Processar pacotes de informação em nível quântico ainda é um desafio para os cientistas que estudam o tema. Mas uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Bonn, na Alemanha, publicada no volume 93 da Physical Review Letters, parece ter dado um passo definitivo para que essa energia possa ser dominada.
A memória central de um computador, responsável pelo registro das informações, é formada atualmente por uma série de células elementares de registro. Cada uma delas é responsável por armazenar um bit de informação. Esses dados são acessados pelo usuário a partir da tradicional linguagem lógica do zero e um.
No experimento na Alemanha, as células de registro foram substituídas por átomos neutros. Essas estruturas podem funcionar com um sistema quântico microscópico que armazena energia. Em analogia aos bits, os cientistas inventaram o termo ‘qubit’. A diferença básica entre os dois sistemas é que, em vez do zero e do um, os bits quânticos podem armazenar números arbitrários em escalas intermediárias.
Os físicos desaceleraram átomos de césio para o experimento. Por meio de manipulação de raio laser e de radiação em microondas, conseguiram registrar as informações nos qubits e posteriormente acessá-las. O laser cumpriu a função de iniciar o processo de registro quântico. A mesma freqüência foi usada depois para bombardear os átomos e ‘acessar’ a informação que estava gravada.
Depois de conseguirem registrar e acessar as informações num sistema quântico, os pesquisadores pretendem avançar mais. A proposta agora é criar um sistema onde dois ou mais qubits – e as informações que estiverem registradas neles – possam interagir de forma controlada.
Por causa da possibilidade de armazenar mais informações e acessá-las de uma forma bem mais rápida, os pesquisadores imaginam que um computador quântico possa ser uma grande revolução nas próximas décadas. Fatorar grandes números, por exemplo, será uma tarefa bem mais corriqueira do que é hoje.