Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Lula usa ironia e Alckmin
volta a atacar na TV Record


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


************


O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 24 de outubro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Carlos Marchi


Alckmin retoma ética no ataque a Lula, que rebate com ironia


‘‘Tenho muitos defeitos, mas entre eles não está roubar’, disse o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, quando indagado sobre seus defeitos. ‘Os escândalos se apresentam quando o governo investiga’, defendeu-se o candidato-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ouvir a primeira das muitas cobranças sobre corrupção no governo que recebeu de Alckmin, no debate de ontem na TV Record. Lula chegou a tentar um apelo conciliador, mas Alckmin recusou.


O tucano abandonou o estilo light do debate do SBT e voltou ao tom agressivo do debate da Bandeirantes, o primeiro do segundo turno; mas desta vez encontrou um Lula menos nervoso e mais articulado, dando respostas irônicas e bem-humoradas. Os dois de terno preto e gravata vermelha se cumprimentaram num tom parecido com o primeiro e, durante duas horas, debateram sobre diversos temas, sempre voltando a dois assuntos recorrentes, sempre pautados por Alckmin – corrupção e falta de crescimento.


O candidato tucano provocou Lula: ‘Não jogo culpa nos outros. Se alguém errar no meu governo, fui eu que errei. Não jogo os amigos na fogueira. E também não justifico o erro com outros erros do passado.’


O troco de Lula foi perguntar por que o governador Cláudio Lembo está paralisando obras em São Paulo para cobrir um rombo de R$ 1,2 bilhão. O ex-governador replicou que diminuiu impostos em São Paulo e desafiou: ‘Quero que o candidato Lula cite um imposto que eu tenha aumentado. Um só.’ Alckmin contou que o governo paulista terminará o ano com déficit público zero e não vai anular um empenho, ‘como o PT fez na Prefeitura de São Paulo’.


O presidente disse que em seu governo ‘o Ministério Público não engaveta uma única denúncia’. E sentenciou: ‘Acabou no Brasil a era em que as coisas eram varridas para debaixo do tapete. Se tem uma coisa que não me preocupa é que os escândalos apareçam.’


Lula advertiu o rival de que o discurso agressivo de denúncia sobre corrupção não tem boa receptividade por parte do eleitor. ‘Ele está percebendo que seu discurso não está dando certo, que o povo está repudiando esse tipo de campanha’, disse. E avançou: ‘Estranho muito que use uma pessoa como Roberto Jefferson (deputado cassado do PTB, que denunciou o escândalo do mensalão) para incriminar outras pessoas no País.’


CRESCIMENTO: SIM OU NÃO?


O segundo grande tema do debate foi a discussão sobre o crescimento do País. Lula disse que gostaria de ver uma reunião de economistas do PT e do PSDB para estudar se houve um momento tão favorável na economia brasileira quanto agora. Alckmin repisou insistentemente a conhecida menção de que o Brasil cresceu pouco no governo Lula e, na América Latina, ‘só cresceu mais do que o Haiti’. Lula replicou, dizendo que o Brasil está crescendo de forma consistente: ‘E vai continuar crescendo assim por mais 15 anos, pelo menos.’


O tucano bateu duro e disse que o Brasil está importando produtos manufaturados chineses que tiram empregos dos brasileiros. E pressionou Lula: ‘Aliás, o seu companheiro de chapa, o industrial José Alencar, está estudando montar uma fábrica na China.’ Lula respondeu que o Brasil tem amplo superávit comercial e lembrou que, no balanço comercial com a China, metade dos produtos vendidos são de alta tecnologia. Citou ainda que a Embraer acaba de vender 100 aviões para os chineses. ‘Com toda a desgraça que ele diz no comércio exterior, o Brasil tem superávit com a China.’


Alckmin partiu para o ataque e acusou Lula de ter feito um governo ‘para os banqueiros’. Com bom humor, Lula retrucou: ‘Esses banqueiros são ingratos, receberam tanto de mim e votam tudo no Alckmin…’


O tucano insistiu em acusar Lula de ter provocado desemprego, abrindo uma guerra de números com o petista. Segundo Alckmin, quando Lula assumiu, havia 8 milhões de desempregados, que hoje são mais de 9 milhões. Lula rebateu com números médios: disse que o governo Fernando Henrique dotou o País de 8 mil empregos por mês e que seu governo tem uma média de 120 mil empregos mensais.’


Rogério Schmitt


Sob medida para nada acontecer


‘Debates entre presidenciáveis na TV têm desempenhado um papel meramente coadjuvante na definição do voto dos eleitores, seja no curso da atual campanha sucessória, seja na história recente das eleições presidenciais. Estão longe de ter no Brasil a mesma centralidade que possuem, por exemplo, nas campanhas presidenciais norte-americanas.


