Até se compreende, embora não se justifique, que a produção dos jornais diários apresente erros de português (não se veja neste comentário vezo preceptista, mas crítica a erros crassos que prejudicam a leitura).
É difícil, por exemplo, engolir tanto “à” salpicado sem critério, mas, como disse sabiamente Ferreira Gullar quando exercia o nobre e hoje moribundo ofício de copidesque, a crase não foi feita para humilhar ninguém.
A quantidade de erros provavelmente ultrapassa a dificuldade representada pelo volume de textos e pela pressa.
Nos noticiários online, onde não há ou não deveria haver pausas entre “edições”, a situação é pior, não só devido às dificuldades intrínsecas do processo como em decorrência da baixa remuneração (geralmente correlacionada com baixa qualificação e menor experiência dos jornalistas) e da exiguidade das equipes.
Até nos semanais
O que surpreende é que haja tanto erro em cadernos semanais. Palavras que sobram ou faltam (indicando não ter havido releitura), concordâncias estropiadas e outros solecismos dão uma impressão de desleixo.
É uma pena que um caderno como o “Aliás”, do Estado de S. Paulo, entre outros, pague tributo a essa falta de cuidado.