Fico feliz de ver uma emissora histórica ser incentivada por um governo. Vi de perto o caos em que funcionava a Nacional, relegada ao abandono. Porém, lamento demais o tom elitista de sua nova programação, que, salvo raros momentos, se parece com uma FM voltada para a dita MPB. A MPB, diga-se de passagem, das classes médias de zona sul. A verdadeira música popular brasileira está sendo abandonada. E o exemplo mais sintomático foi o desaparecimento de dois dos mais tradicionais programas de samba e carnaval do rádio carioca, comandados por Tárcio Santos e Rubem Confeti, brilhantes radialistas e catedráticos da cultura que vem do povo.
Vemos, num governo ‘popular’, as regras do neoliberalismo sendo cada vez mais aplicadas. Sai a cultura popular, entra a cultura de massa.
Anderson Baltar, jornalista, Rio de Janeiro
Cadê Adelzon e Tárcio?
Apenas devemos lamentar (nós, amantes da cultura nacional, do samba e das escolas de samba) a ausência de programas que mantiveram e davam uma cara, uma audiência à Rádio Nacional nos últimos, pelo menos, 14 anos (tempo em que lembro de ouvir a divulgação das escolas de samba na rádio). Cadê Adelzon Alves, Tárcio Santos, o programa Rio de toda gente‘? Os comunicadores do samba devem voltar à programação da rádio. É sempre assim: quando modernizam, procuram a audiência acima de qualquer coisa, esquecem de quem nunca deixou a rádio, por amor à arte do samba, do carnaval, dos sambistas.
Antonio Marcos Bucco, farmacêutico, Curitiba
Um burocrata ‘cult’
Ressuscitar a Rádio Nacional era uma obrigação de um governo que se diz popular e preocupado com a integração nacional. Mas tirar da grade de programação os programas que mantinham uma excelente audiência mesmo nos períodos mais difíceis da rádio, só porque algum burocrata petista acha que samba e escolas de samba são uma parte menos importante para uma rádio que tem a ‘proposta’ de se tornar mais ‘cult’ é indefensável. Gostaria que o OI nos ajudasse nesta campanha em defesa da cultura popular nacional, que cada vez perde mais espaço na mídia e que uma rádio estatal tem, no meu entendimento, obrigação de preservar e defender!
Quero o Rio de toda a gente e o Ensaio geral de volta na programação da Nacional. Antes de tudo estes dois programas ensinaram gerações de brasileiros a apreciar, a aprender e a amar as escolas de samba. Um grande abraço,
Marcelo O’Reilly de Miranda, webmaster do site Academia do Samba, Rio de Janeiro
Perda lamentável
Gostei da matéria e fico feliz pela reestruturação da rádio. Só não concordo com a retirada dos programas de ‘samba’ do ar. É lamentável…
Eduardo Pinto, aeroviário, Rio de Janeiro
Glória distante
Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas e os programas sobre samba e carnaval, a verdadeira cultura carioca? A Rádio Nacional tornou-se uma potência por ser popular. Sem esses programas, dificilmente voltará aos seus dias de glória! Lamentável.
Luiz Eugenio Costa, desenhista, Niterói, RJ