Revoltada com a forma depreciativa com a qual o time tem sido tratado, a torcida do Santos Futebol Clube insurgiu-se na semana passada contra o sítio de notícias Gazeta Esportiva. O foco da rebelião dos santistas é o colunista Chico Lang, declaradamente torcedor do Corinthians. Tanto isso é verdade que o jornalista é, digamos, ‘colunista exclusivo’ do time do Parque São Jorge.
Sabe-se também que a linha editorial da Gazeta Esportiva, tanto no sítio quanto na TV, é quase toda voltada aos fatos que cercam o Corinthians, o que por si só revela má vontade com os demais clubes paulistas. Mas o sítio exagera – e talvez até cometa ato de irresponsabilidade – quando mantém em seu quadro de colunistas a figura de Lang, conhecido por provocar as torcidas de Palmeiras, Santos e São Paulo.
Antes que eu seja cobrado (e não sem razão), afirmo que sou torcedor do Santos. Mas, ao mesmo tempo, informo que não escrevo para qualquer veículo da mídia esportiva. Torço entre quatro paredes, nas arquibancadas, ou opino sobre o momento de meu time do coração nos artigos publicados nos veículos da Santos Vivo, organização não-governamental que ostenta o título de ser ‘a primeira ONG no mundo a defender um clube de futebol’.
Pois foi essa entidade que distribuiu aos seus 117 mil assinantes de todo país editorial rebelando-se contra Chico Lang. No documento, publicado no boletim da entidade de sexta-feira (10/9), a Santos Vivo afirma que ‘não aceitará ver o nome do Santos ser ultrajado por qualquer que seja o colunista’. E advertiu que as provocações de Lang levam ódio onde deveria haver paz.
‘Uma coisa é o jornalista ter garantido o sagrado direito à liberdade de expressão, previsto na Constituição. Outra coisa é utilizar-se dessa garantia constitucional para destilar ofensas e provocações gratuitas, gerando um clima de tensão, quando a função precípua do jornalista esportivo é levar informação ao seu público’, conclui o editorial.
Antonio Carlos Teixeira, jornalista, Brasília
Exploração de um idiota
Observei e avaliei inadequada a exposição que a imprensa brasileira e mundial proporcionou (e proporciona) a idiotas com aquele que interrompeu a corrida de Vanderlei Cordeiro de Lima na Maratona Olímpica. O pior é que o espaço aberto na mídia nacional após o episódio (exploração) é maior ainda. É uma pena. A imprensa prestaria muito melhor serviço se noticiasse o fato, é claro, mas evitasse expor seu protagonista e mensagem, o que representaria o fracasso de sua tentativa, e não serviria de exemplo para outros idiotas potenciais espalhados por aí.
Sérgio Prazeres, publicitário, Rio de Janeiro
Temos que aturar isso
Parabéns pelo texto ‘Furo galáctico’. Apontou e soube, com maestria, denunciar o que muitos têm vontade de fazer e não dispõem de espaço. A falsidade na mídia esportiva chega a causar nojo. O Galvão Bueno, amigo de todos, deveria receber um prêmio pelas [tolices] que fala ao vivo. No jogo da Seleção Brasileira, domingo, ele estava preocupado com o nome do árbitro: se se escrevia com dois ‘c’ ou com dois ‘s’. Nós temos que aturar isso, pois outro canal não transmitiu o jogo.
Outro lance interessante foi no intervalo: o GB perguntou ao Arnaldo César Coelho sobre a atuação do árbitro, e o GV já foi logo dizendo ao ilustre: ‘Vê se não inventa’. Ou seja, além de tudo ainda é censor dos próprios colegas de profissão. Abraços e parabéns pelo artigo, que estarei discutindo em sala de aula.
Antonio José Carvalho, professor de Jornalismo, Uberlândia, MG
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Furo galáctico – M.C.
Injustiça e ingenuidade
Quero crer que o Sr. Jacques Gruman, ao tentar crucificar a jogadora Janeth, tenha apenas cometido uma injustiça. Acredita mesmo o autor que a jogadora tirou esta idéia da própria cachola e a distribuiu gratuitamente à imprensa? É ingênuo o suficiente para crer nisso e, ao mesmo tempo, desinformado o suficiente para não perceber que o esporte que Janeth pratica é coletivo? Conhecendo um pouco o técnico da seleção em questão é possível afirmar que ele provavelmente pensou nessa possibilidade e a aventou junto aos seus atletas mais experientes.
Conhecendo um pouco o espírito destas meninas, é possível afirmar que elas fariam o que o técnico as mandasse fazer. Em troca de um pedaço de metal dourado jogadores, inclusive australianos, fariam quase qualquer coisa, principalmente com o incentivo do seu técnico, em quem o atleta confia, ou dos dirigentes, aos quais o atleta teme. Essa história de que brasileiro faz e gente de outros países não já cansou! Nós, aqui da colônia Brasil, sabemos que todos fazem. O importante é que ninguém faça, e não que isso seja objeto de comparações baseadas em puro achismo.
Flavio Franco, publicitário, Brasília