Operando no vermelho até dois anos atrás, o Financial Times tem motivos de sobra para comemorar em 2007. Além de completar dez anos de sua edição americana, a publicação da Pearson deixou 2006 com saldo positivo. O jornal registrou aumento de circulação, receita publicitária e lucros no ano passado, enquanto a maioria das publicações – tanto no Reino Unido, sua terra natal, quanto nos EUA – segue em caminho financeiro exatamente oposto.
Com circulação modesta – 134 mil exemplares em território americano – e público seleto, o FT foi considerado o melhor jornal do mundo por uma pesquisa feita em 2005 por uma consultoria de mídia suíça. O New York Times ficou em sexto lugar no ranking.
Integração
O sucesso no último ano vem com a transformação nas operações do jornal, que integrou completamente sua equipe, criando uma redação multimídia. Na nova estrutura, cerca de 500 jornalistas intercalam turnos diferentes. Todos eles são responsáveis pelas notícias das versões impressa e online ao longo do dia. Na reestruturação, 50 postos foram eliminados por meio de demissões voluntárias. ‘Uma operação integrada precisa ser ágil’, explica o CEO John Ridding. Tem que unir notícias e design com tecnologia, publicidade e marketing ‘para que as partes não sigam em direções opostas’.
Ridding diz que as mudanças no FT não vêm de hoje. ‘Não é algo em que trabalhamos apenas recentemente. Eu gosto de pensar que fomos pioneiros no fim dos anos 90. Foram tomados passos corajosos depois disso, e este é o último deles’.
Investimento
O jornal decidiu investir em novidades para atrair a atenção de seu público. No ano passado, chamou o ex-presidente de Harvard Lawrence Summers para ser colunista e co-patrocinou um encontro para o lançamento da Iniciativa Global do ex-presidente Bill Clinton. Na internet, o jornal oferece parte do conteúdo básico gratuitamente e cobra por material mais detalhado, como análises e informações financeiras.
A união (das operações) parece realmente ter feito a força no caso do FT. Os investimentos na plataforma online não servem, como tem acontecido na maioria das publicações, como bengala para a manutenção da versão em papel. No jornal financeiro, a edição impressa apresenta crescimento. Os lucros ainda não são expressivos, mas a receita publicitária em 2006 aumentou 9%. A circulação da edição americana também cresceu. Informações de Rick Edmonds [Poynter Online, 2/3/07].