O Exército alemão ainda era uma força extremamente poderosa, e o público alemão estava convencido de que a guerra não apenas iria durar muito tempo como, no final, as potências centrais (impérios austro-húngaro, turco e alemão) seriam vencedoras. Essas eram as notícias que recebiam; e, quando a Alemanha se rendeu, o que ficou na opinião pública foi a imagem da traição – da facada nas costas, dos líderes civis e militares que se venderam ao inimigo.
Os meios de comunicação são poderosos. A imagem que traçam da realidade é frequentemente tão ou mais poderosa que a própria realidade, a tal ponto que, quando a realidade se impõe, surgem as versões conspiratórias da História. É o que devemos temer na guerra ao narcotráfico, iniciada no Rio de Janeiro (e que ainda pode perfeitamente estender-se a outros estados, já que mercado existe e existem os fornecedores). As informações e as imagens são reais: com apoio de blindados dos fuzileiros navais, o Bope, tropa de elite da Polícia Militar do Rio, colocou em fuga um imenso grupo de narcotraficantes e ocupou um de seus principais redutos, a favela de Vila Cruzeiro. Foi uma vitória épica, bonita, acompanhada passo a passo pela TV. Mas nem tevê nem ninguém mostrou tudo.
1.
Qual a vantagem de espalhar os traficantes, em vez de prendê-los? OK, o território brasileiro não deve ser entregue aos bandidos, isto é correto; mas simplesmente afastá-los de onde estão significa que vão para outros lugares, e não que, privados de sua ligação telúrica, de suas raízes na terra em que vivem, se transformarão em cidadãos capazes de exemplarmente cumprir a lei.É o que acontece em São Paulo, com os ‘nóia’, os viciados em crack que se concentravam na região conhecida como Cracolândia: as intervenções policiais fizeram com que saíssem da Cracolândia e se espalhassem por outras regiões da cidade. E, quando a polícia saiu, boa parte voltou à Cracolândia. Final da história: a Cracolândia continua sendo Cracolândia e outras regiões ganharam um imenso problema que não têm a menor idéia de como resolver.
2.
A existência de consumo faz com que surjam fornecedores. Imaginemos um cenário em que todos os atuais fornecedores sejam presos e colocados em locais de onde não possam comandar o crime. Alguém tomará seu lugar. Sem cocaína, sem ecstasy, sem outras drogas é que o consumidor não vai ficar. Ou seja, num primeiro momento o tráfico será desorganizado, mas logo depois se organiza. E toca a usar armamento pesado para enfrentar os novos donos do pó.3.
Se a Globo e a Record localizam os bandidos em fuga, que é que impede a polícia de também fazê-lo? Melhor ainda, tendo em mãos os mapas e conhecendo as trilhas da região, por que deixar de lado o cerco e a captura?4.
Por que, de repente, os bandidos começaram a incendiar carros e ônibus no Rio? Os serviços policiais de informações não terão qualquer idéia do que possa estar ocorrendo? E não se trata de uma explosão que acabou entusiasmando outras pessoas: tudo indica que o movimento é articulado, coordenado.5.
Se é tão importante ocupar território, se a Vila Cruzeiro é um território de tão alta importância, por que, após a ocupação de 2008, pelo mesmo Bope que a ocupou agora, foi desocupado e devolvido aos bandidos?6.
E os bandidos de outras especialidades, por onde andarão? A turma dos sequestros, dos arrastões, dos assaltantes, dos batedores de carteiras, dos ladrões de automóveis, dos desmanches, os mafiosos dos caça-níqueis, todos terão se alistado na turma dos traficantes?7.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, está completando quatro anos de mandato. Há alguma explicação para a quase invisibilidade da presença do Estado em todas as favelas invadidas nestes últimos meses?8.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Garotos da classe média para cima são mais bem tratados pela imprensa e pela polícia do que pessoas da mesma idade, da classe média para baixo. Isso não acontece só na área de tráfico e consumo de drogas, mas em todas as áreas: recolher os rapazes que, sem provocação, agrediram pessoas que nem conheciam na Avenida Paulista, em São Paulo, foi um processo que demorou vários dias e exigiu muita pressão de opinião pública. Na área do tráfico a coisa é ainda mais clara: o milionário que dava dinheiro a um traficante de primeiro time, para ajudá-lo a fugir e se esconder, não teve nenhum tipo de aborrecimento, exceto explicar que tinha agido com a mais louvável das intenções. Se fosse pobre, ninguém levaria sua boa intenção a sério.
