‘O iG acompanhou de maneira correta as repercussões políticas da saída de Gilberto Gil do Ministério da Cultura. As reportagens acompanharam o caso dos boatos até o anúncio oficial. Os blogueiros Jorge da Cunha Lima, Luís Nassif, Gerald Thomas e Zé Dirceu e a revista Carta Capital, parceira do iG, opinaram sobre as novas diretrizes do ministério.
Ainda assim, faltaram mais informações de bastidores que mostrassem qual era de fato a situação do relacionamento político entre o governo e seu ministro.
Faltou ainda um acompanhamento da dimensão propriamente cultural da mudança no ministério. A nomeação de Juca Ferreira, que até agora era secretário-executivo do órgão, é um bom motivo para examinar as principais vertentes da política cultural. O iG até deveria programar uma reportagem que tratasse deste assunto.
Seria recomendável mostrar o que Lula herdou de Fernando Henrique na área da gestão da cultura, o que foi modificado para melhor e para pior.
O iG poderia abordar o que são as casas de cultura e questionar a política de fomento à cultura por meio da Lei Rouanet e outras leis de incentivo que dão incentivos fiscais às empresas que patrocinam projetos culturais. Existem vários projetos de mudança dessa política de incentivo. Há quem critique essa política de transferir aos departamentos de marketing de empresas privadas a gestão da cultura, afirmando que isso retira seu caráter público.
Muitos outros detalhes deveriam ser examinados. As lacunas dessa cobertura têm a ver com as dificuldades do acompanhamento do noticiário cultural, cada vez mais ignorado pelos meios de comunicação em geral, e a internet não é exceção.
***
Tô nem aí… (31/7/08)
O noticiário dos call centers está muito róseo e pró-governo. Falta dizer se vale para todos os call centers ou só de alguns setores, como bancos, telefônicas.
Nenhuma das matérias destacadas menciona internet. A única coisa dita é que ´Empresas que prestam serviços na área financeira, telecomunicações e planos de saúde – setores que apresentam a maior quantidade de reclamações – são os principais alvos da medida´.
Vale para empresas como o iG, Uol e Terra? As empresas de internet vão cumpri-lo? Vão contestá-lo? O que diz a associação dos call centers?
A regulamentação apresentada é constitucional?
O iG vai mudar seu atendimento, telemarketing e estratégias de retenção? Ou noticia de um jeito, simpático à lei, e pratica outra coisa?
Mais uma vez falta um editorial, um artigo de opinião, em que o iG explicite sua posição em temas polêmicos que o envolvem e apresente os argumentos para sustentá-la.
Perfis beneficiam Obama
Não é aceitável que o iG continue publicando textos de tão baixa qualidade, repletos de idéias mal arranjadas e de péssimo português no noticiário internacional oferecido aos internautas. Exemplo evidente disso é o link que foi colocado em uma reportagem em destaque na homepage na madrugada de hoje.
O perfil ingênuo do candidato republicano John McCain – dentro da notícia que anuncia o crescimento da preferência por Obama numa nova pesquisa eleitoral nos EUA – desanima qualquer leitor mais atento.
Além disso, ajuda a romper as regras de equilíbrio no tratamento de candidatos nas disputas eleitorais. A biografia do republicano, publicada ao lado da de Barack Obama, dá a impressão de que o iG possa ter aderido ao candidato democrata. Na descrição de Obama só há fatos positivos, na de McCain destacam-se as abordagens negativas(o candidato republicano é chamado várias vezes simplesmente de ´John` ao longo do texto, numa estranha intimidade).
O iG dispõe de várias fontes de informações e análise de assuntos internacionais. Usa blogueiros e colunistas e publica o acompanhamento feito pelas agências internacionais. Quando achar por bem publicar material próprio e original nestas coberturas, este deve ser publicado apenas quando for de qualidade superior àquilo que as agências fornecem.
Estes mesmos perfis dos dois candidatos foram publicados em dezembro de 2007 e voltam a ser requentados. Será que neste tempo ninguém percebeu suas deficiências e será que as trajetórias de McCain e Obama não mudaram nada neste período?
Quem lê noticiário internacional, em geral, é um público sofisticado, exigente e formador de opinião. Merece ser tratado adequadamente.
***
Vídeos do iG ainda não são para todos (30/7/08)
Este ombudsman foi procurado por internautas que não conseguem acessar o Megaplayer. Um dos melhores recursos do iG, o canal de vídeos ainda tem acesso restrito apenas aos usuários do Windows, ignorando os internautas que utilizam Mac ou Linux.
Mesmo para o sistema compatível, o caminho não é fácil. É longa a lista de pré-requisitos para que o internauta possa assistir aos vídeos com qualidade.
Leitores reclamam
Com esses problemas, um internauta do iG perdeu conteúdos importantes, como o debate eleitoral promovido no dia 17:
´Gostaria de registrar aqui minha indignação com a falta de consideração do portal IG para com usuários como eu que usam o navegador Safari e Firefox na plataforma Mac OS X Tiger e Leopard. Há mais de 1 ano entrei em contato com o suporte do IG para reportar o fato de o Megaplayer não funcionar em Macs.
