Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

As mil faces da verdade

Nada mais justo: os parlamentares têm de prestar contas a seus eleitores e, portanto, seu voto deve ser aberto. Voto secreto é coisa de mau-caráter, de gente que gosta de prometer uma coisa e fazer outra. Tomemos como exemplo o caso do senador Demóstenes Torres: abertamente, ninguém votará em favor dele. Mas, com o voto secreto, a coisa é diferente. Como dizia Tancredo Neves, que sabia tudo de política, voto secreto dá uma vontade danada de trair.

Nada mais injusto: imaginemos um projeto que crie dificuldades a pessoas e empresas poderosas, que atuem dentro ou fora da lei. Um juiz pediu agora para ser afastado de processos referentes ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por temer que, no futuro, daqui a alguns anos, possa sofrer um misterioso acidente de automóvel. Votar abertamente contra grandes interesses é sempre insalubre. A consequência será que nenhum projeto que crie dificuldades ao poder e aos poderosos será jamais aprovado. E quem votará contra o governo em casos importantes, afrontando de peito aberto o risco de sofrer represálias?

Quem não tem nada com isso dirá que cabe aos parlamentares ter a coragem de suas convicções. É verdade; cabe a todos os cidadãos ter a coragem de suas convicções. Esqueça-se, pois, o voto secreto nas eleições: que cada eleitor tenha a coragem de votar contra o candidato do patrão, botando o emprego em risco. Esqueça-se, também, o segredo dos confessionários: se o padre pode saber de seus pecados, por que escondê-los do restante da população? Ao pecar, cada um deve saber o que faz e medir as consequências. Entre elas, o repúdio dos amigos.

Nossos meios de comunicação – especialmente, neles, os comunicadores mais populares, tanto no rádio como na TV – veem o mundo em preto e branco, bom ou mau, ético ou não. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o mundo não é assim. Tudo que ocorre tem um motivo; e cabe ao legislador buscar o equilíbrio entre as vantagens e desvantagens de cada medida, sabendo que em certas ocasiões este equilíbrio será rompido e exigirá que haja mudança nas leis, sabendo que a verdade tem mil faces e que nem sempre a nossa verdade será a verdade (também legítima) de outros. E sabendo também que, quando se tenta regulamentar tudo, nada vai funcionar.

Agora, por exemplo, há grande escândalo em São Paulo porque se descobriu que há uma maneira de marcar presença no plenário da Câmara Municipal sem que o vereador tenha de aparecer por lá. Mesmo não indo ao plenário, mas usando o truque de registro de presença, Sua Excelência receberá o jeton, a quantia que lhe é paga por cumprir sua obrigação, ou seja, trabalhar. Briga-se, com grande participação na imprensa, para que os vereadores só possam marcar presença, e receber o jeton, se aparecerem mesmo no plenário durante as sessões. Mas:

1. O plenário é um dos lugares de trabalho do vereador; entretanto, não é o único. O vereador pode trabalhar, e muito, em seu gabinete, ou percorrendo a cidade (o que não quer dizer que sempre o faça, ou que a maioria o faça);

2. O parlamentar pode perfeitamente ir ao plenário todos os dias e assistir a toda a sessão, incluindo discursos, cânticos, onomatopeias, disfarces vários e participações especiais do senador Eduardo Suplicy, e mesmo assim ficar na maciota, sem trabalhar. Pode conversar com os colegas, falar no celular, fingir que trabalha com o computador portátil enquanto se diverte com games (basta tomar cuidado para que os fotógrafos não consigam a imagem da tela).

3. Um dos melhores parlamentares que o Congresso já teve, trabalhador, interessado, preocupado com a articulação política, um dos homens-chave para a transição da ditadura para a democracia, foi o deputado pernambucano Thales Ramalho. Depois de sofrer um acidente, Ramalho só se locomovia em cadeira de rodas, e não havia qualquer tipo de acesso ao plenário para deficientes físicos. Thales Ramalho ficou muitos anos sem ir ao plenário, sempre trabalhando, sempre a par de tudo o que acontecia. Quem realmente tinha importância saía do plenário e ia a seu gabinete, para discutir política com quem entendia do assunto.

