Desaba em um espetáculo dantesco o telhado da sede da Igreja Renascer em Cristo. Mas o jornalismo faz uma cobertura normal como se fosse algo como um shopping center, uma fábrica ou o salão de uma escola. Apesar do que ocorreu não ter sido diferente do que ocorreria nestes lugares, o que se vendia no local era algo muito diferente. Promessas de proteção e de uma vida melhor do que as demais pessoas. Mesmo assim a imprensa omite-se de especular se comportando como faria em qualquer outro caso.
O advogado de Osasco Fábio de Oliveira Ribeiro, em 27/1/2009, lembra outro desastre (ver ‘A reação da mídia ao desabamento da igreja Renascer‘,) no desabamento do teto da Igreja Universal na cidade de Osasco (SP), onze anos atrás.
Como pode haver proteção para a vida das pessoas e de suas almas se os que estão fazendo este proselitismo não contam com proteção nenhuma? Algum membro de outra seita poderia afirmar que é uma prova da falsidade deste credo. Mas a verdade é que esta proteção divina não ocorre em nenhuma outra igreja igualmente. Portanto omitem comentar as falsas promessas e certezas que lá se vendiam. Mas jornalistas deveriam fazer estas indagações. Para isto que existem. Questionar políticos, comerciantes, cientistas e igualmente religiosos. Prédios comuns possuem apenas a proteção dada por engenheiros e construtores para não caírem na cabeça dos seus habitantes. Mas prédios dedicados à adoração de deuses alegam a proteção divina para a vida dos devotos na proteção da vida, do sucesso, da vida eterna e da salvação divina.
Exploração da credulidade
Os que prometem coisas extraordinárias não conseguem nem mesmo saber as condições físicas e os riscos reais de seus telhados visíveis e palpáveis. Como podem saber coisas mais difíceis e alegações sobrenaturais incríveis para a vida das pessoas? Que socorro estes fiéis ingênuos obtêm fora da proteção dado pelo estado e o poder civil terreno? Se este falha, se o construtor falha, que proteção dá o pastor ou o deus do qual ele alega conhecer as fórmulas da salvação espiritual se nem um telhado, coisa simples de manter, ele consegue? Como quem sabe tão pouco, age com tanto desinteresse por coisas verificáveis pela visão, pelo tato, pela contratação de pessoas confiáveis e promete tanto cobrando dos fiéis rios de dinheiro, pode dar alguma garantia que seja de alguma veracidade? De onde tirou suas alegadas garantias e conhecimento do outro mundo invisível quando nem deste age com proficiência e responsabilidade corriqueira humana? Que dirá do mundo sobrenatural então?
Mas a cobertura fica na mesmice de qualquer pequena tragédia em um lugar dedicado ao mundano. E como mundano o desabamento se comportou. Como qualquer boate ou centro da ‘perdição’ poderia ter desabado que os devotos devam evitar, alegam estes pastores, para ter uma vida garantida. A própria responsabilidade de um dono de boate igualou-se ao dos que cuidam do ‘templo de Deus’! Nem um milímetro a mais. Nada leva a suspeita de que algo diferente ocorre naquele local a não ser as falsas promessas e as cobranças indevidas de proteção e de uma vida melhor da dos outros humanos, uma atividade mais ilusória e falsa do que as outras. Deus não esteve lá como faz em nenhum lugar. Será que as forças que abalaram o prédio não abalaram os fundamentos da fé nesta crença de salvação e paz?
São omissões feitas pela mídia deste tipo que perpetuam astrologia, adivinhação, homeopatia, projeções de acontecimentos de ano novo, videntes. Todos que vivem da exploração da credulidade pública sem serem constrangidos pelo jornalismo.
Uma proteção misteriosa
Um incêndio supostamente criminoso destruiu parte do galpão da igreja São Luiz Gonzaga, em Ilhota, Santa Catarina, que armazenava roupas destinadas às vítimas das enchentes que atingiram o estado em novembro do ano passado.
De acordo com a Polícia Civil, o fogo na igreja São Luiz Gonzaga deixou cerca de 30% das 2 toneladas de roupas doadas para os desabrigados das enchentes completamente destruídas.
Williamson e outros três bispos foram excomungados há 20 anos depois que o ultraconservador arcebispo Marcel Lefebvre os consagrou sem aprovação do papa. Para tentar recuperar a parcela ultraconservadora católica, o papa Bento 16 revogou a excomunhão dos bispos no último sábado (24/01), provocando uma onda de reações negativas entre a comunidade judaica.
Parece que fora a misteriosa proteção da mídia, estes pastores não contam com nenhuma outra.
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Médico, Porto Alegre, RS