Em 11/3/04, em carta oficial ao jornal de Lima La Razón, a Polícia Nacional Peruana pediu ‘com urgência’ os nomes dos jornalistas responsáveis por um artigo publicado em 4/2. O artigo falava da suposta existência de uma fita com a gravação de um encontro entre o presidente Alejandro Toledo e Vladimir Montesinos. Também dizia que o presidente usa drogas. Montesinos, ex-chefe do Serviço de Inteligência Nacional do Peru, atualmente está sendo processado por corrupção. Segundo a investigação, Montesinos estava, da prisão, envolvido com o fornecimento de informações ao jornal.
A carta enviada aos diretores de La Razón dizia que o promotor responsável por casos de corrupção está investigando Montesinos, o dono do jornal, Moisés Wolfenson Woloch, e outros suspeitos de ‘conspirar para cometer crimes contra o Estado, violando a Constituição’.
O Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) [13/4/04] acredita que a ligação entre o proprietário do veículo e o ex-chefe de Inteligência está sendo esclarecida nos tribunais. Caso alguma irregularidade financeira seja percebida (qualquer benefício econômico ilegal que a companhia possa estar embolsando com a relação), eventuais castigos deveriam ser impostos. No entanto, a IPYS condena a maneira como o promotor público iniciou a investigação contra os jornalistas de La Razón. Para a organização, a publicação de informações encarada como algo conspiratório contra o Estado constitui clara restrição e ameaça à liberdade de imprensa e de expressão.