O risco maior
Nahum Sirotsky, correspondente em Tel Aviv do iG e de Zero Hora, jornalista que sempre figurou entre os mais notáveis do país, lembra a peça ‘Pedro Mico’, do também magnífico Antônio Callado. Na peça, dirigida por Paulo Francis, com Milton Moraes no papel-título e Beyla Genauer como sua namorada, há um momento em que o malandro Pedro Mico pergunta: ‘E se o morro baixar?’
O excelente compositor Paulo Sérgio Pinheiro lançou, em 1993, ‘O dia em que o morro descer e não for Carnaval’, cantado por Wilson das Neves. Um trecho:
‘O dia em que o morro descer e não for carnaval/ ninguém vai ficar pra assistir o desfile final/ na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu/ vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil (é a guerra civil)/ No dia em que o morro descer e não for carnaval/ não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral/ e cada uma ala da escola será uma quadrilha/ a evolução já vai ser de guerrilha e a alegoria um tremendo arsenal (…)’
Só que não é o morro que desceu: são os traficantes que subiram, é a polícia que subiu atrás (e só os serviços públicos é que não subiram). Trata-se, portanto, apesar das imagens bélicas, apesar da comoção pública, apesar do noticiário triunfante dos meios de comunicação, de um evento limitado. Um evento muito mais limitado do que pode ocorrer se um dia o morro descer e não for Carnaval.
Quem é favela
É comovente ver, ouvir e ler, nos meios de comunicação, matérias sobre habitantes de ‘comunidades carentes’ (parece que, se não chamarem favela de favela, as coisas ficam melhores), felizes com o afastamento dos narcotraficantes. É tão comovente que este colunista gostaria de encontrar mais matérias sobre o tema, sem que para isso seja necessário estar às portas de uma guerra civil. Pois a carga que recai sobre o favelado é muito maior que as más condições de vida, a pobreza, o risco permanente de vida: a isto se soma o preconceito, a vergonha, a necessidade de, para disputar um emprego melhor, inventar um endereço que não seja de favela. Vale a pena citar aqui o samba de Noca da Portela e Sérgio Mosca:
‘A favela nunca foi reduto de marginal/ A favela nunca foi reduto de marginal/ lá só tem gente humilde, marginalizada/ E essa verdade não sai no jornal/ A favela é um problema social/ A favela é um problema social/ Sim, mas eu sou favela/ Posso falar de cadeira/ Minha gente é trabalhadeira/ E nunca teve assistência social/ Ela só vive lá/ Porque para o pobre não tem outro jeito/ Apenas só tem o direito/ A um salário de fome e uma vida normal/ A favela é um problema social/ A favela é um problema social.’
Politicamente correto
O jornalista Cláudio Humberto comenta que boa parte da imprensa chama os ataques à população do Rio de ‘ações’, da mesma forma que transformou ‘criminalidade’ em ‘violência’ e acabou com as favelas na cidade, rebatizando-as de ‘comunidades’.
Comentário da sempre precisa jornalista Rosi Mallet, assídua leitora desta coluna:
‘Depois da inconsistência contábil do Pan-americano e dos jovens da classe média (sobre o ataque que bandidos da classe média fizeram na Av. Paulista), não é de estranhar’.
Este colunista encontrou outra manipulação de nome: ‘blogueiro progressista’ é como se identifica hoje o jornalista favorável ao governo.
Exceção
Mas não são todos: Ricardo Kotscho, que é lulista desde a época em que isso significava ficar longe do poder, é blogueiro e não está no grupo dos ‘blogueiros progressistas’. E Eugênio Bucci, que é lulista desde criancinha e foi diretor (bom) da Radiobrás no governo Lula, não apenas não é ‘blogueiro progressista’ como defendeu, no seminário da TV Cultura (25 e 26/11, em São Paulo), uma tese que o transformará em inimigo perene desta categoria: a redução da publicidade governamental.
Seminário 1
Bucci foi, de longe, o defensor das teses mais ousadas no seminário da Cultura: além de apontar o excesso da publicidade governamental, em todos os níveis, criticou as emissoras estatais por não cumprirem o papel a que se destinam.
Transparência: As emissoras públicas no Brasil, na maioria, não têm transparência. São caixas pretas de funcionários que não trabalham, postos ali por favorecimento político, de salários enigmáticos, de gente que acredita que presta contas para um deputado, ministro, secretário de Estado, diz ele.
Publicidade estatal: considera que sua dimensão é mastodôntica e ameaça a liberdade de imprensa no país. ‘O Estado no Brasil é um dos maiores anunciantes do mercado publicitário, não só no governo federal. Isto vem subindo em velocidade espantosa’.
