Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Nenhum drama

A pergunta sobre o conselho de jornalistas ficou muito maniqueísta: quem não está comigo está contra mim. Na verdade, a resposta não é nem uma nem outra. Os conselhos federais são corporações que, ao custo de 400 reais por ano (como a OAB, da qual sou membro) protegem o participante, propõe-se a fazer palestras de aperfeiçoamento e cria um cadastro de pessoas impedidas de exercer a profissão. Existe até um ‘conselho federal de massagistas’, cuja presidenta era a Solange Joubert, a famosa ‘massageuse do ano’. Normalmente o conselho é exigido pela própria classe, que elege seus dirigentes, que recebem jeton por sessão a que comparece. Não vejo nenhum drama nisso. Só não sei por que botaram a assinatura do Lula nessa, já que o governo não tem nada a ver com isso.

Vanio Coelho, jornalista aposentado, Florianópolis



Acabemos com todos

Respeitando outras opiniões, o que vejo e que nós temos diversos conselhos e, se assim for, devemos acabar com todos, inclusive com a OAB. Na minha ótica, pior é termos profissões não-regulamentadas.

Nilson Forny Vianna



Iniciativa positiva

Acho o Conselho Federal de Jornalismo uma iniciativa positiva que vai regulamentar a ação do jornalista. Essa classe usa a imprensa muitas vezes para destruir e difamar a vida das pessoas, e nunca tem que responder por isso. O tempo todo na televisão os jornalistas se julgam no direito de julgar as outras pessoas como se fossem os detentores da verdade.

Fátima Gorgulho, química, Belo Horizonte



Uma coisa é uma coisa

Como afirma o filósofo José Genoíno, aquele que dizia que devíamos aprender a conviver com a diversidade e agora não admite opiniões diferentes e posições divergentes, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma coisa é um conselho que normalize, oriente, acompanhe e observe, de forma digna, o exercício de uma profissão. Outra coisa é um conselho corporativista que defenda os interesses da classe contra tudo e contra todos, colocando esta defesa acima dos interesses da sociedade (temos muitos, muitos exemplos disso).

Outra coisa ainda são as alterações feitas pela Casa Civil no documento original, objetivando controle do governo sobre os meios de comunicação. Pensando bem, onde ficou a transparência e a ética deste partido que assumiu o poder? Controle dos meios de comunicação, proibição dos funcionários públicos falarem, proibição dos procuradores públicos de investigarem, isso já aconteceu antes e não deu certo. Quando será que os porões serão reabertos para receberem novos inquilinos? E será que teremos todos que assistir à inauguração festiva de um paredão?

Antonio Carlos T. Pinto



O motivo da ira

A página inicial do Observatório atesta a necessidade do CFJ. Como um dos mais importantes fóruns de debates sobre a imprensa faz coro com as empresas da mídia? Quando vejo a TV ou leio os jornais percebo que nossos ‘colegas’ comentaristas não se deram sequer ao trabalho do ler o projeto. Uma boa leitura e fica patente o motivo da ira das empresas e de seus tarefeiros de plantão. Lembro-me de uma reflexão de um jornalista sobre a própria profissão: ‘Todos os males do jornalistas são causados por jornalistas’. O Bartô tinha razão.

Paulenir de Souza Constancio, jornalista, Brasília



Do macro ao micro

Acho que uma frase de Mauro Malin [em ‘A questionável utilidade das corregedorias’] deve ser destacada: ‘Se a mídia entrar no currículo escolar, os próprios meios de comunicação serão obrigados a rever seus processos’. Acho que iniciativas nesse sentido realmente deveriam ganhar um destaque maior, inclusive aqui no Observatório. Muitas vezes as discussões são intensas no nível macro, enquanto o micro, além de mais facilmente modificável, renderia resultados mais duradouros. Não sou absolutamente contrário à criação de um conselho, mas concordo que um modelo ‘encampado’ (a palavra é essa mesma) pelo Estado não seja o melhor. Aliás, quanto mais desligado do Estado o jornalismo e seus conselhos estiverem, melhor! Quanto a cobrar do governo uma postura mais rígida no combate aos monopólios midiáticos, só posso assinar embaixo.

Maikel Silveira, estudante de Jornalismo, Guarapari, ES