A propósito, discutir pagamento extra para quem comparece ao trabalho é algo absolutamente cretino. Que haja um salário para os parlamentares, sem penduricalhos. E que os faltosos sejam apontados (pela imprensa, por que não?) para que os eleitores, com seu voto secreto, possam ter o prazer de demiti-los.

Uma velha piada sobre regras do futebol sugere que cada jogador receba uma bola para que não precise disputá-la com os outros 21. É uma ideia ótima, tão boa quanto abrir todos os votos ou torná-los todos secretos, ou determinar que trabalho é apenas o que ocorre no plenário. Só que o futebol deixaria de existir.

 

As mil faces da ética

Em determinado momento da Segunda Guerra Mundial, os Aliados prepararam a invasão da Europa ocupada pelos nazistas. Ingleses e americanos deram instruções específicas à Resistência francesa: em cada setor da costa da França os resistentes se organizariam para agir em conjunto com as tropas libertadoras. Nas vésperas da invasão, a BBC transmitiria uma senha, pela qual os resistentes de determinada área saberiam que ali se faria o desembarque; e atacariam as tropas alemãs, tentando desorganizá-las ao máximo para reduzir sua capacidade de enfrentar os Aliados.

O raciocínio aliado era, entretanto, mais complexo: no momento em que a Resistência se levantasse em determinada região da costa, os comandantes nazistas saberiam que lá seria o desembarque. No momento previsto, a BBC transmitiu todas as senhas. A Resistência se levantou em todos os setores, na costa francesa inteira (e foi massacrada). Mas não houve condições para que as ainda poderosas tropas alemãs se concentrassem na Normandia, onde ocorreu o desembarque.

Foi ético sacrificar a Resistência em todos os setores, e não apenas em um? Foi ético enganar os resistentes, levando cada setor a pensar que as tropas aliadas ali desembarcariam para salvá-los da chacina?

Qualquer resposta está errada: o problema era outro. Agir daquela maneira não era ético nem antiético, era apenas necessário.

 

Bem mais iguais

O desembargador Hélio Maurício de Amorim, do Tribunal de Justiça de Goiás, foi punido por unanimidade pelo Conselho Nacional de Justiça por assediar uma senhora cujo processo estava julgando. E qual a pena? O meritíssimo foi punido com aposentadoria compulsória: fica sem trabalhar, recebendo vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Nada de fator previdenciário, essas coisas aplicáveis a cidadãos comuns: todos os cálculos são feitos sobre o salário integral da ativa.

Há certas coisas a que é difícil dar divulgação: por exemplo, o tratamento especial que magistrados recebem quando punidos por suas falhas. No caso, experimente um civil comum assediar uma empregada de seu escritório, ou uma colega de trabalho, para ver se a pena será aposentadoria integral. Ou mate alguém, como ocorreu com um juiz paulista, condenado por assassinar a esposa e ocultar o cadáver: por muito tempo ainda recebeu o salário integral. Mas os repórteres não podem esquecer quem é que os julga, caso sejam processados: vale a pena criticar alguém cujos colegas determinarão indenizações ou penas de prisão?

Promotores também costumam ser bem tratados pelos colegas. Um deles, considerado culpado por ter pedido licença para um pós-doutoramento na Europa e não ter aparecido em nenhuma aula, foi condenado a um dia de suspensão – exatamente, um dia de suspensão, 24 horas, não mais. Posteriormente, foi absolvido. Mas, no momento em que o consideraram culpado, a pena foi aquela. Tente um funcionário público comum pedir licença para estudos e ser desmascarado por tirar folga com dinheiro público, para ver se a pena será de 24 horas de suspensão.

