Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

De Darwin ao Google Street View

O que no mundo não é comunicação? História, ciências, filosofia, biologia, tecnologia. Podemos considerar, de alguma forma, que todas essas áreas do conhecimento têm relação com a comunicação? Quando Charles Darwin e Alfred Russel Wallace descobriram a teoria da seleção natural, tornaram-se os porta-vozes da natureza, comunicando que na evolução das espécies sobrevive o mais apto.

Utilizando como exemplo a forma como foram divulgadas as descobertas que o biólogo Charles Darwin fez no arquipélago de Galápagos, podemos traçar um breve panorama da evolução tecnológica na comunicação contemporânea. E foram os avanços nas tecnologias de captação e transmissão das informações que possibilitaram, quase dois séculos depois da viagem do naturalista inglês ao arquipélago, que pessoas no mundo todo tenham a oportunidade de conhecer o lugar que levou Darwin a escrever a obra A origem das espécies.

Por meio de uma parceria com o Darwin’s Living Laboratory, o Google mapeou, fotografou e inseriu as Ilhas Galápagos na plataforma Street View. Acessando o Google Street View, os usuários podem visualizar imagens do arquipélago em 360º e conhecer um pouco mais da fauna e da flora da região, localizada próxima ao Equador e conhecida por sua extensa biodiversidade. Os registros foram feitos com a ajuda da mochila Trekker – um sistema portátil de câmeras usado pela empresa.

As divulgações erradas da pseudociência

“O extenso acervo de imagens de Galápagos no Street View não irá apenas permitir que os usuários visitem o arquipélago de qualquer lugar do mundo. Ele também vai desempenhar um papel fundamental na constante pesquisa de ambientes, preservação, padrões de migração animal e impacto do turismo nas ilhas”, afirma Raleigh Seamster, líder de projeto do Google, em mensagem publicada no blog oficial da empresa.

Se Darwin tivesse à sua disposição esse aparato tecnológico ao invés de papel e caneta de pena para registrar suas descobertas, elas seriam validadas e disseminadas com mais facilidade e rapidez.

A tecnologia e a comunicação precisam caminhar ao lado da ciência, colaborando para acabar com a pseudociência. Isso porque a ciência desperta um sentimento sublime de admiração, mas a pseudociência também produz esse efeito. As divulgações escassas e mal feitas da ciência abandonam nichos que a pseudociência preenche com rapidez.

Nota da redação: A empresa Google é parceira do PROJOR no projeto Grande Pequena Imprensa (GPI)

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Eduardo Fernando Uliana Barboza é professor de Jornalismo