O maior problema dos debates brasileiros é o seu formato excessivamente rígido. Há uma excessiva preocupação das emissoras de televisão com a suposta imparcialidade das regras do jogo. Há, por outro lado, muito poucos incentivos para uma interlocução real entre os debatedores. Os candidatos perguntam e respondem o que querem, muitas vezes fugindo completamente dos temas originalmente propostos. O moderador cumpre função de mero cronometrista, sem oferecer maiores subsídios críticos ao andamento da discussão.


Para os telespectadores, os debates também não ajudam muito na tarefa de definir o voto dos eleitores indecisos ou na de atender a demanda por maior detalhamento dos programas de governo. Como observador compulsório de todos os debates presidenciais ocorridos nesta campanha eleitoral, confesso que foi com muita dificuldade que consegui acompanhar quase todos eles até o seu final.


O debate de ontem à noite na Rede Record certamente não será lembrado como um grande marco da campanha eleitoral deste ano. Os dois candidatos seguiram roteiros muito similares ao do debate anterior (no SBT), sem evidências de que tenha havido um vencedor ou um perdedor muito flagrantes. Tanto Lula quanto Alckmin repetiram argumentos já apresentados em debates anteriores ou em seus respectivos programas no horário eleitoral gratuito.


Os candidatos do PT e do PSDB tiveram ambos os seus bons e os seus maus momentos. Como sempre, Lula falou mais com a emoção, enquanto Alckmin com a razão. O petista e o tucano provavelmente cumpriram à risca os roteiros traçados pelas duas assessorias de campanha.


Para aqueles que esperavam um debate mais acalorado entre os candidatos, à semelhança do primeiro debate deste segundo turno, na Rede Bandeirantes, o debate de ontem também pode ser considerado uma espécie de não-evento político.


Ficou definitivamente claro neste debate que o candidato de oposição já mobilizou todos os argumentos que poderia mobilizar para desconstruir a imagem do presidente Lula. Este, por sua vez, também sequer aprofundou mais sua estratégia anterior de associar seu adversário às privatizações.


Todos os institutos de pesquisa divulgarão resultados de novas sondagens de intenção de voto nos próximos dias. Não parece provável que eventuais realinhamentos do eleitorado possam ter sido deflagrados por este terceiro debate. Minha aposta é que o impacto do programa tende a ser predominantemente neutro.


*Rogério Schmitt, é cientista político da Tendências Consultoria’


Arnaldo Jabor


Lula, o intocável


‘Dia 29, Lula deverá ser reeleito. Favas contadas. Papo firme, sem bronca, na boa. Lula está reeleito, apesar de estar no centro de escândalos da pesada.


Como se explica isso? Como explicar sua invulnerabilidade sob todos os ataques, provas, tudo?


Há um conjunto de motivos que vão resultar na vitória deste movimento na contramão das conquistas da democracia dos últimos 20 anos, um regresso em nome do ‘progresso’.


Eis algumas razões:


‘Lula’ é um nome doce, carinhoso, familiar. Lula é fácil de entender, fácil de dizer. Na mitologia política brasileira, Lula continua o símbolo do ‘povo’ que chegou ao poder. A origem quase ‘cristã’ desse mito de operário ignorante lhe dá uma aura sagrada intocável. Poucos têm coragem de desmentir esse dogma, como a virgindade de Nossa Senhora. Assim é o fenômeno da Fé. Quanto mais denunciam o Lula, mais ele cresce, quanto mais inacreditável o fato, mais valorizada a Fé.


Alckmin está no oposto do mito. Sua imagem é lisa, gelada. Lula não precisa dizer a verdade; basta parecer. Pode mentir quanto quiser, que o que diz soa verdadeiro. É a ‘mentira revolucionária’. Alckmin pode dizer a verdade que a maioria nem acredita. Mesmo quem sabe dos delitos que Lula presidiu, vota nele, ‘mesmo assim’. Há também o voto ‘segunda chance’ – a compulsão à repetição freudiana do erro, na esperança de um acerto. Grande intelectuais declaram que vão votar assim. Alckmin é um herege da religião da esquerda, enquanto Lula está ‘acima’ da política, acima de nós, intocável.


Os eleitores não votam em plataformas; votam em pessoas. O velho personalismo salvacionista continua vigente.


E para muitos intelectuais e pessoas mais cultas, o conceito antigo de ‘revolução’ continua presente, como um tumor inoperável. No duro, grande parte da Academia acha que a ‘vereda luminosa’ é Morales ou Chaves. No Brasil, a palavra ‘ esquerda’ continua o ópio dos intelectuais. Pressupõe uma ‘substância’ que ninguém mais sabe qual é, mas que ‘fortalece’, enobrece qualquer discurso. O termo é esquivo, encobre erros pavorosos e até justifica massacres. Uma esquerda moderna é vista como ‘desvio’ ou traição.


A agenda do PSDB e de Alckmin é incompreensível para a maioria das pessoas, mesmo engravatadas.


