Mais fornida de carnes do que a esbelta Fernanda Karina Somaggio, a atriz
pornô Ciciolina foi deputada pelo Partido Radical de 1987 a 1992. De origem
húngara (Ilona Staler), entrou na política italiana para desmoralizá-la.
A nossa Miss Mensalão, mineira de origem paulista, está se servindo da
desmoralização da vida política do país para faturar os seus 15 minutos de fama.
E talvez algo mais.
Sua agenda que não tem nada de positiva, colocou o país de ponta-cabeça.
Porque guardou-a depois de deixar o emprego é o primeiros mistério. Como
descobriu o jornalista da IstoÉ Dinheiro é outro.
No Programa do Jô – onde revelou seus dotes de celebridade – disse que
‘admirava muito o trabalho’ de Leonardo Attuch, por isso o procurou. O
jornalista foi editor de economia do prestigioso Estado de Minas, cargo
de grande responsabilidade mas de bastidor, sem exposição pública – terceiro
mistério.
Aceitou sair do anonimato para ser capa de IstoÉ Dinheiro com uma
denúncia que abalaria o país, conformou-se com o engavetamento da matéria e
passou nove meses sem procurar outro veículo de informação – quarto
mistério.
Entrevista reveladora
O quinto mistério é continuação do anterior: por que razão ninguém deu-se ao
trabalho de investigar a tentativa de extorsão revelada pelo ex-patrão, Marcos
Valério?
Sexto: por que precisa de tanto dinheiro para contratar um caríssimo
escritório de advocacia? Testemunha é protegida pelo Estado.
Sétimo: se não assinou contrato para posar nua na Playboy, porque o
anunciou com estardalhaço?
Oitavo: se é uma patriota, petista de carteirinha, porque está conversando
com quatro partidos e anuncia que está fechando negócio com o PFL? Quais as
vantagens oferecidas – mesada, financiamento da campanha, caixa três?
Nono, décimo… vigésimo mistério: veja-se a esperta entrevista de Paulo
Sampaio na Revista da Folha (domingo, 31/7; íntegra na seção Entre
Aspas desta edição do OI) para entender como é que uma história tão
mal explicada conseguiu abalar o país.