Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Sem arroubos

Prezado Luiz Weis, fiquei bastante satisfeita com a lucidez e o equilíbrio da sua análise sobre a questão do Conselho Federal de Jornalismo e desde já agradeço seu excelente artigo. A sociedade precisa de bom jornalismo, de mecanismos que garantam que determinadas práticas jornalísticas antiéticas e ilegais não se banalizem (como já vem acontecendo).

Ao mesmo tempo, precisamos que os instrumentos responsáveis por essa regulação sejam amplamente debatidos e não arroguem direitos que atentem contra a liberdade, os direitos dos profissionais da imprensa e os direitos do público-leitor. Compatibilizar todas essas necessidades preservando a democracia é uma tarefa que não pode ser feita com arroubos corporativos ou autoritarismo de governos. O bom senso e o debate de qualidade será útil a todos nós, brasileiros. Esperamos todos que toda essa questão desemboque numa solução que qualifique nossa imprensa e nossa democracia.

Wilma Pessôa, professora, Niterói, RJ



Jogaram o trigo fora

O texto mais equilibrado que li até agora. Acho que fizeram barulho demais para criticar a idéia do conselho e acabaram jogando muito trigo fora junto com o joio. Pensar em formas de vigiar/observar a mídia deveria ser uma obrigação dos jornalistas. Se o projeto desse conselho é falho, que pensemos numa alternativa mais inteligente e menos comprometida (mais independente). Vale pontuar aqui: não concordo com o projeto como está, mas acho que a idéia deve ser discutida com mais cuidado e profundidade, e não rejeitado dessa forma.

Maikel Silveira, estudante de Jornalismo, Guarapari, ES

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Separemos o joio

Antes de mais nada gostaria de reconhecer a importância deste espaço de debates sobre o jornalismo e sobre a mídia. Por reconhecer esse espaço, tomo a liberdade de comentar, muito rapidamente, alguns pontos. Sirvo-me, justamente, deste argumento para lembrar que o Conselho Federal de Jornalismo, antes de mais nada, será um espaço de debate sobre a prática midiática em torno da profissão, institucionalizado, sim, mas um espaço. A defesa do conselho é uma ação em defesa dos interesses da profissão e também da sociedade, pois compreende-se como um momento de apontar problemas e responsabilidades, assim como este Observatório faz, até certo ponto pedagogicamente, e o Conselho fará de forma objetiva.

Não vejo problema em ter um conselho que defenda a minha profissão. Afinal, temos que reconhecer que quem faz jornalismo é jornalista, e não médico, engenheiro. O argumento é simples, mas é resultado da história da profissão em defesa de prática própria. Há elementos técnicos, éticos e teóricos que sustentam a prática específica do jornalismo, assim como há para a área do direito, da medicina. Ao ignorar isto, o jornalista dá tiro no pé. Portanto, ainda que não seja a melhor proposta é a única que aponta para a regulamentação de uma área que é permeada por picaretas, oportunistas e aproveitadores que fazem o que querem sob o manto da impunidade. Devemos separar o joio do trigo.

Marcelo Engel Bronosky, jornalista e professor, São Leopoldo, RS



Informações sem fundamento

Concordo com tudo o que foi exposto, mas há um certo exagero nas informações, informações sem fundamento algum, sem fonte alguma. Sou totalmente contra a decisão do governo, mas que o jornalismo está um pouco fora de suas características – isso não podemos negar.

Sergio Nascimento, administrador, Imbituba, SC



O outro lado 1

Se o OI deve ser espaço democrático, por que não há nenhum artigo defendendo o CFJ?

Luis Daniel da Silva, estudante de Jornalismo, São José dos Campos, SP



O outro lado 2

A última edição do OI está panfletária demais, indo contra os propósitos deste site, de discutir os meios de comunicação com isenção e independência. Só vem dando um lado sobre a criação do Conselho Federal de Jornalistas, desde que foi divulgada. Tanto neste OI como nos demais veículos da grande imprensa não se dá amplo espaço ao contraditório. Há desinformação, de que a proposta foi exclusiva do governo Lula. Longe de defender o governo petista, está havendo uma deturpação que vem transformando o CFJ num DIP.

Por mais que o projeto seja falho, faltaM mais opiniões de quem defende o projeto. Compreendo o direito de crítica Ao projeto, mas da forma como o material está editado neste site e nos jornais percebe-se nitidamente somente um lado na questão. É precisO mais informações de como é feito esse controle em países como França, Inglaterra, Estados Unidos e mesmo na América Latina (a nossa vizinha Argentina). A questão tem sido debatida de maneira passional.

Aurélio Fernandes Alonso, jornalista, Santa Cruz do Rio Pardo, SP

Nota do OI: Prezados leitores, o Observatório publica os textos que lhes são enviados. Na edição passada, só os críticos do projeto compareceram. Nesta, os defensores acordaram.