Quanta gente já morreu em Alagoas nos últimos três meses, desde que começou a greve no sistema de saúde? Esta é uma estatística impossível porque nossa grande imprensa já não tem correspondentes e muito menos sucursais nos estados. Mas a greve na Paraíba, iniciada na quinta-feira (16/8), já provocou uma morte – a da cidadã Elizângela Ferraz cujo coração não podia esperar a volta dos cardiologistas ao trabalho.
O caso teve imediata repercussão nacional simplesmente porque foi parar no Jornal Nacional de segunda-feira (20/8). Vai alimentar a pressão para que as greves nos serviços públicos ofereçam um atendimento mínimo à população. Mas serviu como atestado de óbito daquilo que um dia já se chamou de imprensa nacional.
Os três jornalões não têm espaço para o noticiário regional e as redes de TV são ficções: cada afiliada cuida do seu pedaço.
Enquanto a futura TV Brasil, a rede pública de televisão, não entra no ar, o Jornal Nacional continua sendo a única janela para saber o que se passa no país.
Parabéns, mas alguma coisa está errada.