Para não ferir as suscetibilidades dos meritíssimos magistrados que deram ganho de causa ao jornalista Cláudio Humberto na ação que impetrou contra o Observatório da Imprensa, e na condição de seu editor-responsável, este Observador absteve-se de comentar o episódio na edição (nº 438) em que foi publicada a sentença condenatória [ver aqui].
Impõem-se agora algumas informações complementares:
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Este Observatório errou ao qualificar o jornalista-reclamante de forma ofensiva. Mesmo que a matéria tenha sido reproduzida de outro veículo (Correio da Cidadania), a reprodução da injúria é injustificada independente da opinião que se tenha do dito profissional.**
Para limpar a sua honra, o reclamante exigiu dos veículos-réus a quantia equivalente a 1.500 salários mínimos – que em 2001 equivaliam a 270 mil reais e hoje, seis anos depois, a 570 mil reais.O reclamante contentou-se com 15 mil reais da Universidade de Campinas e abriu mão de qualquer indenização por dano moral dos editores do Correio da Cidadania.
Perguntará o leitor: o que a Unicamp tem a ver com o Observatório da Imprensa?
Resposta: rigorosamente nada.
Evidências recusadas
O OI é um projeto criado em 1995 no Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo) do Nudecri (Núcleo de Desenvolvimento e Criatividade) da Unicamp. No curso dos seminários e trabalhos desenvolvidos pelo Labjor a partir de 1994, no sentido de promover a discussão pública sobre o desempenho dos meios de comunicação, surgiu a opção de um veículo com esta finalidade precípua. Como a internet então despontava no cenário midiático, esta foi a mídia escolhida para veicular um debate que se pretendia o mais aberto e acessível.
O Observatório da Imprensa não tem qualquer vinculação legal, laboral ou fiscal com a magnífica instituição acadêmica que é a Unicamp. A não ser de ordem afetiva: a Unicamp é a alma mater deste Observatório. Isso não implica qualquer tipo de responsabilidade. A implantação do OI deu-se através do Instituto Universidade-Empresa (Uniemp) e sua administração, desde abril de 2002, está a cargo do Instituto Para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).
Os advogados do reclamante queriam uma instituição poderosa capaz de garantir alguma compensação material ao cliente. E Suas Excelências, os senhores juízes, recusaram todas as evidências. Preferiram punir aleatoriamente a Unicamp.