A complexidade de usar um ‘choque de capitalismo’ para enxugar o Estado, fazer reformas básicas na administração, nada disso empolga o leigo. As palavras de ordem do PT são curtas e grossas, mais fáceis de entender: ‘Fome, rico e pobre, elites’…


O País tem um movimento ‘regressista’ natural, uma vocação reacionária além dos homens e dos discursos, automática, quase física. O verdadeiro Brasil é boçal, salvacionista. FHC foi um parêntesis acidental de racionalidade, assim como Clinton foi o último democrata numa América fundamentalista. FHC subestimou a força da burrice e da Fé.


O erro de comunicação dos tucanos começou no governo FHC. Foi seu maior equívoco. Jamais explicaram para a opinião pública a agenda de mudanças, os novos conceitos políticos de uma modernização. Tinha que ter sido uma cartilha de reeducação. Nada fizeram e, hoje, os tucanos não conseguem defender nem o Plano Real; nem eles acreditam em si. O povo só entendeu o Plano Real e olhe lá. O resto nunca foi explicado, a ponto de termos de ouvir que Lula fez a estabilização da moeda e que as essenciais privatizações foram ataques ao ‘patrimônio’ da nação, apesar do imenso sucesso da telefonia ou da Vale.


O PSDB tem meia dúzia de gatos ou tucanos pingados: FHC, Tasso, Serra, Arthur Virgílio, Aécio, Goldman e poucos mais, defendendo complexas ambivalências. Por outro lado, o PT tem milhares de militantes defendendo seus empregos.


Como disse Sérgio Buarque de Holanda: ‘A democracia ainda é um mal-entendido no País.’ No fundo, preferimos uma boa promessa de voluntarismo e populismo, na base do ‘pau no burro’ ou ‘bota para quebrar’. No fundo, democracia é vista como veadagem, perda de tempo. Estamos prontos para ditadores e demagogos; para administradores e reformadores racionais, não. Outra razão da vitória foi a bonança econômico-financeira do mundo atual. Se Lula tivesse pegado as cinco crises da pesada do FHC, estaríamos batendo panelas na rua. Sorte dele e nossa…


Outro motivo: nenhum partido tem uma categoria chamada ‘companheiros’ (ou ‘cumpanheiros’). Acima de erros, crimes, mentiras, existe um talismã secreto que todos carregam no peito ou no bolso: uma verdade maior, uma outra ética acima da nossa, uma ‘superioridade’ que os absolve e justifica. Os ‘cumpanheiros’ trabalham sincronizados no País todo, como um formigueiro. O sujeito pode até bater na mãe que continua ‘companheiro’. Só deixa de sê-lo se criticar o partido, como o Paulo Venceslau que ousou denunciar roubos das prefeituras. Como querer que tucanos dispersos vençam uma matilha de ‘cumpanheiros’?


É claro que a vitória se deve também à genialidade maquiavélica do Lula, qualidade subestimada pelos tucanos. Lula deu um banho de competência neles todos.


Competentíssima também a tática do governo de negar as verdades e provas pela criação de um labirinto de ‘falsas verdades’, formando uma rede de desmentidos, protelações e enigmas que vão desqualificando as investigações. Grande parte de seus eleitores não sabe nem o que é ‘dossiê’ – pensam que é um tipo de doce, como apontou José de Souza Martins, no Estadão.


Conseguiram também ‘fulanizar’ a ampla estratégia da ‘corrupção revolucionária’, transformando um plano de bolchevistas tardios em ‘meia dúzia de cumpanheiros que cometeram erros’. As pessoas sem formação crítica acreditam, pois acham que ‘sempre foi assim… Assim, elegeram Jânio, Collor e agora vamos continuar com Lula, o mascote de nossa utopia personalista e ibérica.


Que Deus lhe dê a luz de, ao menos, não detonar a economia, senão, voltaremos a 1963, com a historiazinha do Brasil se ‘repetindo como farsa’.’


LIBERDADE DE IMPRENSA
O Estado de S. Paulo


Liberdade de imprensa retrocede no Brasil


‘EFE – O Brasil caiu da 63.ª posição para a 75.ª no ranking de liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras. Acima do País, em melhores condições, estão Coréia do Sul (31.ª) e Taiwan (43.ª), por exemplo. Bolívia deu um salto, ficando em 16.º, ao lado de Canadá e Áustria. Em último lugar, na posição 168, ficou a Coréia do Norte.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


O show vale R$ 6,5 mi


‘Entre anúncios em jornais, revistas, outdoors, táxis e afins, alcançam R$ 6,5 milhões os gastos programados pela Bandeirantes para a publicidade destinada à novela Paixões Proibidas, que estréia em novembro, às 22 horas. São 30% a mais do que a soma gasta para anunciar a teenager Floribella, novelinha encerrada há dois meses.


