Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Crepúsculo dos deuses

Na época em que um grupo de pessoas se reuniu no Brasil para jogar sua vida e seu dinheiro na luta pela República e contra a escravidão, um inglês de raro talento, John Ruskin, dizia que dificilmente existirá alguma coisa que alguém não possa fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato.

Aqueles homens notáveis fundaram A Província de S.Paulo (hoje O Estado de S.Paulo) e o Diário Popular (hoje Diário de S.Paulo). Tiveram êxito: seus jornais cresceram, foram vitoriosas suas lutas, a escravidão foi abolida e a República tomou o lugar da monarquia, seus nomes foram perpetuados em ruas e praças de São Paulo. E seus jornais, bem aceitos pelo público, tiveram lucros, puderam investir, cresceram. O Estado de S.Paulo foi, por longos anos, um dos jornais mais poderosos do país – e mesmo hoje, longe do que já foi, está entre os mais influentes veículos impressos.

Os jornais cresceram oferecendo a seu público aquilo de que necessitava: informações, muitas delas exclusivas, boas histórias, análises bem feitas do cenário nacional e internacional. Houve tempos em que o editor de Economia do Estado, Frederick Heller, era visitado pelo todo-poderoso ministro Delfim Netto em todas as suas viagens a São Paulo. O Estado teve participação decisiva na criação da Universidade de São Paulo; com Júlio de Mesquita Filho, traduziu para o português boa parte das expressões utilizadas até então no football; e teve também papel de destaque na consolidação do teatro brasileiro, com críticos notáveis como Décio de Almeida Prado e Sábato Magaldi. O Estado buscava incessantemente a excelência. E a excelência do pessoal que lá trabalhava se refletia na excelência do produto. Comprar o Estado demonstrava que o leitor fazia questão de dispor de notícias de boa qualidade e bem escritas.

A situação hoje é outra: as informações, antes raras e caras, hoje são abundantes e baratas; é possível se informar de graça pela internet (não tão bem quanto nos grandes jornais impressos, mas dá para passar batido); a alta do dólar joga o preço do papel às alturas, e até o combustível necessário para movimentar aquele imenso volume de papel pesa no custo da empresa. Há dúvidas a respeito da sobrevivência dos jornais impressos como informativos de massa. A publicidade é dividida entre mais concorrentes.

E, no entanto, quando os indicadores são bons mas quem os interpreta não entende o que dizem, o caminho correto é abandonado. Um grande jornal pode ser eletrônico sem perder a qualidade – ao contrário, vai ganhar em atualidade, em recursos gráficos, em capacidade de atingir o grande público. O problema não é o papel ou a tela: é o que transmite. As excelentes Bíblias em pergaminho lindamente ilustrado foram substituídas por Bíblias em papel impresso e isso contribuiu para difundir as religiões bíblicas, não para circunscrevê-las.

Não importam as dificuldades, as etapas de transição, as disputas internas: o importante é lembrar, o tempo todo, que bom jornalismo é feito por bons jornalistas. Demissões em massa, como as que ocorrem agora em diversos veículos, e nas quais o critério básico parece ser o tamanho do salário de quem será atingido, servem apenas para reduzir a qualidade do jornalismo, com o efeito inevitável de abandonar o público leitor (e ser abandonado por ele). Menos leitores, menor circulação, menos publicidade, menor faturamento; e, daqui a algum tempo, novos cortes – esperando-se, ingenuamente, que o mesmo remédio que já não deu certo, que nunca deu certo, de repente funcione se for aplicado de novo, em doses ainda mais cavalares.

 

A estrela desce

O título desta coluna é o de um excelente filme do grande diretor Billy Wilder, com William Holden, Gloria Swanson e Erich von Stroheim. O filme narra a história de uma estrela do cinema mudo (Norma Desmond, interpretada por Gloria Swanson – ela mesma uma estrela do cinema mudo que o filme falado aos poucos triturou). Seu sonho é retornar triunfalmente ao cinema e reviver os dias de sucesso. Não conseguia se adaptar aos novos tempos – até mesmo seu automóvel, um esplêndido Isotta-Fraschini, era de outras eras. Norma Desmond enlouqueceu, acreditando que voltara a ser estrela.

O que ocorre com os jornais brasileiros é algo parecido: acreditam que fazer loucuras demitindo seus bons profissionais é a maneira de retornar ao estrelato. Está errado; e os poderosos proprietários, os deuses da imprensa, correm o sério risco de enfrentar seu irremediável crepúsculo.

