A Folha de S. Paulo perdeu no domingo (16/08) uma excelente chance de mostrar isenção e fazer bom jornalismo ao esconder em uma notinha de 273 palavras a notícia de que a popularidade do presidente Lula permeneceu estável, segundo pesquisa do instituto da casa, o Datafolha, mesmo com as crises econômicas e do Congresso Nacional.
Pior, o diário da Barão de Limeira editou a tal nota em uma página no final do primeiro caderno, ao lado de um anúncio enorme. Além de pequena, portanto, a reportagem foi graficamente escondida, obviamente merecia maior destaque e até uma outra retranca para explicar a resiliência da popularidade presidencial. Segundo o Datafolha, Lula é avaliado positivamente por 67% dos entrevistados, ao passo que 25% acham o governo regular. Apenas 8% consideram o governo ruim ou péssimo. Conforme a nota do jornal, o presidente está 3 pontos percentuais abaixo do seu recorde de 70%, segundo a metodologia do Datafolha. Dá para imaginar como estaria se as duas crises não tivessem acontecido?
Não dá, porque a Folha não quis explicar. Mas o mais interessange foi que o portal UOL e a Folha Online, braços do Grupo Folha na internet, botaram na manchete a matéria que o jornal escondeu. Boa estratégia, esta: o jornal omite, os sites dão destaque. Em pleno domingão, por umas poucas horas. E assim o Grupo Folha tem a desculpa de que está fazendo a coisa certa. Não está: correto era dar a notícia da permanência da popularidade de Lula com destaque também na versão impressa. Depois o pessoal não entende porque chamam o jornal de Folha de São Serra…
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Blog do autor: Entrelinhas – Mídia e Política