Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Comparação é tudo

A manchete do UOL gritava na tarde de quinta-feira (26/2): ‘Inadimplência atinge maior nível desde 2002‘. Seria realmente horrível a economia voltar às taxas do tempo do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), não é mesmo?


Neste caso em particular, porém, até que FHC não mandou tão mal. Lendo a matéria, o leitor fica sabendo que a taxa das pessoas físicas hoje está em 8,3% e que estava em 8% no mês passado e em 7,3% antes da crise, em setembro. Ou seja, não foi nenhum grande salto, mas em se tratando de um portal do Grupo Folha, a regra é berrar bem alto: ‘Está ruim, está piorando, vai piorar ainda mais’.


Basta ler a reportagem, porém, para perceber que o grito histérico não faz muito sentido, pois o índice geral de inadimplência, que leva em conta também as pessoas jurídicas, está apenas um pouco superior ao verificado em agosto de… 2007!


Está aí o texto da matéria, que não deixa mentir:




‘O indicador nas linhas de aquisição de veículos passou de 4,5% para 4,7%. No cheque especial, recuou de 10,6% para 10,3%. No crédito pessoal, subiu de 5,5% para 5,7%. A inadimplência geral, que inclui também pessoa jurídica, passou de 4,4% em dezembro para 4,6% em janeiro, a taxa mais alta de agosto de 2007 (4,7%).’


Bem que o pessoal lá da Barão de Limeira podia lançar um novo slogan: ‘Folha, de rabo preso com a crise financeira mundial!’