O uso excessivo do celular faz mal à saúde — a notícia-bomba foi publicada com muito destaque em todo o mundo e no Brasil até gerou editoriais em grandes jornais. Mas nos dias seguintes, evaporaram-se os efeitos da bomba. Seria uma notícia falsa, factóide, barriga tipo boi-mate? Ora, quem divulgou os estudos foi a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mais importante monitor médico do planeta – que pode ser acusado de falhas, mas nunca de irresponsabilidade.
Está parecendo que quem derrubou o celular do noticiário foram as grandes redes de lojas cujos estoques são enormes. Informar que o celular faz mal à saude na véspera do Dia dos Namorados pode causar infarto nos lojistas e AVC nos fabricantes.
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Mario Vargas Llosa foi notícia novamente, mas os jornalões brasileiros não apreciam muito este tipo de noticia: incomodado com os abusos, distorções e a falta de isenção do jornal El Comércio na cobertura eleitoral peruana, o escritor suspendeu a publicação dos seus artigos no mais importante jornal do seu país. Sempre acusado de direitista, o escritor apoiou ostensivamente o candidato esquerdista Ollanta Humala, preocupado com a democracia e a liberdade de expressão.
O bravo gesto do Nobel de Literatura não teve repercussão no Brasil porque a mídia aqui não está interessada em estimular cobranças da imprensa. Se a moda pega, as colunas ficarão em branco.