E não é problema de um só computador, pois trabalho numa empresa com 7 Macs, e em nenhum deles o Megaplayer funciona, mesmo depois de instalar todos os plugins necessários. Na última quinta-feira tentei assistir ao debate dos candidatos a prefeito de SP e mais uma vez não consegui.`
(Jean Pierre Cardoso)
Outro internauta:
´Alguém sabe me explicar porque NUNCA consegui ver um vídeo do Megaplayer? A coisa que mais detesto do IG (após as propagandas que teimam em aparecer) é clicar em um link que leva ao Megaplayer. É um lixo. Uso Firefox 3 e IE7 e nada.`
(Silvio)
E o iG responde: Megaplayer está sendo reconstruído
Consultado a respeito, Marco Lorena, diretor de tecnologia do iG, faz os seguintes esclarecimentos:
Pergunta – Quais os problemas que afetam o Megaplayer?
Lorena: O Megaplayer utiliza a tecnologia de vídeo da Microsoft, o Windows Media. Para que um usuário possa assistir os conteúdos, é necessário ter um PC preparado com o Windows Media Player, e também é necessário que o browser tenha acesso às funcionalidades mais sofisticadas do componente Windows Media Player
Abaixo, montamos uma relação de configurações e compatibilidades:
PCs com Windows (98, Me, 2000, XP, 2003 e Vista) e com versão do Windows Media Player igual ou superior a 9, com o browser Internet Explorer 6 ou 7.
Neste cenário não é necessário instalar nada a mais. O conjunto acima já é compatível com todos os features do Megaplayer.
PCs com Windows (98, Me, 2000, XP, 2003 e Vista) com navegador Firefox 2 ou 3, Windows Media Player igual ou superior a 9.
Para estes usuários, é necessária a instalação do plugin (programa adicional ao navegador) de ActiveX do Firefox. Isso porque mesmo o usuário tendo o Windows Media Player instalado, por padrão, o Firefox não permite a comunicação da página com as funcionalidades mais avançadas do Megaplayer (através da tecnologia ActiveX), e por isso é necessária a instalação.
No Megaplayer atual, não são suportadas as plataformas Mac ou Linux.
Pergunta – O que está sendo feito para resolvê-los?
Lorena: O site Megaplayer está sendo reconstruído totalmente e uma das principais melhorias é justamente permitir que os vídeos possam ser acessados por mais configurações de sistemas operacionais e browsers. Vamos utilizar as tecnologias Flash e silverligtht para publicar os vídeos, o que vai aumentar em muito a cobertura dos sistemas compatíveis do nosso site de vídeos.
Pergunta – Quando os problemas serão resolvidos? Há uma data?
Lorena: Nossa meta é lançar o novo site ainda neste semestre.
Pergunta – A partir dessas medidas, as falhas apontadas pelos leitores que usam certas plataformas (Como Firefox e Safari Mac OS) e também aos que usam outras vão deixar de existir?
Lorena: Sim.
Pergunta – Houve mesmo problemas durante a transmissão do debate? Quais?
Lorena: Não houve problema algum com a transmissão do debate. O que pode ter ocorrido foi uma das incompatibilidades relacionadas acima.
Pergunta – O que mais pode dizer a respeito das ferramentas para exibição e acesso a vídeos?
Lorena: A tecnologia de streaming, tanto para áudio, quanto para vídeo, depende de condições de rede adequadas para prover ao usuário uma boa experiência. Para um usuário carregando uma página web, a qualidade da rede não influencia a qualidade final (ou seja, a página, após carregar, estará como ´foi planejada´, ou seja, a rede só influencia no tempo que demora para o usuário formar a página em seu navegador).
Com streaming de vídeos, é o oposto: O usuário precisa ter uma boa condição de rede (banda e latência) para experimentar o conteúdo na qualidade planejada. Se isso não acontecer, a qualidade é degradada (número de frames cai, ou o vídeo é interrompido em alguns momentos).
Assim, é necessário ter banda larga com pelo menos 300 Kbps disponíveis para assistir o conteúdo como planejado. Existem vários fatores que podem prejudicar a experiência do usuário ao assistir um vídeo no Megaplayer. Alguns ele não controla (como a qualidade e velocidade de sua conexão). Outras sim. É recomendável que ao assistir uma transmissão, não esteja fazendo download de arquivos em outras janelas do navegador. Também é comum usuários reportarem problemas de qualidade e, ao final, detectar que utilizam softwares de compartilhamento de arquivos P2P (que rodam em ´background` consumindo quase sempre toda a banda disponível). Ainda, há softwares que realizam atualizações freqüentes pela internet (como anti-vírus). Para estes, o recomendável é interromper atualizações se for detectada degradação da qualidade do vídeo.
A manchete apenas confirma
Manchete de agora afirma: ´Gil sai do Ministério da Cultura, confirma Lula´. Como assim ´confirma´? A saída do ministro já fora dada? Por quem? Pelo iG.
O texto não informa. O leitor fica sem saber, num clima de surpresa desnecessária. Mas a notícia, diz o iG, já era sabida. Só foi agora confirmada. É isso?
O jornalismo tem que procurar explicar a história toda. Mostrar como a informação surgiu e as razões de ela ser ou não confirmada.
***
iBest atualizado (29/7/08)
Marco Lorena, diretor de tecnologia do iG, responde:
´A equipe já foi mobilizada para verificar o que aconteceu. A princípio parece um problema isolado, relacionado à configuração de cachê de alguns servidores e/ou ambientes de rede.
Podemos adiantar que a Home está sendo atualizada normalmente´.’