 

Os dias de hoje

Sem pessoal suficiente, mesmo jornalistas de categoria não têm tempo para produzir material de alta qualidade. A penúria se mostra facilmente:

** A Basílica de Aparecida, principal santuário do Brasil, maior santuário mariano do mundo, apareceu na TV, num programa inteiro de Páscoa de uma grande rede, na cidade errada. Uma frase: “Em São José dos Campos se realizou missa cantada na Basílica de Aparecida”. Realmente, não é longe: São José dos Campos e Aparecida ficam no Vale do Paraíba, mas separadas por 84 km. E, cá entre nós, se a Basílica de Aparecida não ficasse em Aparecida, por que se chamaria Basílica de Aparecida?

** Incêndio gigantesco num depósito de combustíveis no terminal marítimo da Alemoa, em Santos. Uma grande rede de TV insiste em dizer que o incêndio é em Cubatão, faz reportagens sobre problemas ambientais em Cubatão já há muito corrigidos, discorre sobre a cidade, fala sobre a grande tragédia do incêndio de Vila Socó. Cubatão, diga-se, está na Baixada Santista, na mesma região de Santos. Mas são cidades diferentes. E Cubatão não tem litoral. Como teria um terminal marítimo?

** O STF indiciou um grupo de políticos no caso do Petrolão. Os nomes vinham circulando há meses. A lista deveria estar pronta nos meios de comunicação, com fotos, biografias, tudo; quando saíssem os indiciamentos, era só cortar quem não tivesse sido atingido. Negativo: a imagem que tínhamos na TV era a dos nomes, provavelmente captados num tablet. E só. Planejamento? Mas como preparar matérias com antecedência se as equipes estão reduzidas e cada pessoa é essencial para botar no ar os jornais do dia?

** Texto de um grande jornal impresso: “(…) com a alta do dólar, o custo das contratações ficam mais elevados (…)” Redator analfabeto? Não: redator que não teve tempo de reler o texto. Houve modificações (provavelmente a forma original era “os custos das contratações”), que não foram acompanhadas pelas mudanças no restante da frase. E, como não havia possibilidade de reler o que estava escrito, foi do jeito que estava.

** E um caso ridículo, também devido, com certeza, à pressa com que os repórteres tiveram de trabalhar, sem ninguém que os auxiliasse: “dois ratos cinzas sem raça aparente”. Primeiro, que é “raça aparente”? Segundo, quem é o especialista em raça de ratos que deu a opinião?

A resposta é simples: nenhum. Até porque os ratos não existiam. Havia ali dois hamsters e três esquilos-da-Mongólia. São roedores, mas não ratos.

 

História sem fim

Os casos vão longe. Numa reportagem de turismo, fala-se num hotel-biblioteca para hóspedes que apreciam leitura. Esses hóspedes – e leitores – são submetidos logo na entrada da matéria a uma legenda, “Amantes de livros nunca vai para a cama sozinhos”. Sozinha, no singular, abandonada, só mesmo a concordância.

Mas continua: informa que no hotel há um lounge chamado “Refúgio do Escritor”, que “à noite serve drinques com nomes ligados à literatura”.

Notável: o lounge, que em português significa algo como “sala de estar”, é tão inteligente e prestativo que até serve drinques. Que maravilha!

E o leitor que aprecia livros, que gosta de leitura, que é que achará desse texto?

 

Notícia (quase) em dobro

Todo leitor de jornal já se divertiu ao encontrar, em páginas, cadernos ou editorias diferentes, a mesma notícia – às vezes com o mesmo texto, às vezes com textos diferentes, às vezes (o que é mais engraçado) com textos contraditórios. Mas na mesma página é novidade: um grande jornal impresso, de circulação nacional, publicou a mesma notícia, assinada, duas vezes na mesma página. Mas não eram iguaizinhas: a do lado esquerdo, “Fundo sueco vai processar a Petrobras”, tem a matéria na íntegra; do lado direito da página, com o mesmo título, o espaço era menor, então a matéria foi reduzida.

Mas é maldade dizer que o jornal está publicando a mesma notícia duas vezes para economizar jornalista.

 

Vício de origem

Lembra daquele documento que vazou da Secom, Secretaria de Comunicação do Governo Federal, e derrubou o ministro Thomas Traumann? No documento, defendia-se a interferência partidária no noticiário da Agência Brasil. Pois é. Em 3 de abril, às 11h46, matéria publicada pela Agência Brasil sob o título “Primeiro-ministro de Israel diz que Irã tem como único objetivo a bomba atômica”, era assinada pela Agência Lula.

Errinho bobo, nada além disso. O correto seria “Agência Lusa”. Mas imagine-se o que andava pela cabeça do redator para cometer esse errinho bobo.