É também pouco provável que um cidadão comum, bêbado, em excesso de velocidade, guiando na contramão, batendo em outro carro e matando uma família, tenha tido a pena que foi aplicada a um promotor por seus pares: uma transferência para São Paulo, numa vaga ardorosamente disputada por profissionais de qualidade reconhecida e entregue a ele, cuja carreira atingiu o ponto mais alto depois de sabe-se lá quantas latas de cerveja e garrafas de bom uísque.

Mas promotores, como os magistrados, não são bem tratados apenas por seus pares. A imprensa cuida de todos com grande carinho – o que inclui, seja lá qual for sua idade, seja lá qual for seu temperamento, os adjetivos “jovem e combativo”. Um delegado, de conduta bastante discutível, era chamado de “ínclito”. Mas como combater uma fonte tão preciosa de informações?

É um tema que vale debate nos meios de comunicação. Afinal, como diz a Constituição, somos todos iguais perante a lei? Ou, como diz brilhantemente George Orwell, todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros?

 

Os iguais e os mortos

O secretário da Segurança de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, deve estar feliz: seu Corinthians, nosso Corinthians, venceu a Taça Libertadores da América e está a poucos passos de disputar seu segundo Campeonato Mundial Interclubes.

O governador paulista Geraldo Alckmin deve estar satisfeito: embora o secretário da Segurança tenha tirado alguns dias de folga no exterior, enquanto o crime organizado matava policiais, mandava fechar o comércio em diversos bairros e punha fogo em ônibus, o governador o manteve no cargo sem recriminações.

Insatisfeita com a insegurança, só mesmo a população – mas, como diria Chico Anysio, o povo é apenas um detalhe. Este colunista recebeu dramática mensagem de uma jornalista brilhante, uma das grandes estrelas de O Pasquim, que mesmo vivendo há anos no exterior é vítima da violência de São Paulo. O texto de Sonia Nolasco Heilborn é impressionante:

“Prezado Carlos Brickmann, obrigada por seu artigo ‘Os que vão morrer se despedem’. Infelizmente, meu sobrinho Carlos Frederico Nolasco de Paula morreu sem se despedir da família. Ao que muitos detalhes indicam, ele foi ‘executado’ por traficantes no banheiro de uma pizzaria. Mas o delegado chegou e logo ‘descartou a hipótese de homicídio’.

“Como é que ele chegou a esta conclusão tão rápido e sem realizar perícia? Pois é. A base do que concluiu – vou repetir, sem realizar perícia – é que Frederico foi morto pela própria arma! O dono da pizzaria declarou que o rapaz entrara sozinho no banheiro. Como viu isso numa casa cheia?

“Assim ficou resolvido que o Fred – de personalidade sólida e estável, temperamento pacífico, policial respeitado por sua competência, e que estava sob ameaça de morte há vários meses – cometeu suicídio. Foi enterrado rapidamente, menos de 24 horas após a morte, assunto encerrado para as autoridades. Nós, a família,estamos até hoje devastados. Conhecíamos demais o Frederico para aceitar a hipótese de suicídio.

“Eu mesma acredito em cobertura da polícia, por medo, a uma quadrilha de traficantes de drogas que já domina de longa data a cidade de Araçatuba, SP. Acho que o Frederico, como investigador, sabia demais, e a família dele (mulher, dois filhos pequenos) estaria também ameaçada. Daí o ‘cala a boca’ tão óbvio. Nossa dor é inconsolável. Mas confiamos que denúncias como a sua, Carlinhos, desafiem a polícia de São Paulo a agir com mais honestidade, a não engolir tantos desaforos e desperdiçar a vida de policiais.”

Que dizer, Sonia Nolasco Heilborn? Que dizer, caros colegas jornalistas? A verdade – exatamente, que está tudo dominado e as autoridades fingem que reprimem enquanto o crime organizado faz o que quer. Talvez por isso o secretário da Segurança tenha tirado a folga em meio à crise para assistir ao jogo do Corinthians em Buenos Aires. Talvez por isso o governador não tenha se preocupado com sua ausência. Pois, com ele ou sem ele, que é que muda?

 

Como entender?

