No século XXI, não existe a possibilidade de qualquer país se desenvolver sem investir em ciência e tecnologia. Investir em ciência é apoiar tanto a pesquisa científica nas universidades e na indústria, quanto incentivar no estudo da ciência nas escolas e no interesse pelas carreiras científicas. Estas são necessidades prementes num país onde um sonho recorrente de meninas e meninos é ser top model e jogador de futebol. E se fosse diferente? Como incutir nos jovens o germe da curiosidade investigativa? Como cativá-los para seguir carreiras científicas?
A série “Um Cientista, uma História” conta o trajeto pouco conhecido de trinta homens e mulheres, que, com pesquisas inovadoras, conseguiram colocar o Brasil no mapa da ciência. São trinta programetes de 5 minutos que serão apresentados a partir de outubro no canal Futura. Feitos em animação 2D, revelam de forma simples, descomplicada e divertida a biografia de físicos, biólogos, inventores, engenheiros ou médicos brasileiros do passado – a série não focaliza a vida de cientistas ainda vivos.
Entre os perfis elencados há nomes óbvios como os médicos Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Vital Brazil, ou o físico Mário Schenberg, além de alguns nem tão óbvios assim, como o geógrafo Aziz Ab’Sáber, o físico Oscar Sala e o geneticista Crodowaldo Pavan. A meu ver, o mais interessante da série é nos apresentar um pouco da vida de um dúzia de ilustres desconhecidos. Quem já ouviu falar, por exemplo, na agrônoma Veridiana Rossetti (1910-2010), a identificadora da bactéria Xylella fastidiosa, responsável pela praga do amarelinho que afeta os laranjais? Ou no físico Paulus Pompéia (1911-1993), o fundador do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), escola de engenharia que está na origem do sucesso internacional da Embraer?
Os três primeiros programas destacam as biografias do “pai da aviação” Alberto Santos Dumont, do sanitarista Oswaldo Cruz e do físico César Lattes. “Um Cientista, uma História” foi produzido pelo Canal Futura em parceria com o ProJor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, com patrocínio do SESI/CNI. O lançamento aconteceu no dia 12 de agosto, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
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Peter Moon, 52, é repórter científico e doutor em História da Ciência.