Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

BBC planeja demissão em massa para reduzir custos

A BBC deverá cortar até 12% de sua força de trabalho – o equivalente a mais de duas mil demissões – para eliminar gastos. O diretor-geral da rede pública britânica, Mark Thompson, planeja cortar 6% do orçamento em cada um dos próximos cinco anos. Um acordo abaixo do esperado para o valor da taxa paga pelo público, no início do ano, teria levado a rede a perder pelo menos dois bilhões de libras.


Segundo informações do Financial Times, executivos da BBC estariam resistindo à idéia de eliminar um ou mais serviços, como, por exemplo, o canal BBC 3, preferindo cortar gastos dentro de diversos setores da companhia. Esta é a segunda vez que grandes cortes são planejados na rede nos últimos anos. Em março de 2005, quase quatro mil funcionários foram demitidos. Hoje, a BBC emprega 23 mil pessoas, sendo que 18 mil trabalham no serviço público em si, e não em projetos internacionais paralelos, como o BBC Worldwide e o World Service.


Rede em baixa


Thompson deve anunciar o plano de cortes em uma reunião com o BBC Trust, conselho que representa os contribuintes, em 17/10. As demissões excessivas significariam, afirma o FT, um golpe para a moral já em baixa da rede – além do fracasso nas negociações pelo aumento da taxa anual paga pelo público no Reino Unido, a BBC passou por episódios recentes que prejudicaram sua imagem.


Na semana passada, Peter Fincham, que controlava o canal BBC1, pediu demissão após receber críticas por causa de uma gafe com a rainha Elizabeth II, em julho. Um trailer de um documentário independente com cenas mal editadas levou à divulgação de informações falsas – de que a rainha teria abandonado abruptamente uma sessão de fotos com a respeitada fotógrafa Annie Leibovitz. Em outro episódio, foi descoberto que um programa de TV que realizava um concurso por telefone havia forjado os vencedores da competição. Pelo menos três produtores sênior já perderam o emprego. Informações de Andrew Edgecliffe-Johnson e Ben Fenton [Financial Times, 9/10/07].