O Senado Federal anda tão debilitado que nem a página na internet funciona mais. Na quinta-feira (27/8) à tarde, pelo menos, dava ‘service unavailable’. Tentei acessá-la para buscar alguma inspiração em alguns grandes momentos do Senado. No passado, claro. Quem viu na tribuna grandes senadores como Paulo Brossard, Franco Montoro, Marcos Freire, Roberto Saturnino e Teotônio Vilela, é triste saber que hoje não há naquela casa ninguém que valha a pena ouvir. Melhor seria fechar o Senado de vez. Não como uma medida de exceção, como nos tempos da ditadura, mas de prevenção. Precisamos preservar a vergonha nacional.
É tudo uma piada. Ocupa-se hoje a tribuna em interesse próprio (e escuso), quando não para patacoadas, a exemplo do que fez recentemente o senador Eduardo Suplicy. O velho parlamentar petista devia mesmo se aposentar e cuidar do neto, se é que a nora vai deixar.
Dizem que o sentimento oposto ao amor não é o ódio, e sim a indiferença. Vamos, portanto, ignorar o Senado. A imprensa deve recolher suas câmaras, luzes e microfones. Os jornalistas que cobrem o Senado devem retornar às redações. E vamos esvaziar as galerias. Minha proposta é deixar a casa às moscas. Assim é se nos parece: sem mídia e sem povo, o Senado não existe. Como dizia Sartre, só existimos em função do outro. O Senado, quem sabe, é mera ilusão.
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Jornalista