Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Nem Fenaj nem sindicato

Tão importante quanto o debate sobre a criação do CFJ é a fiscalização do exercício da profissão. Aqui em Teresópolis (RJ), por exemplo, não vejo a Fenaj nem sindicato algum fiscalizando a atividade. Dezenas de pessoas, sem registro profissional, se auto-intitulam ‘jornalistas’ e ocupam espaço em jornais da cidade, emissoras de rádio e de TV. Um festival do exercício ilegal da profissão. Onde anda a fiscalização?

Marcelo Cortez de Sousa, jornalista, Teresópolis, RJ



Alguma ação é necessária

Há muito tempo acompanho com grande respeito e admiração o trabalho de Alberto Dines. No caso do CFJ estou sem opinião formada, primeiro porque não acredito em iniciativas governamentais do tipo moralizante, mas acho que algum tipo de ação tem que ser tomada (ou pensada) em relação aos meios de comunicação, cada vez mais concentrados e com menos liberdades. A sua sugestão de uma OJB poderia ser um paliativo, mas qual é a função real da ABI? Existe algum tipo de código de ética para os meios de comunicação? Por que eles podem destruir reputações, e o fazem com freqüência, e construir celebridades inócuas (a nova onda)?

Lógico que é muito complicado e impossível legislar moral, mas por que será que antigamente (e acho que somos mais ou menos da mesma idade) a palavra valia mais do que hoje, que tornou-se (a palavra escrita principalmente) um veículo de venda de mercadorias espúrias? Bem, não quero alongar-me em devaneios, mas acho que realmente algo deveria ser pensado, além do Observatório, claro, que é uma trincheira importante mas pequena para o enorme inimigo.

Mario Silva, cineasta sem trabalho, Rio de Janeiro



Que não sirva de desculpa

Perfeito, Luiz Weis. A infeliz idéia da entidade de classe dos jornalistas, mal examinada pelos assessores do Planalto, recheada com adendos no mínimo suspeitos e enviada de maneira atabalhoada em momento inoportuno, não deve servir de desculpa para que a mídia continue refém ora do Estado, ora do capital privado. É preciso instituir a auto-regulamentação para que nos aproximemos um pouco do ideal utópico da imprensa livre.

Enildo Bernardes, Mecânico de Aeronaves, Vila Velha, ES



Impossível participar

Sempre participo das enquetes, mas esta chega a ser primária, e explico: se o conselho for um órgão isento e sério, não vejo por que o jornalismo não possa passar por avaliações e análises. Agora, se for só uma coisa política nem deveria ser discutido. Mas, ao que parece a imprensa em geral quer pairar acima do bem e do mal, e todos nós sabemos que temos sim, muitas laranjas podres, e só não vê quem não quer. Acredito que um órgão decente e dentro das leis que a própria imprensa pode ajudar a fazer venha a calhar até para defender jornalistas como Dines, que teve amplo apoio da categoria, mas reclamar a quem de uma arbitrariedade daquelas? Acredito que a pergunta da urna poderia ser mais bem elaborada, porque só é ou não é, nesse caso, fica impossível participar.

Tony Luiz, radialista e publicitário, Ubatuba, SP



É possível ser imparcial?

Mas é possível ser imparcial, no fim das contas? Não dá para crer que exista objetividade jornalística absoluta. É preciso reconhecer que a subjetividade acompanhará cada profissional e que os órgãos de imprensa precisam se posicionar quanto a suas opiniões, sendo transparentes. Que o leitor os julgue.

Marcos Lessa, estudante, Rio de Janeiro