Com direção de Ignácio Coqueiro e texto final de Aimar Labaki, Paixões Proibidas se apóia em três títulos de Camilo Castelo Branco (O Livro Negro do Padre Dinis, Amor de Perdição e Mistérios de Lisboa). A causa lusa tem como vantagem a divisão de custos com a RTP – Radiotelevisão Portuguesa -, co-produtora da empreitada dos Saad. No elenco, Felipe Camargo, Celso Frateschi, Graziella Moretto, Antonio Grassi e nove atores portugueses.


Curiosidade turística: para retomar com fôlego a produção de teledramaturgia, a Band se avizinhará à Globo e à Record no Rio de Janeiro. Mandou construir cidade cenográfica de quase 3 mil metros quadrados em Jacarepaguá, região que bem poderia ostentar placa de boas-vindas no melhor estilo provinciano ‘Hollywood é aqui’ .


entre- linhas


Eles adoram brincar com as personalidades. A próxima vítima de Os Simpson será Kiefer Sutherland, que aparecerá em episódio que vai ao ar em novembro nos EUA. Outra surpresa será a participação do atacante Ronaldo, do Real Madrid.


E por falar em participação especial, o cantor David Bowie vai participar do desenho de Bob Esponja. Ele emprestará sua voz ao personagem Lord Royal. A animação deve ir ao ar só em 2007.


A estréia de Bailando Por Um Sonho rendeu 8 pontos de audiência e picos de 11 ao SBT.


Globo enfim cede espaço a co-autores


Cabe a Silvio de Abreu supervisionar o primeiro vôo-solo de Elizabeth Jhin como autora titular de uma novela, provavelmente a próxima das 6 na Globo. Colaboradora de novelistas da casa há mais de uma década, a autora ganha sua chance por mérito próprio, mas também graças à pressão da concorrência.


Os roteiristas da Globo vêm sendo sondados pela Record para trocar de canal por salários maiores e chance de titularidade. A Globo conseguiu manter a maior parte do time, mas é chegada a hora de cumprir promessas feitas a quem ficou.’


************


Folha de S. Paulo


Terça-feira, 24 de outubro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Carlos Heitor Cony


Verde ou amarelo


‘Assisti a alguns debates dos presidenciáveis. Houve agressividade de parte a parte, mas ninguém beijou a lona. O conteúdo era chato, e meu pensamento resvalou para outras coisas. Na véspera do acidente que levou o Titanic para o fundo do oceano, houve uma reunião no salão nobre do navio a fim de se escolher a cor que deveria predominar no baile que os passageiros estavam programando para a noite anterior à chegada ao porto final. Ignoro se houve primeiro turno.


Havia dois grupos: um a favor do amarelo, outro a favor do verde. Registrou-se um empate técnico. Chamaram o comandante do navio para desempatar. Àquela hora, seguramente, o iceberg que arrebentaria o navio já estava em rota de colisão com o casco do Titanic. O comandante ficou em cima do muro: os passageiros podiam vir de amarelo ou de verde.


Não sei se o intróito desta crônica tem mesmo a ver com o que desejo comentar. Nasci nu, como todo mundo, mas, antes mesmo dos primeiros abrolhos pela vida afora, vesti-me de pessimismo. Sei, o pessimismo é inútil, conheço todas as frases que o condenam, inclusive aquela: o otimista pode perder, mas o pessimista já começa perdendo.


Faço as duas introduções -a do Titanic e a do meu pessimismo- para declarar diante da nação e do povo que o pior nos espera. Marchamos para o segundo turno, perdemos tempo discutindo entre Alckmin e Lula, mas, de algum ponto da noite, o monumental iceberg já se desprendeu de sua geleira e caminha, silenciosamente, em nossa direção. Nada vai dar certo, com este ou com aquele vencedor. E a culpa não será exatamente deles, esforçados candidatos àquilo que antigamente chamavam de curul presidencial (não estou certo, mas acho que, embora pareça palavrão, curul significa cadeira mesmo).’


Rodrigo Rötzsch


Alckmin retoma tática do confronto ético com Lula


‘No debate da TV Record, o terceiro do segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin trouxe ontem de volta para o centro da discussão a questão ética, que relegara ao segundo plano no confronto anterior.


Como fizera na TV Bandeirantes, Alckmin centrou suas intervenções nas questões da origem do dinheiro do dossiê e da possível quebra do sigilo dos cartões de crédito da Presidência. Como no SBT, afastou-se do tom agressivo a que é atribuída parte da responsabilidade por sua queda nas pesquisas -pela última pesquisa Datafolha, sua desvantagem em relação a Luiz Inácio Lula da Silva é de 20 pontos percentuais, se considerados os votos válidos.


Para perguntas antigas, Lula trouxe velhas respostas: a de que mais escândalos aparecem no seu governo porque ele investiga mais. Voltou a citar o engavetamento de pedidos de CPI na Assembléia Legislativa do mandato de Alckmin.


