Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mudanças que desagradam

Em sua coluna de domingo [24/9/06], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, relatou que o maior número de reclamações de leitores na semana passada foi sobre as mudanças feitas no formato da grade de programação de TV. “Eu sou um leitor do Post desde sempre e minha mãe, de 86 anos, mais do que sempre. Nós recentemente ficamos extremamente desapontados com o design ‘novo e melhorado’ da grade de programação de TV. É terrível. Você acha que ela poderia ser impressa em letras ainda menores? Minha mãe não tem uma boa visão e é impossível para ela ler a lista. Por que vocês mudaram?”, reclamou um leitor.

“Todo mundo que trabalha em jornais sabe que as listas devem ser mudadas com muito cuidado; leitores, principalmente os mais velhos, se detêm a determinados formatos”, observa a ombudsman. Até agora, informa ela, cerca de 500 pessoas ligaram para falar da mudança – 86% contra, 14% a favor. Este número não é tão grande quanto parece; quando o Post tentou deixar de publicar a tira em quadrinhos de Mark Trail, em 1991, recebeu 16 mil reclamações.

Adiciona daqui, diminui dali

Segundo a ombudsman, a maior parte das críticas veio de leitores antigos acostumados com o formato vertical. Debra Leithaser, editora do guia de TV, alegou que o Post era um dos últimos jornais no país a ainda usar o formato. De acordo com ela, o maior motivo para se mudar para o formato horizontal era adicionar 59 canais e dar as informações principais e listas em uma única página – o que também economizaria espaço.

Laura Evans, diretora de pesquisa em marketing do Post, afirmou que 86% dos leitores do jornal têm televisão por satélite ou a cabo. Muitos pediram a programação de mais canais, por isso os editores do Post deixaram de publicar a programação diurna, que é a menos assistida do dia. Tal programação, entretanto, ainda é publicada aos domingos (no Sunday TV Week), no formato vertical – e o jornal não tem planos de mudar isto. Sobre a diferença nas letras, Debra assegurou que o tamanho não mudou – mas sim o tipo de fonte. Devido às reclamações, o tamanho da fonte foi aumentado posteriormente, para facilitar a leitura.