Jandira, o município que para alguns encarna hoje o faroeste na Região Metropolitana de São Paulo, só é visitado pela reportagem da capital quando morre algum chefe político. Em dezembro de 2010 foi o prefeito, Walderi Braz Paschoalin (PSDB). No dia 8 de novembro um pré-candidato às eleições de 2012, Luiz Decarli Filho, vulgo Goiaba (PTC), foi assassinado.
Ninguém se interessou em saber como foi conduzido o inquérito sobre a morte do prefeito Paschoalin. Na cidade há quem diga que a investigação parece ter sido conduzida mais para tumultuar do que para esclarecer.
Também não mobilizou ninguém o interesse em verificar como a administração municipal está sendo tocada pela prefeita Anabel Sabatine (PSDB), vice que substituiu Paschoalin. A notícia mais recente é de 19 de outubro, no portal R7: “Prefeita de Jandira consegue anular audiência sobre denúncias de fraude”.
Violência atinge políticos
Jandira está chegando a 110 mil habitantes, estima o IBGE. Em 2008 seu PIB per capita era calculado em R$ 12.794 (São Paulo, R$ 32.493). É pobre, mas não é um “faroeste”, como a descreveu a Veja São Paulo, que teve o mérito de mandar um repórter até lá, mas só para tratar dos assassinatos de políticos.
Em 2010 a taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes no município foi de 5,53 (16,6 em 2009). Na capital, foi de 10,64 (11,25 em 2009).
Em 2001 houve 49 homicídios dolosos em Jandira, número que se repetiu em 2002. Desde então, a tendência é de queda: 19 em 2009 e seis em 2010, dos quais três foram eliminações de políticos. O delegado local, Zacarias Tadros, se diz preocupado com a aproximação entre traficantes e políticos.