Dois dias após Fabio Luis, filho do presidente, ter sido alvo de reportagem da revista ‘Veja’ que diz que ele fez lobby pela Telemar, Alckmin ignorou o tema e tratou como ‘último escândalo desta semana’ reportagem da mesma ‘Veja’ que relata que o Ministério Público Federal aponta superfaturamento nas obras do aeroporto de Congonhas, com perdas calculadas de R$ 100 milhões.


‘O Ministério Público, por conta das eleições, foi muito rápido. O dado concreto é que não tem nenhum julgamento do Tribunal de Contas. Não dá para a gente resolver as denúncias durante o processo eleitoral’, respondeu o presidente.


Alckmin voltou a perguntar se Lula abriria o sigilo dos gastos dos cartões corporativos da Presidência. O petista respondeu: ‘A maior parte da despesa você pode acessar, está no Siafi [sistema de acompanhamento de gastos do governo]. Tem uma conta secreta que é por conta do gasto de segurança e do gasto da Abin. Isso vai continuar em qualquer governo.’


Barjas


Respondendo à pauta imposta pelo adversário, o presidente também citou acusações contra tucanos, principalmente Barjas Negri, ex-ministro da Saúde que foi presidente da CDHU (Companhia do Desenvolvimento Habitacional e Urbano) no governo Alckmin.


‘Se eu fosse presidente em 98, certamente não teria acontecido o esquema dos sanguessugas, que aconteceu quando o Serra era ministro da Saúde e o Barjas Negri secretário-executivo. Oitenta por cento aconteceu antes do meu governo.’


Lula voltou a citar Barjas quando Alckmin repetiu a sugestão para que ele perguntasse a seus antigos amigos envolvidos no caso do dossiê sobre a origem do dinheiro. ‘Esse exemplo do Alckmin poderia ser transformado num fato prático: ele poderia chamar o Barjas Negri e perguntar até que ponto ele se envolveu com esse negócio.’


Quando teve oportunidade de escolher o tema, Lula buscou pontos que julga positivos de seu governo -a política social e a política externa.


De resto, os rivais repetiram discussões anteriores sobre saúde, economia e educação.


Diferentemente dos confrontos anteriores, Lula não leu durante suas falas -recitou números de cabeça e desta vez acertou a taxa Selic (13,75%), que havia errado no SBT.


Embora alguns assessores julgassem que o presidente poderia passar a imagem de arrogante, ele não deixou a ironia de lado. Após dizer que os banqueiros eram ‘ingratos’, porque receberam ‘muito’ dele e votavam em Alckmin, foi repreendido pelo adversário.


‘O candidato Lula gosta de ironia, mas eu acho que as questões do Brasil são mais sérias. É para a gente ficar triste com o que acontece’, disse o tucano. Lula não desistiu de alfinetar o rival. ‘Queria pedir desculpas aos nossos telespectadores porque é difícil debater com tanta desinformação.’


O último debate do segundo turno ocorre na noite da próxima sexta-feira, na Rede Globo.’


Gustavo Patu


Tucano e petista distorcem dados sobre o crescimento


‘Com discurso aparentemtente esgotado na altura do terceiro e penúltimo debate do segundo turno das eleições, os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) priorizaram duas mistificações sobre o baixo crescimento econômico do país.


O primeiro, mesmo reconhecendo que o crescimento é insatisfatório, apresenta como compensação uma supostamente inédita redução da desigualdade social no país. O segundo atribui todo o problema a uma mera ‘receita errada’ escolhida pelo governo petista.


Pelos dados do IBGE, a desigualdade social vem caindo lenta, mas continuamente, desde 1993 no país. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas apontou que a miséria caiu 14,8% nos primeiros três anos do governo Lula (que, no debate, falou em 19,3% e 20%), contra 23,02% no governo Fernando Henrique Cardoso. Na média anual, os resultados são quase idênticos: 5,2% do petista contra 5,1% do tucano.


Lula usou o debate para se apresentar como o candidato dos pobres e chegou ao ponto de dizer, usando seu bordão preferido, que, ‘pela primeira vez’, os pobres podem freqüentar o Palácio do Planalto. Um imaginário grande aumento dos gastos sociais contraporia o crescimento atual ao da época dos militares -quando, segundo o presidente, taxas de crescimento de 10% ao ano (as taxas, na verdade, chegaram a 14%) não reduziram a pobreza.


É falso. O crescimento econômico da era do ‘milagre econômico’ elevou, de fato, a desigualdade social, mas reduziu a pobreza. Em outras palavras, houve aumento da renda dos mais pobres, mas a renda dos mais ricos aumentou mais.


Alckmin voltou a culpar, pelo baixo crescimento, o aumento de gastos, da carga tributária e dos juros -o que tem lógica pela teoria econômica, mas está longe de ser só uma escolha do governo Lula. Os gastos públicos, em especial com benefícios previdenciários, crescem por imposições constitucionais.


