José Serra (PSDB) vive dizendo que não é candidato a presidente da República e que seu objetivo no momento é fazer um bom governo em São Paulo. Claro que não é verdade, Serra não pensa em outra coisa senão na cadeira do presidente Lula no Palácio do Planalto.
Gilberto Kassab (DEM) é prefeito de São Paulo, acabou se ser eleito, não vai sair por aí dizendo que é candidato a suceder Serra no Palácio dos Bandeirantes, até para não decepcionar o eleitorado que votou nele para ficar quatro anos no Palácio do Anhangabaú. No entanto, quem conversa com políticos paulistas sabe que a possibilidade de Kassab ser ‘convencido pelas bases’ a se candidatar é real. A pressão será grande, especialmente se o PSDB resolver lançar Geraldo Alckmin ao Bandeirantes, pois o combinado era a candidatura do secretário Aloysio Nunes Ferreira.
Kassab conseguiu na campanha eleitoral de 2008 se projetar como um político nacional. Estava em terceiro lugar nas pesquisas, encostado no inefável Paulo Maluf, bateu dois nomes fortíssimos e tradicionais em São Paulo – o próprio Alckmin e Marta Suplicy (PT). Foi a única capital importante que o DEM conquistou.
Como explicar?
No domingo (22/3), a Folha de S. Paulo divulgou uma pesquisa de intenção de votos para o governo de diversos estados, realizada pelo instituto Datafolha. Em São Paulo, a liderança do tucano Geraldo Alckmin é inconteste em todos os cenários testados com o seu nome. Porém, há um detalhe: Gilberto Kassab ficou de fora de todas as listas da pesquisa. Simplesmente não foi incluído.
Se o critério da Folha é a palavra do pré-candidato, José Serra também deveria ficar de fora das pesquisas sobre a sucessão de Lula. Aliás, nem mesmo Geraldo Alckmin assumiu a candidatura ao governo paulista… Por que o jornal não incluiu o nome de Kassab é um mistério. E mistério ainda maior foi o prefeito simplesmente não ter sido citado na pesquisa espontânea, na qual os entrevistadores perguntam apenas em quem o cidadão deseja votar, sem apresentar nomes. Nesta enquete, apenas Serra, Alckmin, Marta e Paulo Maluf teriam sido citados. Ou o instituto excluiu as citações ao prefeito Kassab e apresentou apenas as dos pré-candidatos que foram incluídos na pesquisa estimulada? Talvez o competente ombudsman do jornal possa explicar o que ocorreu.