O juiz federal Dee Benson rejeitou, na terça-feira (9/10), o pedido de organizações de mídia para ter acesso à investigação do governo sobre o desastre em uma mina de carvão em Utah, nos EUA. O juiz afirmou que a Constituição não garante aos jornalistas o direito de assistir a entrevistas ou ter acesso a outros aspectos da investigação.
O desabamento na mina ocorreu no início de agosto. Acredita-se que seis mineiros tenham morrido no incidente, mas seus corpos não foram encontrados. Dez dias após a tragédia, três pessoas que trabalhavam nas buscas foram mortas em um segundo colapso.
O processo foi aberto pela Associated Press, o Salt Lake City Tribune, a CNN, o Deseret Morning News e a associação de jornais e emissoras de TV Utah Media Coalition. ‘Ainda que seja verdade que o pedido por abertura das investigações do governo pudesse levar a informações mais transparentes e precisas, tal ordem deve vir de um estatuto debatido e aprovado pelo Congresso e transformado em lei’, afirmou o juiz.
Sem interferência
O Departamento de Saúde e Segurança das Minas (MSHA, sigla em inglês), que investiga o acidente, comemorou a decisão. ‘A decisão do tribunal permite que a investigação da MSHA continue sem a interferência da mídia, que poderia impedir que o público e as famílias das vítimas tenham um relatório completo do que aconteceu na mina em Crandall Canyon’, afirmou David James, porta-voz do Departamento do Trabalho, agência que regula a MSHA. Segundo ele, informações coletadas pelo órgão serão, aos poucos, divulgadas à mídia – a não ser que sejam consideradas confidenciais.
Michael O´Brien, advogado do Salt Lake City Tribune, afirmou que as organizações de mídia envolvidas no caso ainda não decidiram se irão apelar da decisão do juiz. Informações de Ed White [Associated Press, 9/10/07].