O tucano pregou os tradicionais cortes no número de ministérios e de cargos comissionados (que insistiu serem 40 mil, o dobro do número real), além do combate à corrupção, providências que dariam resultados medidos na casa dos milhões de reais. Mas defendeu a extensão do reajuste do salário mínimo a todos os aposentados, o que elevaria a despesa anual em mais de R$ 10 bilhões.


Sua proposta de corte de gastos, que no início da campanha ainda exibia ao menos uma meta numérica, se tornou ainda mais vaga. No máximo, o candidato cita a suposta economia de R$ 4 bilhões obtida em seus anos de governador com o pregão eletrônico. O dado consiste apenas na comparação entre os preços obtidos nos leilões informatizados para compras do governo e os chamados preços de referência, uma estimativa de valor feita antes do pregão.’


Luís Ferrari


Candidatos mencionam 147 números


‘Os presidenciáveis brindaram o eleitor ontem com uma avalanche de números. Foram citados 147 no debate.


O petista Luiz Inácio Lula da Silva, logo após a saudação inicial, já registrou que era o décimo debate de que participava. Mas, no primeiro bloco, ele citou metade dos 32 dados numéricos citados pelo tucano Geraldo Alckmin -que chegou a mencionar 11 em apenas uma resposta.


No segundo bloco, Lula mencionou 30 números, contra 26 do adversário. E aproveitou para ironizar o fato de Alckmin ter dito, pela terceira no encontro, que ele cortara R$ 1,6 bilhão na saúde. Apesar de ter dito menos números, o tucano os citou em todas intervenções.


No terceiro bloco, caiu o número de citações para 35 no total. Mas, pela quarta vez, Alckmin -que citou menos dados (15, contra 20 de Lula) mencionou o crescimento de 2% do Brasil.


No seguinte, as considerações foram mais genéricas e foram citadas quatro cifras e oito dados estatísticos.


No bloco final, quando não houve perguntas, eles não citaram números.’


***


Debate tem audiência média de 17 pontos na grande SP


‘O debate na Record registrou ontem média de audiência de 17 pontos na prévia do Ibope, das 22h à 0h. O pico foi de 20 pontos. Cada ponto equivale a 55 mil domicílios na Grande São Paulo. Na média, 935 mil televisores estavam ligados no horário. Na terça passada, no mesmo horário, a Record registrou média de audiência de dez pontos. No debate da Bandeirantes, no dia 8, a média de audiência foi de 16 pontos, com pico de 21,5. O debate do SBT na semana passada teve média de 11 e pico de 15 pontos.’


Nelson de Sá


Eles se repetem, e o tempo passa


‘Lula abriu o debate dando boa noite aos ‘funcionários da Record’ e declarando que gostaria de tratar desta vez de ‘desigualdade social’.


Mas Geraldo Alckmin, depois de ‘agradecer às crianças’, logo entrou em ‘um novo escândalo’, de superfaturamento em Congonhas, e foi assim até o último bloco, no ataque em todos os assuntos.


Foi repetitivo e incisivo, com a diferença, em relação ao debate na Band, de que nos primeiros blocos evitou tratar Lula por ‘mentiroso’. Dizia apenas ‘não é verdade’.


Mas a sintonia fina falhou, ele se deixou levar pelo próprio discurso e, ao longo do programa, escorregou em arrogância. Com diretriz de ataque, evitou até responder quando questionado por um dos jornalistas da Record sobre um defeito seu. Disse que deve ter.


Lula chegou a fazer uma boa piada (‘esses banqueiros são ingratos, porque receberam tanto de mim e votam tudo no Alckmin’), mas se viu tomado pela pauta de Alckmin, que, atrás nas pesquisas, agia como franco-atirador.


O petista demonstrou nervosismo, aqui e ali, e foi repetitivo tanto quanto o tucano ao responder aos questionamentos seguidos sobre corrupção. Com o tempo, acomodou-se e passou a tergiversar, esperando -até desejando- que o tempo passasse.


Após três debates e entrevistas aos montes, a sensação maior deixada pelo programa da Record foi mesmo de repetição em todos os temas, dos impostos aos gastos sociais -e até quanto à ‘democratização dos meios de comunicação’, um assunto inusitado em debates em rede de televisão.


Lula talvez possa comemorar que atravessou o programa sem se alterar, sem errar demais, com ironia leve -e sobretudo sem atacar, o que evitou a qualquer custo, até nas perguntas. Alckmin pode comemorar junto aos seus, que voltou a convocar à ação, energizar, com um tom mais altivo do que no programa anterior no SBT.


A Record, de sua parte, provou que pode ser tão agressiva -ou pouco respeitosa – com o presidente da República como a Globo. Que faz o quarto e último debate, da série interminável, nesta sexta-feira.’


Catia Seabra


Campanha de 1998 inspira Alckmin na TV


‘O comando de campanha de Geraldo Alckmin avalia a conveniência de exibição de uma inserção que reedita a campanha do governador Mário Covas em 1998, quando Paulo Maluf (PP) foi derrotado. Naquele segundo turno, Covas investiu na discussão ética, enchendo o Estado de outdoors em que um filho perguntava ao pai se era ‘feio roubar’.


