Na edição de 12 de fevereiro do Último Segundo, noticiário do portal iG, sob o título de ‘Médicos reportam surto de HIV entre universitários dos EUA’, tomamos conhecimento de uma importante notícia. Em suma, notícia (e constatação) capaz de abalar, ou no mínimo pôr em cheque, as reiteradas afirmações ‘da nenhuma relação entre o chamado mal do século e a condição sexual de seus portadores’, mote central de milionárias campanhas, via mídia, patrocinada por todos aqueles diretamente envolvidos e interessados no assunto, e possíveis lucros – notadamente: governos, OMS, agências de publicidade, mídias, indústrias de preservativos e, é óbvio, grupos homossexuais.
Todos, uníssonos, procurando afastar, de vez, os primevos e desonrosos epítetos: ‘doença dos gays’ e ‘câncer gay’. Do mesmo modo que, há de ser lembrado, não tardaram as autoridades americanas em difundir, com idêntico afã, em face dos mais de 600/700 infectados inicialmente identificados serem cidadãos dos EUA, a provável origem haitiana e negra dos contaminantes. Estes, em tempos pretéritos tendo exercido atividades na África. Num pulo, portanto, agregando à homossexualidade a negritude, bem ao gosto da pureza dos WASPs.
No entanto, independentemente disso tudo, não há como se negar, nos dias atuais, desafeita a fronteiras, cores e atividades sexuais, a universalidade da Sida. Situação bem distante, há de se concordar, dos idos primeiros anos em que, seguramente, se identificava a constante correlação entre doença e portador, prevalente nos homossexuais masculinos. Contudo, vencidos os empecilhos à larga propagação, acreditamos, em parte facilitada pelo elevado número dos denominados bissexuais atingidos – e ignoramos sob quais e discutíveis razões são estes separados dos homossexuais absolutos, se é que existem –, seria de se estranhar, em se tratando de uma virose presente no sangue e no esperma, entre outros elementos e secreções dos contaminados, sua não-disseminação.
Assim, democraticamente, se nos permitem, multiplicaram-se os casos em homo e heterossexuais masculinos e femininos, recém-nascidos de portadoras, às pessoas submetidas a transfusões por motivos cirúrgicos ou patológicos diversos (caso dos hemofílicos, hemodialisados etc.) e… a todos! Mormente no decorrer dos anos dedicados à descoberta do agente causal, das formas de contágio e do aperfeiçoamento dos exames de detecção dos contaminados.
Mera análise da notícia
Afora, vale lembrar, o tempo perdido nos impertinentes desentendimentos entre americanos e franceses (estes, os reais descobridores do vírus), nos imorais expedientes de empresas dedicadas a venderem seus próprios testes (sempre melhores que os dos concorrentes, e muitas vezes inúteis), às intempestivas manifestações de carismáticos líderes religiosos, usando, abusando e, autoproclamando-se portadores da palavra de Deus (!), condenando o uso dos preservativos (até hoje) etc., e, sem dúvida, o excepcional movimento coordenado de poderosos grupos homossexuais, dedicados a livrarem-se do estigma a persegui-los e, por que não, à demora na obrigatória exigência, por parte dos governos, de exames no sangue de doadores, sangue estocado, controle dos bancos de sangue, produtos farmacêuticos produzidos a partir de sangue e derivados humanos etc.
Isso posto, para aqueles que não tiveram a oportunidade de ler a antes citada nota de Último Segundo, ‘Médicos reportam surto de HIV entre universitários dos EUA’, o que se apresenta, de acordo com os resultados apresentados à 11º Conferência Anual de Retrovírus e Infecções Oportunistas, realizada em dezembro de 2003 nos EUA, e reabre a questão, sob nosso ponto de vista, é a inequívoca correlação entre Sida e homossexualidade.
Enfim, evitando desnecessário alongamento, o que ali se apontou é o comprovado e elevado percentual de homossexuais masculinos, nada menos que 91%, num grupo de 84 casos de universitários americanos, de 18 a 30 anos de idade, infectados pelo HIV. No mais, anote-se a pertinente observação dos pesquisadores: ‘(…) 58% mantinham relações somente com homens; e 33% com os dois sexos (daí nossa pessoal conclusão de 91% de homossexuais). Não havia informação sobre os 5% restantes e (…) no ano que precedeu o estudo, 4% dos alunos disseram manter relações sexuais só com mulheres’.
Encerrando, queremos deixar claro não nos animarem razões que a mera análise da notícia e, baseado no que é apresentado, mostrar que se mantém presente a inegável correlação Sida-homossexualidade.
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Médico, Brasília (DF)