 

O incêndio-fênix

O jornalista Wagner Belmonte, editor-chefe da TV Câmara, de São Paulo, professor da Fapcom e doutorando na USP, acompanhou a cobertura do incêndio do terminal da Ultracargo na Alemoa, em Santos. E escreveu um delicioso texto sobre o vai-vem da cobertura: os meios de comunicação aceitando como boas as informações oficiais, sem desconfiar de nenhuma, mesmo depois que ficou absolutamente claro que não mereciam crédito.

“Tudo começou às 10 da manhã de quinta-feira, 2 de abril. Um incêndio de grandes proporções e as principais emissoras de rádio e televisão cravaram: embora a situação inspirasse cuidados, tudo voltaria ao normal à medida que o fogo consumisse os milhares e milhares de litros de combustível que eram queimados. Tudo, aparentemente, era uma questão de tempo. Não havia risco à saúde e ao meio ambiente.

“Algumas horas depois, os bombeiros avisavam que o incêndio no tanque da Ultracargo deveria durar pelo menos quatro dias. Por si só, um incêndio de 96 horas não deveria aguçar um pouco mais a curiosidade jornalística de quem se envolve nessa cobertura? Quão possível é considerar a situação realmente sob controle com essa previsão pouco imediata para debelá-lo?

“Ainda assim, os bombeiros repetiam que a prioridade era o “resfriamento” de outros tanques para que eles não fossem atingidos pelo calor de até 800 graus provocado pelas chamas. Vieram as explosões. E a toada de algumas das coberturas se manteve.

“- O incêndio atinge um tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.
Algumas horas depois…

“- O incêndio atinge o segundo tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.
Algumas horas depois…

“- O incêndio atinge o terceiro tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.
Algumas horas depois…

“- O incêndio atinge o quarto tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.
Algumas horas depois…

“- O incêndio atinge o quinto tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.
Algumas horas depois…

“- O incêndio atinge o sexto tanque da Ultracargo, e a ação dos Bombeiros é imediata. Praticamente não há risco de atingir outros reservatórios.

“Lá se foram 96 horas de um incêndio, sob controle, de (im)precisões. Jornalismo incandescente é assim: é brasa na certa.”

 

Estudar é preciso

O grande Percival de Souza, já na época um dos maiores repórteres policiais do país, chegou à conclusão de que não poderia aperfeiçoar suas matérias sem aperfeiçoar-se em Direito. Entrou na faculdade e se formou; e em suas matérias o juiz não “pede”, determina, mandado é mandado e mandato é mandato, a polícia prende, mas cumprindo ordens do juiz, que é quem expede o mandado. Incomum: ainda outro dia, um jornal de TV de uma grande rede informava que a Polícia Federal estava “expedindo mandados de prisão”. E nesse turbilhão de operações o que sai de informação incorreta é uma festa.

Conversar com juízes, promotores, advogados, e entender com precisão o que informam, exige alguma formação – não obrigatoriamente acadêmica, mas minuciosa e precisa. Percival adotou o caminho mais trabalhoso e completo. Seus leitores (e telespectadores) sabem que, em suas matérias, a informação será sempre correta.

 

Prefeito engraçadinho

A Prefeitura de São Paulo decidiu comportar-se partidariamente nas respostas às indagações e críticas que recebe em sua página no Facebook. A Secretaria de Comunicação do prefeito petista Fernando Haddad diz que “as interações passam agora por uma fase de teste com um tom mais informal e bem-humorado, visando a aproximação com os internautas”.

Alguns exemplos:

** Um internauta (cuja foto no Facebook simula a capa de Rebel Heart, o último disco de Madonna) criticou um post da Prefeitura contrário à redução da maioridade penal. A resposta: “Que tal se informar no post antes de sair por aí destilando desumanidades? Madonna não aprovaria seu comentário”.

** Outro internauta diz que a intenção de Haddad (apelidado de Prefeito Suvinil e de Maníaco da Brocha por mandar pintar o asfalto paulistano de vermelho) ao fazer ciclovias “com o único interesse de desvio de verba em licitações fraudulentas”. A resposta: “Jura? Você tem prova disso?”

A resposta poderia ser mais precisa e devastadora: não há licitações fraudulentas nas ciclovias, pelo simples motivo de que as obras estão sendo feitas sem qualquer licitação. O problema seria explicar por que fugir às licitações, importante instrumento de moralização das obras públicas e exigência legal.

Mas o problema é outro: é fácil ser engraçadinho com o dinheiro do contribuinte, usando a piadinha para evitar a resposta a que todos os governantes são obrigados, legal e moralmente. Resposta oficial tem de ser precisa, correta, bem educada. A agressão e as piadas podem ficar para as páginas pessoais e não entrar nas oficiais.

 

Como…

De um grande portal noticioso, ligado a um grande grupo jornalístico:

** “40% das policiais mulheres do país já sofreram assédio”

Se a frase fala “das” policiais, não fica claro que são mulheres?

