Precisou aparecer um analista de sistemas para, sem exageros emocionais e interesses, colocar a questão claramente.
Luís Henrique Paulo, publicitário, São Paulo
A lógica de Aristóteles – Marcelo Oliveira
Apenas a verdade
Um projeto que já está em discussão há quatro anos não poderia ser tomado como novidade para os jornalistas, certo? Não. Errado. Jornalistas de grande história como Alberto Dines se revoltaram com o anúncio do projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Por que será que ainda se ouve dizer que há liberdade de imprensa no Brasil? Há muito não se sabe o que é isso, mas não é culpa do projeto do CFJ, que nem sequer foi aprovado. O que vemos é o controle da mídia como um todo pelos grandes empresários e políticos que fazem de seus veículos uma moeda de troca de favores. Com isso, jornalistas se desgastam em apurações meticulosas para que seu editor esfrie a sua matéria ou até mesmo engavete.
Por que será que a revista Veja não faz uma grande investigação a respeito do lobby das universidades particulares sobre o projeto que tramita na Câmara dos Deputados, chamado ‘Universidade para Todos’? Acredito que se folhearem algumas páginas das revistas constatariam que algumas das grandes universidades do país são anunciantes de uma, duas e até três páginas. Quanto custaria a este veículo a perda de um anúncio deste porte pela liberdade de imprensa e pelo exercício ético da profissão dos jornalistas e dos meios de comunicação que deveriam servir de ponte para informar a sociedade de forma imparcial e verdadeira?
Nada há de errado com um projeto que tem por princípio único trazer a ética de volta às redações e poder realmente fiscalizar os tantos e quantos empresários que manipulam seus veículos em função de um bem comum de minorias. Enquanto jornalistas são contratados de forma irregular, obrigados a abrir empresa (CNPJ) para garantir o pão de cada dia, se discute ainda se é ou não correto um CFJ, que já é debatido há quatro congressos. Quando Dines escreve que ‘jornalistas não precisam ser protegidos pelo Executivo, ao contrário, precisam libertar-se das amarras do poder político’. ele resume o projeto que foi apresentado.
Não se quer mais que as Delegacias Regionais do Trabalho sejam responsáveis pela fiscalização dos postos de trabalho da categoria, fiscalização essa que não acontece, e o maior exemplo é a Gazeta Mercantil. Libertar-se do poder político, claro! Uma autarquia deve ser criada pelo governo federal, e só por isso o projeto foi levado ao presidente da República, da mesma forma que a Ordem dos Advogados do Brasil o fez. A verdade é que muitos formadores de opinião consagrados pela sua história hoje viraram simples cães de guarda dos manipuladores que temem pela fiscalização do mercado de trabalho e da necessidade de se falar apenas a verdade.
Danielle Arouche, jornalista, Brasília
Contra o denuncismo, o peleguismo – Alberto Dines
Só cego não vê
Perfeito o artigo/comentário do professor Josenildo Guerra. Somente quem é cego não vê que não existe essa tão proclamada ‘liberdade’ de que tanto falam no jornalismo. Infelizmente outros interesses – todos sabemos – estão acima do que seria o ideal e, o professor mostra isso muito bem nos exemplos que cita, fora outros com que convivemos diariamente. Acho que a proposta da criação do conselho não pode ser desconsiderada. Tem, sim, é que ser discutida e aprimorada.
Tânia Monteiro, Belém
Qual liberdade?! – Josenildo Guerra
Manipulação evidente
Parabéns e muito obrigado, Sr. Luciano. Sou apenas um cidadão brasileiro que recorre à imprensa diariamente buscando informação limpa e plena no sentido de balizar minhas decisões tanto em âmbito pessoal como nas relações civis com o resto do mundo. A sua matéria focou com extrema felicidade o dilema ao qual nós, leitores, somos submetidos diariamente quando buscamos notícias nos veículos de comunicação, principalmente por meio da internet. A sensação de manipulação dos fatos, em análises políticas tendenciosas, ora maximizando, ora minimizando determinadas informações para fortalecer seus argumentos, é evidente para nós leitores.
Há alguns dias enviei e-mail a um famoso colunista da Folha de S.Paulo questionando essa postura por parte de alguns jornalistas. Ele me retornou dizendo categoricamente que não existe nada de errado quando grupos poderosos e até mesmo partidos políticos se utilizam dos veículos de comunicação buscando alcançar seus objetivos. Sinalizou que a solução seria a criação de outros veículos de comunicação que abrangessem todas as tendências políticas. Da mesma forma categórica, retrucou o meu apoio à criação do Conselho Federal de Jornalismo – classificando-o de ‘controle social’, e, afirmando que não seria a solução para defender a sociedade dos excessos e desmandos de alguns jornalistas.
Fiquei ultradecepcionado, pois o colunista em questão, em momento algum, me distinguiu como um leitor. O cliente final. Aquele que verdadeiramente paga pelos serviços da imprensa. Parece que não existe nenhuma preocupação com a qualidade e a quantidade dos serviços que estamos esperando. Imagine se a imprensa brasileira fosse então dividida em ‘situação’ e ‘oposição’, e, ao amanhecer de cada dia recebêssemos em nossa casa uma salada de fofocas e intrigas tão comuns no meio político do nosso país. Com certeza não é isso que estamos comprando…
Edson Pessoa, administrador, Belo Horizonte
Um golpe contra a imprensa – Luciano Martins Costa
Alguém me explique
Por favor, alguém poderia me explicar por que o senhor Ibsen Pinheiro foi cassado? A CPI responsável pelo caso não sabia ou não veio a saber do engano nas contas? Ou os parlamentares agiram como verdadeiros carrascos ou o Sr. Ibsen é culpado de alguma coisa. Afinal, a imprensa é capaz de destruir a imagem pública de alguém, mas não tem a justiça nas mãos. Ou o Sr. Ibsen é culpado de alguma coisa ou a Câmara errou. Por que cargas d’água o Sr. Ibsen foi cassado? Foi mentira plantada pela Veja ou tem mais alguma coisa?
Wákila Nieble Rodrigues de Mesquita, estudante, Palmas