Hoje, a disposição é levar ao ar spots com o mesmo teor. A cena é de uma família reunida numa sala. E o texto: ‘Aqui se preza a honestidade. Votamos em Geraldo Alckmin’.


Há dúvidas, porém, sobre a conveniência de veiculação desde já. Além do risco de impacto negativo no eleitorado, o medo era o de derrotas na Justiça Eleitoral, com risco de perda de tempo na TV. Uma das sugestões era para que só fosse exibido no fim do horário eleitoral, na sexta-feira. Mas, no comando da campanha, prevalecia a idéia de que, assim, o efeito seria menor.


Até ontem, a disposição de Alckmin era de evitar assuntos pessoais no confronto eleitoral, deixando de lado o desempenho de Fábio Luis, filho de Lula, como empresário. Ele avisou, no entanto, que mudaria de tom caso Lula falasse de sua família no debate da TV Record.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


‘Durante o governo FH’


‘Depois de um ‘monstro’ de crimes sexuais, surgiu na escalada do ‘Jornal Nacional’ a manchete:


– O empresário acusado de envolvimento com a máfia das sanguessugas durante o governo FH depõe à polícia.


Trata-se de Abel Pereira, que ‘é acusado de atuar na liberação de emendas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas negou envolvimento’.


A reportagem discorreu longamente sobre petistas e um novo dossiê, contra Aloizio Mercadante, sem menção a quaisquer outros tucanos além de ‘FH’ e Barjas Negri. Mercadante se defendeu seguido pelo advogado de Luiz Antônio Vedoin, que não confirmou nem desmentiu a novidade de um segundo dossiê.


O ADESIVO CAIU


No primeiro lugar entre os ‘+ lidos’ da Folha Online, no início da noite, ‘TSE proíbe distribuição de adesivos com ‘mão do presidente’. Era um destaque também em outros sites. No dizer do ministro Marcelo Ribeiro, o material ‘atenta contra a dignidade da pessoa humana, promovendo discriminação em razão de deficiência física’.


E leitores questionaram a nota de ontem, nesta coluna. Para Eliana Maria dos Santos, de Curitiba, ‘reproduzir atos discriminatórios é no mínimo manter uma conivência com a discriminação’ -e reforça ‘ainda mais o preconceito’.


SEM FRONTEIRAS


O blog de mídia de Tiago Dória postou ontem sobre os finalistas do prêmio Bobs, Best of the Blogs, promovido pela alemã Deutsche Welle. A votação on-line vai até 11 de novembro, em incontáveis e confusas categorias.


O blog destacou a indicação, na categoria Repórteres Sem Fronteiras, para blogueiros perseguidos politicamente no globo, de Alcinéa Cavalcante. Seu site foi retirado do ar no Amapá, durante a campanha eleitoral de primeiro turno, ‘pelo Sarney’. O favorito na premiação é Josh Wolf, que está preso nos EUA por não revelar a fonte de um ‘post’.


BARRADOS


O blog americano Boing Boing, tido como o maior do mundo, noticiou que a entrevista coletiva concedida pela indústria fonográfica internacional, dias atrás, no Rio, censurou ‘uma delegação de professores da prestigiosa FGV’. Eles tinham até autorização prévia, mas acabaram barrados no Copacabana Palace por ‘seguranças’.


Explica-se: eles lançaram no mesmo dia um manifesto contra a ofensiva judicial das gravadoras contra a troca de arquivos on-line. A petição está no ar (logo acima) e pede mudança na lei de direitos autorais do país, ‘incompatível com os desenvolvimentos tecnológicos recentes’.


UMA TRAMA


Por onde passa FHC, em jornais pelo mundo, Tarso Genro vem atrás.


Ontem, lá estava o ministro no espanhol ‘El País’, com respostas ao ex-presidente, sob o título ‘Golpe político procura deslegitimar Lula’. Fala em temor de ‘uma trama parecida com a das eleições de 89’ e questiona FHC como ‘porta-voz dessa elite apeada do poder em 2002 por Lula’ -e que se articularia com ‘meios de comunicação’.


ULTIMATO


No site do ‘Wall Street Journal’, uma reportagem sobre a expectativa brasileira de fechar, antes da eleição, um acordo com a Bolívia.


Foi depois de uma notícia do ‘Valor’ de ontem, de que um enviado de Evo Morales ‘viajou secretamente e fez um ultimato’. Segundo o ‘WSJ’, o presidente boliviano, ontem em entrevista coletiva, negou a viagem do assessor. O tema, notou o site, é sensível para a campanha de Lula.