A frase já foi atribuída a tanta gente que este colunista não sabe quem a formulou originalmente: “Para os amigos, tudo; para os inimigos, o rigor implacável da lei”. Enfim, há amigos e inimigos. E essa história de que bingo é proibido no Brasil deve ser válida só para inimigos. Pois está sendo amplamente distribuída por e-mail a propaganda do Bingo Augusta, com uma frase interessantíssima: “A tradicional casa de jogos brasileira agora está na internet. Divirta-se online!” O anúncio vem completo, com endereço virtual e tudo.

Se bingo é proibido, é proibido: pode ser numa sala, pode ser num ambiente virtual. Se é permitido em ambiente virtual, por que proibi-lo em ambiente real?

Não é o único: na TV, aparece com frequência o endereço virtual de uma casa de apostas. E ainda informam que a jogatina é grátis. Claro: o cavalheiro investe em equipamento eletrônico para apostas virtuais, gasta dinheiro com anúncios na TV e, como é muito bonzinho, faz questão de não cobrar nada de seus clientes. Enfim, se há gente que acredita que ganhou na loteria, mesmo não tendo jogado na loteria, só porque recebeu um e-mail com essa informação, não há motivo para que algumas pessoas deixem de acreditar que há empresários que investiram muito para não receber nada em troca.

O curioso é que este colunista ainda não teve o prazer de ver reportagens sobre estas iniciativas. Por exemplo, em que normas legais se baseia o bingo virtual para iniciar as atividades, quando o jogo está proibido? Em que lei se ancora a abertura de casas de apostas? E a polícia, que é que acha disso?

Talvez a policia não ache nada. há algum tempo, houve um atentado a bala contra João Alkimin, radialista de São José dos Campos, SP, que move forte campanha contra máquinas caça-níqueis e jogo ilegal em geral. O atentado foi filmado por câmeras de prédios e nem assim a polícia foi capaz de localizar o autor da tentativa de assassínio. Mas o fato é que se trata de um indivíduo nocivo: além de ficar atirando nos outros, não toma a providência elementar de apresentar às câmeras de rua sua cédula de identidade, uma conta de luz com o endereço, essas coisas. Como é que a polícia vai encontrá-lo sem esses dados básicos? Pois só a filmagem completa do atentado, é claro, não basta para achar o criminoso.

E responda rapidamente: algum repórter pelo menos pediu para ver as imagens do atentado feitas pelas câmeras de rua?

 

Maconha em lata

Foi uma festa no Rio, em 1987: um navio, para não ter a carga de maconha apreendida, jogou tudo, 22 toneladas, no mar. Segundo Tim Maia, um dos grandes compradores do produto, era maconha de primeira qualidade; e, muito bem embalada em excelentes latas, não pegou umidade no mar.

Wilson Aquino está lançando agora, pela Editora Barba Negra, Verão da Lata, crônica daqueles dias em que os apreciadores puderam pescar maconha como se fosse peixe, ou comprá-la de pescadores de olhos vermelhos. Vale a pena – até por mostrar que, mesmo quando se apura a informação sobre a carga, há ainda maneiras de evitar que a droga seja apreendida.

 

Terror infantil

Lembre do desenho animado de Walt Disney. O tema deste livro, da Geração Editorial, é o mesmo: a história de Branca de Neve. Só que é a versão original dos irmãos Grimm, Jakob e Wilhelm, sem o toque de açúcar dos estúdios Disney. As ilustrações, excelentes, são da artista plástica Camille Rose García. Um detalhe exemplifica as diferenças entre a versão original, de 200 anos atrás, e a de Disney: Branca de Neve, na festa de casamento com o príncipe, obriga a Rainha Má a dançar com sapatos de ferro aquecidos em brasa, até que morra na frente dos convidados. Outras obras clássicas, que só conhecemos hoje na versão Disney, sairão em breve, sempre na versão original – inclusive Cinderela.