Bucci tem toda a razão: veja esses maravilhosos anúncios na TV sobre as excelências de algum serviço público – seja federal, estadual ou municipal. Para que o anúncio, sempre acompanhado de algum slogan do tipo ‘nós pensamos em você’, ‘fazendo sempre melhor’, ‘gente lidando com gente’, se o governo não enfrenta concorrência? Uma empresa estatal que tenha concorrentes no mercado, OK; mas o governo, que é que está vendendo? Ele que apresente seus serviços, sem gastar essas quantias astronômicas com publicidade, e a população, se for bem atendida, retribuirá com votos nas eleições seguintes. Verba publicitária de governo deveria ser destinada a anúncios de interesse público – campanha de vacinação, desvio de trânsito, cuidados para evitar doenças – e não para dizer que seu governante é mais bonito do que os adversários.
Uma curiosidade: o ex-presidente Fernando Henrique, de quem Bucci é adversário político (embora, como pessoa civilizada, seja incapaz de confundir divergências políticas com falta de educação), defendeu tese muito semelhante.
Seminário 2
O ministro Franklin Martins foi o mais radical dos debates, reafirmando sua tese de que haverá regulamentação dos meios de comunicação concordem ou não os veículos. Mas a tese mais bem aceita foi a da autorregulação, como a que existe na publicidade: um organismo não-governamental, como o Conar, faria recomendações aos meios de comunicação e criticaria publicamente os que se recusassem a seguir os códigos de conduta por eles mesmos definidos.
Como disse o jornalista Américo Martins, que trabalhou na BBC, a TV pública da Grã-Bretanha, e é hoje diretor nacional de Jornalismo da RedeTV!, existem abusos. ‘Mas a gente tem de encontrar forma de lidar com abusos, sem interferência externa, explorar a idéia de autorregulamentação, em que todos os grandes grupos sentassem e propusessem um código mínimo para lidar com abusos.’
Pois é, existe
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), saudosista dos tempos da ditadura militar, lançou uma nova tese: se você achar que seu filho está virando gay, dê-lhe uma boa surra, que ele desiste. Pode? Não, não pode; mas nossos meios de comunicação, esquecidos de qualquer coisa que não seja o combate no Rio, estão tratando o parlamentar como se o que diz merecesse muita consideração.
O melhor comentário sobre o tema é do respeitadíssimo jornalista Luthero Maynard, por muitos anos assessor de um dos políticos mais sérios que já atuaram neste país, Franco Montoro, e com quem este colunista teve a honra de trabalhar na falecida Folha da Tarde. Diz Luthero, referindo-se especificamente aos bandidinhos que atacaram rapazes na Avenida Paulista porque acharam que eram homossexuais, mas também sobre todos que têm preconceitos:
‘É bom mostrar que esses boçais homofóbicos que agridem homossexuais estão, na verdade, tentando controlar/punir/recalcar o homossexual que carregam no íntimo (com certeza inconscientemente, às vezes nem tanto) que os incomoda/assusta. Pode ter certeza, nenhum desses boçais resiste a um bafo na nuca. Não precisa ser o Dr. Sigmund para chegar a esse diagnóstico’.
Pois é, grande Luthero. Esse pessoal preconceituoso faz muito barulho, inventa muita moda, mas no fundo quer sentar, corrupiar, bater asas e cocoricar.
É assim que se faz
Uma boa iniciativa da Justiça Federal: em vez de continuar a queixar-se de que os jornalistas não entendem direito o que lhes é dito nas entrevistas, o Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal lança o guia Ação e Sentença, facilitando a vida de quem quiser conhecer melhor os trâmites processuais. No guia, são apresentados os principais processos e procedimentos, a finalidade das ações judiciais, os recursos mais comuns, muita coisa essencial para que se entenda o que acontece nos tribunais. O guia não será vendido: apenas enviado gratuitamente a quem o solicitar, no endereço eletrônico imprensa-jfsp@jfsp.jus.br, indicando o endereço de entrega pelo Correio. Em princípio, só haverá uma tiragem: é bom pedir depressa.
Espera-se que se reduzam os casos de confusão entre mandado e mandato, de frases como ‘o juiz pede’, de informar que o promotor faz parte do Poder Judiciário. Sem esquecer que juiz é ‘meritíssimo’, de mérito. Nada de erros!
As feras do Direito
O site Consultor Jurídico e a Associação Paulista dos Magistrados lançam em 30/11, a partir das 19h, o Anuário da Justiça São Paulo 2010. Local: antigo Teatro Hilton, hoje Auditório do Edifício MMDC, Avenida Ipiranga, 165, São Paulo, SP.
A onça pintada
É um belíssimo animal, elegante, um caçador implacável: a onça pintada, que os índios chamavam de jaguar. Liana John, competente jornalista da área ambiental, mergulhou fundo, ao lado de Evaristo Eduardo de Miranda, na vida do jaguar: vai da história natural, evolução, perspectivas de conservação, até seu significado cultural nas três Américas, desde a Idade da Pedra.
