Atenção, cuidado: se alguém escrever, tuitar ou lhe disser que a mídia nada tem a ver com o megaescândalo da FIFA & CBF, não acredite. Além disso, é preciso colocar a fonte de quarentena, sob suspeição. Ela não é confiável.
Por mais surpreendentes que sejam as malfeitorias que tomam conta das manchetes há dias, uma evidência começa a consolidar-se: a mídia não é inocente. E quando mencionamos a mídia estamos nos referindo à mídia nacional e à mídia internacional. E quando constatamos que a mídia não é inocente temos a obrigação de estabelecer diferenças – ela poderia ter denunciado a conspiração e abortado o escândalo. Ou simplesmente deixou rolar porque sabia que seria uma das primeiras beneficiadas.
O protagonismo do famoso J. Hawilla não aconteceu por acaso. O ex-jornalista esportivo e agora poderoso marqueteiro, empresário e comunicador é o elo que amarra a mídia ao escândalo. Não há como fugir a isso. Ao batizar o seu grupo com a marca Traffic, inconscientemente caracterizou o objeto do seu negócio: tráfico de influência, fazer favores, cobrar pelos favores, aumentar a rede dos favorecidos e, sobretudo, garantir a impunidade de todos. O tráfico de influência é o garantidor da sobrevivência das máfias e a sociedade não pode conviver com o tráfico de influências nem com máfias.
Para acabar com um final feliz a história da FIFA só tem um desfecho possível: a imprensa colocar-se no banco dos réus. E o jornalista Walter de Mattos Jr, dono do Lance!, dá o exemplo.
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