Friday, 08 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Filmes brasileiros no Festival de Locarno

As Boas Maneiras, filme de medo rodado em São Paulo, dos cineastas Juliana Rojas e Marco Dutra, coprodução francobrasielira, foi selecionado para a competição internacional do Festival de Cinema de Locarno. Severina, filme do cineasta e diretor de teatro Felipe Hirsch, coproduzido com o Uruguai, estará na competição da mostra Cineastas do Presente.

Para a mostra Sinais de Vida, foi selecionado o filme de Adirley Queirós, Era Uma Vez Brasília, uma espécie de ficção científica com preocupações sociais. Falado em português mas dirigido pelo suíço Samuel Chalard, o filme Favela Olímpica, mostrando os prejudicados pelos Jogos Olímpicos do Rio, foi escolhido para a Semana da Crítica.

Festival del Film Locarno

Filme de dar medo?

As Boas Maneiras conta a história de uma babá, responsável por uma criança sobrenatural, mutante, dentro, portanto, do esquema de seres diferentes dos normais comum no seriados e grande produções norteamericanos. Como se trata de estréia em Locarno, só depois de projetado se poderá saber qual o toque nacional explorado nessa história fantástica filmada por um câmera francês em São Paulo.

Em todo caso, os dois realizadores Juliana Rojas e Marco Dutra já fizeram um filme de sucesso, Trabalhar Cansa, que garante uma abordagem original. O inesperado de situações parece provocar medo ou susto na babá e nos espectadores.

Severina

O filme de Felipe Hirsch, um dos grandes diretores brasileiros de teatro, trata de um amor obsessivo. Existe em Severina um mistério sedutor e enigmático. Jovem de nacionalidade desconhecida, Severina rouba livros numa livraria. A estréia será em Locarno, pouco se sabe do roteiro, além dessa síntese,

Era uma vez Brasília

O filme do braziliense Adirley Queirós é uma espécie de ficção político-científica, que se passa no Ano Zero depois do Golpe e mistura a história de um agente intergalático enviado a Brasília para matar o presidente Kubitschek, cuja nave se perde no espaço e no tempo, aterrissando na periferia da capital federal, em Ceilândia. O Congresso Nacional não tem mais deputados e senadores mas é habitado por monstros. Também vai estrear em Locarno.

Favela Olímpica

Não se sabe se o cineasta suíço Samuel Chalard se inspirou nas reportagens do jornalista australiano, que provocou a ira dos cariocas chamando de Favela Olímpica as instalações para as olimpíadas. O filme foi feito durante a construção do Parque Olímpico junto à favela de Vila Autódromo.

Alguns habitantes da favela, condenados a deixar o local para as obras das olimpíadas, conseguiram adiar sua expulsão, enquanto as obras avançavam nos terrenos antes ocupados pela população pobre.

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Rui Martins é jornalista e estará no Festival de Locarno convidado pelo Festival Internacional de Cinema.