Jaguar, o Rei das Américas deve ser lançado dia 6/12, na livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, 509, São Paulo, a partir das 19h. Vale pela pesquisa, pelo texto; vale também pelas belas fotos.
Adeus, escola das escolas
O violinista Roberto Twiaschor, 78 anos, é um dos bons personagens da música erudita brasileira: executou, na inauguração de Brasília, a ‘Missa da Coroação’, de Mozart; deu um elogiado concerto em Lucca, Itália, na V Sagra Musicale Lucchese; participou da criação de orquestras como a L’Estro Armonico, a Orquestra do Conservatório Dramático e Musical, a Orquestra do Teatro Lírico de Equipe, a Orquestra de Câmara de São Paulo. E acompanhou, com tristeza, o fechamento do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo – aquele que Mário de Andrade definiu como ‘escola das escolas’. Twiaschor lança o livro Memórias e outras histórias de um irrequieto violinista, em que mescla os motivos que levaram o mais famoso conservatório brasileiro ao fechamento e trechos de sua rica biografia pessoal. Na Megastore Saraiva, Shopping Pátio Higienópolis, dia 2/12, a partir das 19h, em São Paulo. Bom pelo livro, bom pelo autor.
Como…
De um grande portal noticioso de internet:
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‘Polícia invade casa de Silvio Santos e acha família ‘brindada’’Houve boatos de que a casa estava sendo assaltada. Mas a notícia não tem erro, não: se as companheiras de trabalho de Sílvio recebem brindes, por que não sua família?
Em tempo: mais tarde, o título trocou o ‘brindada’ por ‘blindada’.
…é…
De um desses cadernos de serviços:
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‘Aprenda a montar uma árvore de Natal com a sua cara’Que é que estarão insinuando?
…mesmo?
De um grande portal da internet:
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‘Mata a mãe e xinga a imprensa’O maluco precisava vir ao Brasil. Aqui seus colegas nem precisam matar a mãe.
Mundo, mundo…
Coisa de americano, claro. Existem coisas que só acontecem nos Estados Unidos.
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‘Aos 33 anos, americano descobre que mãe é mulher barbada’Podia ser pior: na semana passada, contamos a história de um cavalheiro que se operou para virar mulher, não gostou e se operou de novo para virar homem. O americano poderia ser filho dele, ou dela, ou dele, sabe-se lá.
…vasto mundo
Como já se disse em algum lugar, existem coisas que só acontecem nos Estados Unidos.
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‘ONG procura lar para mil ratos nos EUA’Este colunista, preocupado com o bem-estar dos bichinhos, sugere que sejam encaminhados a um belo edifício em Brasília, com projeto premiado e tudo. Lá, além de boa vida, encontrarão muitos companheiros que conhecem a cidade.
E eu com isso?
E chega de notícias pesadas, trágicas, bélicas. Vamos à vida real:
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‘A Fazenda 3: eu não lavo nem minhas calcinhas em casa, diz Carol’**
‘Amy Winehouse faz amizade com macaquinho no Caribe’**
‘Ex e atual mulher de Murilo Benício são flagradas juntas em praia no RJ’**
‘Britney Spears está furiosa com a reconciliação dos pais’**
‘‘Só ando de táxi ou a cavalo’, diz a atriz Mayana Moura’**
‘Cameron Diaz e Alex Rodriguez flagrados juntos em barco’**
‘Ivete Sangalo acena ao chegar em hotel’**
‘Atriz Mila Kunis diz que engordou nove quilos em cinco dias’**
‘Cobra come o próprio rabo e fica entalada no Reino Unido’**
‘Morango diz que está solteira’
O grande título
Temos um excelente material nesta semana – a começar por um livro que, ao que tudo indica, é psicografado:
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‘Michael Jackson lança livro sobre filho no Brasil’Há um impecável, não só pela não-informação como pela incongruência:
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‘Menina que teria sido estuprada é indiciada na África do Sul’Primeira dúvida: foi ou não foi estuprada? Segunda dúvida: caso tenha sido estuprada (ou caso não tenha sido), por que o indiciamento? Será crime ter sido estuprada, ou não ter sido estuprada?
Mas há um melhor do que todos, no quesito incompreensibilidade:
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‘Juiz proíbe festa em Fortaleza se não faltar cirurgia ortopédica’O que o jornal gostaria de dizer, se conseguisse, é que a Justiça proibiu a prefeitura de Fortaleza, o governo do Ceará e a União de realizar qualquer festa enquanto alegar que não tem dinheiro para realizar cirurgias ortopédicas.
Assim fica simples, né?
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Jornalista, diretor da Brickmann&Associados