Leia as colunas anteriores’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Google lança ferramenta para ajudar eleitores


‘Do ‘YAHOO NEWS’ – O site de buscas Google decidiu ajudar os eleitores americanos a votar. A duas semanas da disputa legislativa, lançou o Google Earth Election Guide, um ‘guia’ para a votação. Com o software, que pode ser baixado gratuitamente, o eleitor vê a lista de todos candidatos de seu distrito, com informações sobre eles e links para dados sobre as contas das campanhas. Além disso, o site explica como se registrar para votar em cada Estado.


Hans Reimer, diretor político da organização Rock the Vote -que, afirma, providenciou 1,2 milhão de formulários de registro, pela internet, em 2004-, acredita que, com o voto facultativo, o fator decisivo para uma pessoa votar pode ser o acesso fácil a informações. Alan Gerber, diretor do Centro de Estudos de Política Americana na Universidade Yale, concorda e acha que o site poderá aumentar o comparecimento.’


***


Ações do Google sobem com recomendações de analistas


‘DA BLOOMBERG – As ações do Google alcançaram ontem cotação recorde depois de analistas terem elevado estimativas para os papéis da empresa. O último resultado trimestral do Google mostrou que seu lucro quase dobrou.


As ações saltaram US$ 22,71, ou 4,9%, para US$ 482,38 na tarde de ontem na Bolsa eletrônica Nasdaq. Nos últimos dois dias de pregão, as ações haviam subido 13%.


Pelo menos seis analistas que monitoram o Google elevaram o preço-meta para as ações da empresa na semana passada. Safa Rashtchy, da Piper Jaffray, e Mark Mahaney, do Citigroup, estimam que os papéis alcançarão a cotação de US$ 600. Anteriormente, as ações do Google haviam superado a marca de US$ 470 em janeiro e recuaram a US$ 337 em março após o lucro da empresa no quarto trimestre de 2005 ter ficado aquém das previsões.


A alta das ações dá ao Google capitalização de mercado de US$ 148 bilhões, superior à Chevron, segunda maior petrolífera dos EUA.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Globo relança revolucionária ‘Malu Mulher’


‘A Globo lança na próxima terça uma caixa com dois DVDs de uma dos programas mais importantes da TV brasileira, ‘Malu Mulher’ (1979/80).


A série, que alavancou a carreira de Regina Duarte (a socióloga Malu), foi considerada revolucionária para sua época, ao retratar a vida de uma mulher independente, seu processo de separação do marido (Pedro Henrique/Dennis Carvalho) e sua luta para se virar sozinha e sustentar a filha, Elisa (Narjara Tureta).


‘Malu Mulher’ foi dirigida por Daniel Filho e teve Manoel Carlos (autor de ‘Páginas da Vida’) como um de seus roteiristas. Foi produzida após a Globo detectar que estava ocorrendo um ‘boom’ de divórcios (recém aprovado no Brasil) e que nascia uma ‘nova’ mulher.


O seriado gerou protestos de conservadores e teve problemas com a censura ao abordar temas como o divórcio e a pílula anticoncepcional. Foi o primeiro programa da TV a mostrar uma jovem (Lucélia Santos) fazendo aborto em uma clínica clandestina. A protagonista Malu era uma mulher ‘cabeça’ dos anos 70, que festejou a primeira menstruação da filha.


A caixa de DVDs da Globo traz dez episódios selecionados por Dennis Carvalho. O material recebeu tratamento de áudio e foi colorizado. Ao lado de ‘Carga Pesada’, será o programa mais antigo da Globo em DVD. Sites de vendas já fazem reservas por R$ 50.


AGENDADO A minissérie ‘Antonia’, produção da O2 sobre quatro mulheres da periferia de SP que tentam ganhar a vida como cantoras de rap, estréia na Globo em 17 de novembro. Ficará no ar até 15 de dezembro.


DEBATE VENDIDO O debate promovido ontem pela Record foi um sucesso de vendas. A emissora informa ter faturado quase R$ 2 milhões líquidos (já descontadas as comissões das agências), o que é bom para um único programa.


PAIXÕES GARANTIDAS A Band, por sua vez, já vendeu duas das cinco cotas de patrocínio de ‘Paixões Proibidas’, para Unilever e Casas Bahia, o que praticamente garante a exibição da novela, que estréia em novembro. Na tabela, cada cota sai por R$ 15 milhões.


CABO DE GUERRA Depois da Rede TV!, a MTV também confirma que fará parte da programação da nova operadora de TV paga via satélite da Telefônica. As demais redes devem boicotar a operadora.


DANÇA NO IBOPE Foi mal a estréia de ‘Bailando por um Sonho’, novo programa do SBT, que é tão brega que pode virar cult. O programa de dança, que não teve ritmo, marcou oito pontos no sábado (22h30) e cinco no domingo (13h40). A concorrência torce para que continue assim.


VITAMINA A Fórmula 1 injetou audiência na Globo. No sábado, o treino classificatório deu 15 pontos e alavancou o ‘Caldeirão do Huck’, que subiu para 18. No domingo, o GP marcou 27 pontos, mais do que o futebol (26).’


************