 

Como…

De um grande jornal, de circulação nacional, relatando um encontro entre o secretário municipal da Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, e o então ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo o jornal, Schneider teria dito:

** “Disseram que tínhamos de nós se adaptar à questão burocrática do MEC”

Beleza! Até pode ser verdade: depois do famoso livro cuja edição foi autorizada por Haddad, o tal do “nós pega os peixe”, Schneider pode ter montado uma frase que Sua Excelência o ministro pudesse entender.

 

…é…

De um grande portal de notícias:

** “MP quer amplicar investigados por mensalão”

É um novo verbo, ainda fora dos dicionários. Talvez queira dizer que o Ministério Público, no caso, pretende ampliar a implicância, ou amplificar a implicação, seja lá isso o que for.

 

…mesmo?

Do portal noticioso de um grande jornal:

** “Potências mundial concordam sobre criação de governo unificado na Síria”

As potências mundial pode concordarem, mas na frase a concordância não existe, não.

 

Mundo, mundo

Breno, o jovem (e bom) zagueiro revelado pelo São Paulo e que não teve sucesso no Bayern de Munique, foi condenado à prisão por um tribunal alemão por ter posto fogo em sua própria casa. A que pena foi condenado?

De um portal noticioso, no título:

** “Jogador Breno é condenado a quatro anos por incendiar casa”

Da mesma notícia, no texto:

** “Zagueiro Breno foi condenado a três anos e nove meses de prisão”

De outro portal noticioso:

** “Zagueiro Breno pega 3 anos de prisão por causar incêndio”

A diferença é pequena? Einstein ensinou que o tempo é relativo: depende de que lado das grades você está.

 

E eu com isso?

E o bóson de Higgs? A partícula de Deus? O mundo está ficando complicado demais. Cuidemos de coisas mais simples. Por exemplo, a vida dos outros.

** “Isis Valverde e Barbara Borges vão juntas à praia”

** “Cristiano Ronaldo curte férias com filho e namorada no litoral da França”

** “Grazi Massafera faz compras em mercado na zona oeste do Rio”

** “Lindsay Lohan fica ruiva novamente”

** “Atriz Luma Costa divulga imagens da lua de mel na Itália”

** “Avril Lavigne janta em churrascaria no Rio”

** “Giovanna Antonelli se diverte com a família na praia da Barra”

** “Emma Watson pretende voltar à escola”

** “Kate Middleton repete roupa”

** “Ex-BBB Fabiana posa para a Sexy e mostra bastidores”

As fotos devem ser ótimas. Os bastidores de Fabiana são muito elogiados.

 

O grande título

Futebol, caro leitor. Este é o grande tema da semana. E não se refere apenas à vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors. Envolve também outros clubes:

** “Leão deixou o São Paulo após cortar o cabelo”

É preciso avisar a Ney Franco, que assume o comando do time do São Paulo, para tomar cuidado e manter-se longe do barbeiro.

Há a manchete magnífica do jornal Metro, comemorando os dois gols de Emerson Sheik na vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors:

** “Sheik mate”

Outro tema importante, em outra área, é um notável avanço da ciência: a quase comprovação da existência da partícula de Deus, o bóson de Higgs, a menor partícula jamais encontrada. E, enquanto isso, há quem prefira debater antigas histórias, já narradas em poemas de Homero há quase três mil anos:

** “EUA negam existência de sereias”

Meio mulheres, meio peixes? Realmente, é difícil. Mas pessoas cujo canto envolve quem as ouve e pode levá-las a estranhos caminhos, essas existem. Não apenas massacram Bob Dylan como conseguem reeleger-se sem problemas e não saem do Senado, mesmo fantasiadas de Robin Hood ou com uma cueca vermelha por cima das calças do terno.

O melhor título da semana trata de outros temas: da luta do senador Demóstenes Torres para manter o mandato, apesar de tudo.

** “Está passando da hora de ouvir ao vivo Cachoeira, diz Demóstenes”

Curiosíssima essa história de “ouvir ao vivo”. Que será que Demóstenes sabe que nós não sabemos?

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[Carlos Brickmann é jornalista e diretor da Brickmann&Associados Comunicação]