Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Lupi mirou na mídia e atingiu Dilma

Ao dizer que existe uma “onda de denuncismo” no Brasil, na quarta-feira (9/11), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mirou na imprensa e em suas fontes, mas atingiu a presidente Dilma Rousseff.

O dicionário Aulete define assim a palavra denuncismo:

“Publicação nos meios de comunicação de pretensos fatos ou ocorrências não apurados com o rigor da ética jornalística e que, ao provocarem escândalo e sensacionalismo, ger. visam a atingir a reputação de um indivíduo, de um grupo ou mesmo dos poderes constituídos.”

Se o que houve nos últimos meses foi “denuncismo”, ele contou com decisiva colaboração de Dilma, que em todos os cinco casos anteriores de denúncias de corrupção – Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novaes, Wagner Rossi e Orlando Silva – demitiu os ministros acusados.

A tal ponto que durante algumas semanas teve curso a fantasia, trombeteada pela mídia e aceita pelo Planalto enquanto lhe conveio, de que estaria em curso uma “faxina”.

Lupi escolheu mal a expressão com que tentou se defender. Não houve “denuncismo”. Houve denúncias, e elas foram aceitas, em sua dimensão política, pela presidente. Na dimensão administrativa e criminal, correm inquéritos.