do grande jornalista Alberto Dines. Não tinha conhecimento da estupidez que fizeram com Dines. Ontem tive o desprazer de saber corretamente o que aconteceu. Até quando nossos meios de comunicação serão reféns dos políticos? Até quando a sociedade será tratada como idiota? Como o país crescerá assim? E para nós, futuros jornalistas, o que sobrará? Teremos que nos curvar? A atitude do JB reflete na íntegra essa realidade, na qual somente o ‘pau-mandado’ tem vez. É uma vergonha. Abraços ao Dines.
André Luis Sousa Rosa, estudante de Jornalismo, São José dos Campos, SP
Receitas de bolo a caminho
Estive lendo a respeito da ditadura e, como não era nascida naquela época (tenho 27 anos), fiquei abismada com tudo que li sobre censura aos jornais da época. Décadas passadas disso, leio sobre a ‘censura’ feita ao nosso tão respeitável e admirável jornalista Alberto Dines, que me serve de inspiração na carreira que decidi seguir, sendo altamente desrespeitado por um artigo contra os interesses escusos desse ‘jornal-empresa’, colocando em questão sua credibilidade. Dines, quero deixar registrada aqui minha indignação com esse episódio abominável e gostaria de informar que estou aproveitando para preparar receitas de bolo para enviar ao JB, para que usem como na época da ditadura para censurar matérias que vão contra o interesse deles e de seus ‘clientes’, já que eles sempre tem razão.
Marcela Fernandes, estudante de Jornalismo, Rio de Janeiro
Coronelismo à la Sudeste
Sou um profundo admirador da imprensa e defendo a sua total liberdade, portanto lamento o episódio que fez com que o JB demitisse o grande profissional que Dines é. Passei a acreditar que o ‘coronelismo jornalístico’ que eu imaginava ser uma propriedade dos remanescentes das oligarquias nordestinas existe também no avançado (?) empresariado da comunicação do Sudeste brasileiro.
Carlos Lima, Natal
Joguei a toalha
Sempre fui leitor do nosso querido JB, há exatamente 41 anos. Meu pai assinava o JB e foi no JB que comecei a ler notícias e a saber do mundo. Sempre amei a leitura, jornais, livros, revistas. Quando fomos morar no exterior, em 1978, tinha 15 anos e continuei a ler o JB, que vinha no malote da companhia, com um dia de atraso, é verdade, mas numa época em que não existia internet era quase como notícia online. Continuei a ler o JB quando retornei ao Brasil. Mais tarde, que satisfação era ir comprar o meu JB nas minhas manhãs de fim de semana no Jardim Botânico… sempre fiz questão de ir comprar jornal na banca, nunca quis receber em casa.
Na pior crise do JB que presenciei, anos atrás, quando parecia que o jornal acabaria, continuei fiel leitor, torcendo pela recuperação. Infelizmente, parece que o remédio para a recuperação matou o doente. O JB que conhecia parece que não existe mais. Virou a revista Caras do jornalismo. O principal caderno no domingo é um maço de futilidades. Há algumas semanas parei de ler. Insisti e insisti, mas não deu mais. Agora, com a censura explícita a seus colunistas, limpei meu suor e joguei a toalha. Sucesso para você.
Ricardo Lopes, Rio de Janeiro
Com minúscula
Caro Dines, receba minha total e irrestrita solidariedade no episódio de sua saída do jb (com minúscula mesmo!). Cada vez mais jornal virou negócio, muitas vezes negócio sujo. Meus respeitosos cumprimentos do leitor e admirador.
José Rosa Filho, Brasília