*** “O suave guerreiro”, escreveu o seu jornal no alto da primeira página do último domingo. O pai fez um doloroso necrológio: “um homem sem inimigos”. Miriam Leitão foi mais longe: “ele ensinou a redação a entender o sentido da palavra ‘inevitável’”. Aos 49 anos, vitimado por uma enfermidade incurável, depois de dois anos de sofrimentos, Rodolfo Fernandes, diretor de redação do Globo, foi vencido pela morte. Um jornalista completo, brilhante, moderno, rigorosamente afinado com a melhor tradição jornalística trazida pelo pai, Helio Fernandes, e o tio, Millôr Fernandes, expoentes do nosso jornalismo e da nossa cultura. O Rio de Janeiro deve a Rodolfo Fernandes o retorno da trepidação jornalística, a reabilitação do jornalismo investigativo e, principalmente, a reinvenção da elegância moral que tanto faz falta à cidade e ao país. Estão abertas as matrículas para a escola de jornalismo Rodolfo Fernandes.
*** Um dos cartunistas mais conhecidos do mundo árabe foi espancado depois de publicar uma charge em que mostrava o presidente sírio Bashar Assad pegando uma carona com o ditador líbio Muamar Kadaffi. Ali Ferzat foi rendido quando andava por uma rua de Damasco, capital da Síria, e brutalmente espancado. As mãos do desenhista foram quebradas. De acordo com a oposição, os agressores eram membros da polícia secreta do governo. Colegas de profissão também não deixaram o ataque passar em branco.