Cada governo da redemocratização tem um padrão de comportamento diante de escândalos. Todos são marcados pela dissimulação. Na ditadura houve escândalos, alguns com custo social terrível, mas não era preciso exatamente dissimular. Era só mandar todo mundo calar a boca.
A passagem de Dilma Rousseff pelo poder registra um padrão que parece consistir em botar a culpa nos outros.
O mais grave de tudo isso são implicações de natureza ética. Em primeiro lugar, a persistência de um padrão de dissimulação e mentira que se infiltra de cima para baixo na sociedade. Em segundo lugar, o fato de que as forças políticas estão mais preocupadas em saber como usar eleitoralmente os escândalos alheios do que em corrigir os rumos do país.
E a mídia jornalística participa alegremente desse teatro.