 

…é…

De um importante portal noticioso, sobre chegada ao Brasil de um novo modelo de jato de passageiros:

** “O aparelho tem 64 metros de largura por 67 de comprimento”.

Ou seja, é praticamente quadrado. O primeiro avião do mundo com formato de caixote.

 

…mesmo?

De uma importante coluna informativa, de um grande jornal impresso:

** “A ‘operação padrão’ dos agentes fiscais de rendas do Estado de São Paulo (…) provocou queda de 14% no número de autos de infração e de multas no primeiro trimestre. Foram 3.367 autuações por dívidas com impostos, ante 2.891 no mesmo período do ano passado”.

Este colunista é do tempo em que 3.367 era um número maior que 2.891.

 

Frases

>> Da internauta Ludmila Rodrigues: “Acredito que a preguiça pode ser uma coisa boa. Se não fosse ela, eu estaria lá na cozinha quebrando a dieta.”

>> Do jornalista Sandro Vaia, sobre a rala manifestação da CUT em São Paulo, no dia 7 de abril: “De um transeunte distraído hoje na Paulista: o que é isso, jogo da Lusa?”

>> Do jornalista Luiz Weis, citando texto do ensaísta Charles Simic, publicado em 1993 na revista americana The New Republic: “A atitude da mídia diante da complexidade dos assuntos é a mesma da Inglaterra vitoriana diante da sexualidade: uma coisa da qual as pessoas precisam ser protegidas.”

>> Do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, sobre as dificuldades do governo para aprovar o ajuste fiscal: “Responsabilidade fiscal é igual a sapato branco. Só é bonito no pé dos outros.”

>> Do jornalista Palmério Dória: “Pepe Vargas está credenciado a compor um quadro como o quarto dos Três Patetas.”

>> Do jornalista Cláudio Humberto: “O projeto nem foi aprovado, mas Dilma fez questão de ser a primeira a aderir à nova proposta de terceirização. Terceirizou a economia para o ministro Joaquim Levy e a política para o vice Michel Temer.”

 

E eu com isso?

Uma internauta diz que todo mundo no Facebook fala mal da TV, mas na hora das novelas o Face fica vazio. Pois é: sabe aquele sujeito que começa a frase com um “não sou petista, mas…” e em seguida recita o mantra inteiro? Novela também tem disso: “Eu não estou assistindo a esta novela, mas acho que Fulana e Sicrano vão acabar juntos”, e segue-se uma longa e erudita discussão a respeito da evolução da trama. E há quem garanta que não assiste à TV, mas sabe a programação até dos mais remotos canais a cabo, daqueles que exibem minisséries do Azerbaijão e filmes da Ossétia do Norte. Enfim, este é o tema de que todos gostam. Este colunista, que nunca viu novela, tem de ler alguma coisa sobre o tema, para não ficar sem assunto nas rodinhas.

** “Mãe do filho de Neymar diz não gostar do rótulo que a acompanha”

** “Laura Neiva dá beijo apaixonado em Chay Suede”

** “Fã mostra foto de Nick Jones no banheiro”

** “Filho de Ana Hickman curte Páscoa com a mãe”

** “Taylor Swift e Calvin Harris assumem romance”

** “Ana Maria Braga prestigia Paulo Coelho na Espanha”

** “Mais magro, Sam Smith chama atenção em Paris”

** “Giba curte praia em clima de romance com eleita”

** “Kate Hudson e Chris Martin curtem dia de praia juntos”

** “De shortinho, MC Ludmilla posa despojada”

** “Kim Kardashian e Kanye West levam North à praia”

** “Thammy posa sem camisa escrevendo sua autobiografia”

** “André Marques e Fernanda Lima estudam roteiro antes de gravar”

** “Daniela Albuquerque diz que passa xixi da filha no rosto”

 

O grande título

Boa safra nesta semana: há uma declaração notável, uma informação das mais importantes, e a grande manchete falsa.

Comecemos pela declaração notável, de Roberta Miranda, 58 anos, a respeito de sua foto nua que publicou na Internet:

** “Eu não abri as pernas, aquilo é um nu artístico”

A velha questão, que já causou tantas discussões, está resolvida: nu artístico é a foto, ou pintura, em que as pernas estão fechadas.

Continuemos com a informação sem a qual não poderíamos viver:

** “Ed Motta já foi brasileiro que não sabia falar inglês”

Lembra um pouco, não é?, aquela famosa declaração de um político a respeito da mãe “que nasceu analfabeta”. Como, aliás, todas as pessoas do mundo.

E a grande manchete falsa:

** “Manual ensina a fazer um sexo oral inesquecível”

Se é preciso usar manual, desista: não vai dar certo. E é a frustração que se tornará inesquecível.

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Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann&Associados Comunicação